Goleada por 4 a 0 sobre o Newcastle fez disparar na liderança da Premier League. Foto: Paul Ellis/AFP/Via UOL

Goleada por 4 a 0 sobre o Newcastle fez disparar na liderança da Premier League. Foto: Paul Ellis/AFP/Via UOL

O ano do Liverpool é mágico. E tinha tudo para não ser: em 6 de janeiro de 2018, o time inglês anunciou a venda de seu principal jogador, Philippe Coutinho, ao Barcelona, por 160 milhões de euros (R$ 620 milhões na cotação da época). Era a perda da referência técnica, de um dos principais ídolos da torcida e de uma peça fundamental no esquema do técnico Jurgen Klopp. Tudo ao mesmo tempo. O que poucos conseguiriam imaginar naquela oportunidade é que quase um ano depois o time se tornou mais seguro e confiável e, principalmente, mais próximo de conquistas importantes.

Boa parte do valor arrecadado com a venda de Coutinho foi investida na contratação do zagueiro Virgil Van Djik, o mais caro de sua posição na história, por mais de R$ 320 milhões. A negociação foi contestada na época, mas hoje a visão é diferente: o holandês ganhou música da torcida e é o pilar de um sistema defensivo que sofreu só sete gols em 19 jogos de um turno do Campeonato Inglês. No passado, a defesa era o pesadelo do Liverpool.

Hoje também são seis pontos de vantagem na ponta da tabela em uma campanha invicta, com 16 vitórias e três empates, além da marca de 43 gols marcados por um sistema ofensivo que não depende unicamente do bom rendimento de Salah, mas segue vertical e apresenta variações. Antes centroavante, o brasileiro Roberto Firmino tem jogado mais recuado na temporada 2018/2019, às vezes como meia. O esquema tático 4-3-3, que era facilmente visualizado, hoje dá lugar ao que Klopp chama de "imprevisibilidade", que pode render até um 4-2-3-1: "Tivemos que fazer um trabalho diferente, dar a responsabilidade a outros e dividi-la entre os jogadores. Com Phil (Coutinho) era sempre uma boa ideia dar a bola a ele para resolver".

O elenco do Liverpool também subiu de nível, mesmo com as partidas de Coutinho e Emre Can. Foram contratados nomes como Fabinho, Keita e Shaqiri, que tornaram o grupo comandado por Klopp mais robusto. A ação no mercado e mais a sequência no trabalho do comandante, que começou em outubro de 2015, fizeram o time crescer e se tornar mais competitivo.

O ano de 2018 também ficou marcado como a primeira vez em que o Liverpool chegou a uma final continental em 11 temporadas. Em campanha avassaladora que deixou pelo caminho Porto, Manchester City e Roma, o time inglês foi derrotado pelo Real Madrid só na final da Liga dos Campeões, por 3 a 1. Na temporada atual, iniciada no segundo semestre, o Liverpool patinou com três derrotas na fase de grupos, mas avançou como segundo colocado do Grupo C e tem pela frente o Bayern de Munique (ALE) nas oitavas de final, entre fevereiro e março.

Em janeiro, o Liverpool tem um desafio pela terceira fase da Copa da Inglaterra (dia 7, contra o Wolverhampton), além da retomada do Campeonato Inglês, em que o Tottenham é seu perseguidor mais direto, com 45 pontos, e o Manchester City é terceiro colocado, com um a menos que os Spurs.

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