O piloto inglês e sua primeira esposa, Suzy Miller. Foto: Divulgação

O piloto inglês e sua primeira esposa, Suzy Miller. Foto: Divulgação

Já contei, em algumas colunas aqui no Portal Terceiro Tempo, sobre o primeiro GP de F1 do qual tenho clara lembrança, o do Japão de 1976, que decidiu o campeonato daquele ano em favor do inglês James Hunt.

Sempre tive a impressão, quase certeza, que se Niki Lauda não tivesse perdido três corridas daquele ano, aquela em que se acidentou terrivelmente em Nurburgring e as duas seguintes, na Áustria e na Holanda, ainda se recuperando, seria ele e não Hunt quem ficaria com aquele título.

E é fácil deduzir, pois o certame de 1976 terminou com Hunt um ponto à frente de Lauda (69 a 68).

E não custa lembrar, que no embate final, justamente no Japão, em Fuji, Lauda desistiu da corrida porque achava que era uma insanidade correr debaixo daquele aguaceiro.

"A Ferrari me paga para guiar, não para me jogar pela janela", disse Lauda após deixar cockpit de sua Ferrari.

Hunt, que herdara a McLaren de Emerson Fittipaldi, fez tudo o que tinha de fazer, incluindo uma exibição espetacular na prova derradeira em solo nipônico.

Ainda assim, eu sempre fiquei com "a pulga atrás da orelha" sobre o real mérito de James Hunt em ter vencido aquele que acabou sendo seu único título na F1.

Isso até 22 de outubro de 2013, dia em que recebi no meu "Bella Macchina" o ex-piloto Alex Dias Ribeiro.

Figura doce o Alex, religioso, idealizador dos "Atletas de Cristo" nos anos 70.

Na ocasião, indaguei a Alex sobre aquela temporada de 1976 pela qual ele havia estreado na F1, a bordo do "erótico" carro da Hesketh, aliás, o mesmo que James Hunt havia guiado na temporada anterior.

Digo "erótico" por conta do patrocínio estampado em sua carenagem, da Revista Penthouse", arquirrival da "Playboy", as duas publicações que por décadas protagonizaram o "Fla-Flu" do onanismo.

Alex havia estreado no penúltimo GP daquele ano, o dos Estados Unidos, em Watkins Glen, um antes da frenética corrida no Japão.

Alex me disse que acompanhou uma parte do treino à beira da pista, especialmente em uma chicane, onde viu a performance de Hunt.

"Eu fiquei impressionado, ele estava numa forma, numa autoconfiança, guiando uma barbaridade", disse Alex.

Alex Dias Ribeiro é uma das pessoas mais gentis, educadas e queridas que conheci desde que enveredei profissionalmente no mundo do automobilismo.

James Hunt morreu em 1993, vitima de infarto, aos 45 anos.

Foi um sujeito que viveu dez anos a 1000 ao invés de 1000 anos a dez, como disse Lobão em sua ótima "Decadance Avec Elegance".

Minha implicância com Hunt, em muito, sempre se baseou nisso.

E ele bebia e fumava, coisas que detesto.

Seu lema de vida sempre foi o "Carpe Diem", tatuado em sua alma. Uma burrice.

Mas, desde aquilo que o Alex Dias Ribeiro me disse, senti uma enorme vontade de me desculpar a Hunt por tê-lo subestimado enquanto piloto, por ter achado que seu título em 76 não foi merecido.

Desculpe-me, James, você era um piloto bom demais!

Certo, Alex?

Mas o Lauda era bem melhor...

Recebi Alex Dias Ribeiro para uma entrevista saborosa no meu Bella Macchina em 22 de outubro de 2013, que você pode conferir abaixo. Foto: Kennedy Andres/Portal TT

 

BELLA MACCHINA COM ALEX DIAS RIBEIRO EM 22 DE OUTUBRO DE 2013, COM EDIÇÃO DE LUCAS MICHELETTI

Alex Dias Ribeiro durante treino para o GP dos EUA de Fórmula 1, em Watkins Glen, com sua "erótica" Hesketh 308D-Cosworth, estampando o patrocínio da Revista Penthouse. Ele largou em 22º e terminou em 12º lugar. Foto: Divulgação

    


CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A HOME DE AUTOMOBILISMO DO PORTAL TERCEIRO TEMPO
 

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O CANAL DO BELLA MACCCHINA NO YOU TUBE

      

Últimas do seu time