Grêmio leva 2 a 0 em casa e depende de um milagre para reverter a situação e conquistar o Octa regional. Foto: Ricardo Duarte/Internacional

Grêmio leva 2 a 0 em casa e depende de um milagre para reverter a situação e conquistar o Octa regional. Foto: Ricardo Duarte/Internacional

Lino Tavares

Da mesma forma como falei no comentário anterior que o Atlético Mineiro estava com as duas mãos na taça do certame regional e ele praticamente confirmou isso, goleando o América neste sábado no primeiro confronto da Final, digo agora que o Internacional está com a mão na taça do Gauchão deste ano.

Observem eu falei que o Inter está com a mão na taça e não com as duas mãos na taça como me referi ao Atlético que disputa o título mineiro com o América,

Há uma diferença fundamental nesse paralelo, que se consubstancia na hierarquia histórica das duas duplas de contendores. Atlético x América constitui um clássico secundário de Minas Gerais, enquanto Grêmio x Internacional representa um clássico primordial do futebol gaúco.

Mas não é só isso que faz a diferença entre essas duas decisões. Não é viável ignorar pura e simplesmente uma coisa que se chama "imortalidade tricolor", que embora abstrata, tem-se confirmado através de fatos imprevisíveis, como a "Batalha dos Aflitos" e os dois milagres recentes, em função dos quais o tricolor escapou se ser eliminado da Copa do Brasil pelo modesto São Raimundo, de Boa Vista, e da Final do Gauchão pelo Juventude, no período de desconto de ambas as decisões.

Isso contudo não tira o favoritismo do Inter que tem todo o direito de já ir preparando as faixas e posar para a foto de Campeão Gaúcho de 2025.

Salta aos olhos até mesmo do menos atento observador futebolístico que o Inter de Roger Machado está muito melhor constituído taticamente do que o Grêmio em formação de Gustavo Quinteros, que no momento é mais um laboratório experimental de jogadores do que um time de futebol.

Embora podendo se considerar campeão gaúcho desde já, é aconselhável que o técnico e a direção colorada não considerem esse
provável título como confirmação absoluta de uma suposta nova era de conquistas no Beira Rio, já que o campeonato gaúcho não é mais do que um certame modesto no qual a Dupla Gre-Nal é muito superior aos demais clubes que o disputam.

Os mentores colorados não devem esquecer que a boa campanha do Inter no segundo turno do Brasileirão do ano passado ficou um tanto empanada pelas derrotas consecutivas diante dos três últimos adversários e que ganhar o campeonato regional nunca representou prova de qualidade futebolística ao vencedor.

O Grêmio que, salvo um milagre, sepultou a possibilidade de chegar ao octacampeonato e se igualar ao rival em termos de conquista consecutivas do Gauchão, não deve fazer terra arrasada dessa quase consumada perda de título, pois tem um excelente plantel que, uma vez formatado taticamente como convém, poderá alcançar um padrão de jogo igual, ou talvez até melhor do que o do Internacional.

Por outro lado, os gremistas devem lembrar que as maiores conquistas gremistas nunca combinaram com o seu desempenho no certame regional. Em 2016, quando ganhou a Copa do Brasil, o campeão gaúcho foi o Inter, e em 2017, quando se tornou tricampeão da América, por exemplo, o título do Gauchão ficou com o Novo Hamburgo.

Fale com nosso comentarista esportivo, colunista, repórter e entrevistador Lino Tavares: jornalino@gmail.com, celular/whatsApp (55)991763232).

 

Últimas do seu time