Este tem sido um tema recorrente na última década no Brasil. Neymar é assunto constante dos debates futebolísticos. Antes fosse somente pelo talento do jogador, mas, inevitavelmente, tem sido muito mais pelo comportamento dentro e fora de campo do que com a bola nos pés.
A mais recente polêmica do astro diz respeito à sua expulsão no último fim de semana, na derrota do Paris Saint Germain para o Lille pelo Campeonato Francês. Aquele segundo cartão amarelo pode sim ser motivo de discussão, é interpretativo. Um árbitro mais desencanado talvez relevasse a troca de empurrões entre o atacante brasileiro e o defensor português Djaló.
Mas não vamos debater o lance e sim a nova expulsão do menino Ney. Menino, na raiz da palavra. Neymar custa a crescer, aliás, não gosta de crescer pessoalmente. Parece fazer questão de permanecer trancado em seu mundo de faz de conta enquanto o restante do planeta busca evolução. Este é um direito do rapaz, mas não parece ser o melhor caminho para quem o contrata. O PSG ainda não conseguiu transformar em sucesso o alto valor consumido para tirá-lo do Barcelona. Campeonato nacional para o clube é muito pouco comparado ao tamanho do investimento.
Na seleção brasileira, Neymar também fica devendo. Só entrará para a história se levar a seleção brasileira a um título mundial. Por enquanto, não há nada que indique para este caminho no ano que vem.
O fato é que aos 29 anos de idade, menino Ney está mais perto da descendente do que abraçar anos e anos de glória. E um histórico recorrente de lesões também acionam o sinal de alerta. O atacante deveria estar concentrado neste momento em tomar o protagonismo de Cristiano Ronaldo e Messi – estes sim em processo de decadência por causa da idade -, mas tem assistido passivamente garotos como Mbappé e Haaland ocuparem um espaço que a dupla do Barcelona e da Juventus já não parece suportar.
Neymar pode começar a virar este jogo a partir desta quarta-feira, na partida de ida das quartas-de-final da Liga dos Campeões contra o Bayern. Sem sua principal estrela nos duelos de ida e volta – Lewandovski está machucado –, o time alemão já não tem a mesma força do ano passado e o brasileiro terá mais uma oportunidade para carregar, como protagonista, o PSG rumo a um título tão desejado.
Munique poderá começar a testemunhar – mesmo que tardiamente - a necessária transformação do menino Ney em um adulto consciente do seu verdadeiro papel neste grande teatro chamado futebol.
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