Everson (foto) e Sasha entraram na Justiça contra o Santos. Foto: Ivan Storti/Santos FC

Everson (foto) e Sasha entraram na Justiça contra o Santos. Foto: Ivan Storti/Santos FC

Everson e Eduardo Sasha entraram na Justiça Trabalhista contra o Santos. Reclamam o não pagamento de dois meses de direito de imagem e que o Santos não depositou o FGTS dos dois. Pode ser apenas o início de uma debandada. O goleiro e o atacante representam a maioria dos jogadores santistas. O que enfureceu o elenco foi o fato de o Santos, nos últimos dois meses, ter depositado apenas 30 por cento do salário.

A diretoria cortou 70 por cento dos vencimentos dos jogadores. E também dos funcionários do clube que ganham mais de R$ 6 mil mensais de salário.

Everson era um dos líderes do grupo de jogadores. Eles garantem que a diretoria não respeitou a negociação. Passou por cima do elenco. “A diretoria foi autoritária”, afirmam os líderes santistas. Everson, Carlos Sanchez, Vladimir e Lucas Veríssimo são os porta-vozes dos jogadores.

A volta do Santos aos gramados após a parada provocada pela Covid-19 – que, diga-se, está entre nós, mais forte do que nunca -, está marcada para esta quarta-feira, 22/07, contra o Santo André, às 19h15 min, na Vila Belmiro.

Dirigentes do clube temem que outros jogadores entrem com ações na Justica do Trabalho. O temor é plenamente justificável. A pandemia não serve de argumento para o Santos atrasar salários e decidir unilateralmente sobre o valor a ser depositado na conta de cada um nos últimos meses.

Juristas da áreas alertam que o jogador que procurar a Justiça em busca de seus direitos pode sair vitorioso.

O Atlético Mineiro, treinado por Jorge Sampaoli, seria o mais interessado na rescisão dos contratos de Everson e Eduardo Sasha.

José Carlos Peres, presidente do Santos, esperneia e ameaça entrar no Conselho de Ética da CBF contra o Atlético Mineiro.

Se o Galo mineiro incentivou mesmo Everson e Sasha para que fossem reclamar seus direitos ninguém tem certeza. Quem costuma agir nestas situações são os empresários dos jogadores.

O certo é que quando eles orientam seus representados a entrar com a ação, já têm clubes interessados. A chance de Everson e Eduardo Sasha desembarcartem no Galo é grande.

Veremos.

A verdade é que o cartola do Santos, Peres, não pode eleger a pandemia como a grande vilã. A gestão dele merece críticas desde que assumiu o Peixe.

Livrou-se de um impeachment. Mas corre o risco de não conseguir se livrar de outro, pois teve suas contas de 2018 rejeitadas pelo Conselho de Sindicância do clube e um novo processo de impeachment pode estar a caminho.

O Santos se notabiliza por péssimas administrações desde a época de Pelé. Por tudo que o Rei da bola e cia fizeram pelo mundo, era para o clube da Baixada ser o mais rico do país. Sem um patrimônio condizente com o prestígio que a equipe dos anos 1960 e 1970 merecia, o Santos coleciona crises financeiras.

E agora enfrenta mais uma.

Triste cenário, mas nada incomum para um clube que já viu ao longo de sua história uma mala com cem mil dólares despencar de um avião em uma de suas costumeiras viagens pelo mundo. A queda da mala recheada de dólares, claro, não passou de desculpa esfarrapada na tentativa de justificar o sumiço do dinheiro ganho na excursão.

Com a debandada que já começou, e que pode engrossar, a saída, mais uma vez, pode ser a molecada.

Quando a situação financeira aperta é na categoria de base que o clube vai buscar a saída.

Foi assim em 1978, quando surgiram Juary, João Paulo, Pita, Nilton Batata, e em 2002, com o aparecimento de Robinho e Diego, Alex e Elano.

Kaio Jorge, Marcos Leonardo e Anderson Ceará são alguns dos novos “Meninos da Vila” que pedem passagem. Têm potencial para tirar o clube do atoleiro. Depois certamente a história se repetirá.

Serão vendidos, o dinheiro despencará de um avião qualquer e o clube seguirá seu trajeto rumo a um novo caos.

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