MAURÍCIO SABARÁ: Qual é a importância dos cavalos na vida das pessoas?
SYLLAS JADACH: O cavalo é utilizado como transporte, até mesmo como comida em países como a França, que é comercializada. Sua importância para as pessoas é em vários campos, no esporte e recreação. Na terapia há um trabalho feito não somente com os cavalos, mas também com os cães e gatos.
MS: Antes do surgimento do hipismo/equitação existiam esportes com cavalos?
SJ: Interessante é diferenciarmos equitação de hipismo.
Equitação seria o “montar no cavalo”.
Hipismo está mais voltado para a parte desportiva, entendendo sobre a modalidade, rédeas, tambor, adestramento e volteio.
MS: Quando começou o hipismo?
SJ: Difícil dizer. Na literatura encontramos muitos registros sobre competições envolvendo cavalos nos séculos 16 e 17.
MS: Sua chegada ao Brasil aconteceu quando? Houve rápido desenvolvimento do esporte, já que muitos o consideram como elitizado?
SJ: Tivemos recentemente um relatório produzido aqui no Brasil. Neste documento foi feito uma pesquisa bem ampla de como surgiu em nosso país, como era utilizado e quantos cavalos temos hoje. O que eu posso dizer é que o Brasil é o terceiro país do mundo em sua criação.
MS: Quem são os grandes cavaleiros, os nomes mais importantes do hipismo?
SJ: Existem nomes mais recentes que tem contribuído de maneira grandiosa em nosso país. Quem mais ouvirá falar é do Rodrigo Pessoa, o brasileiro que mais conquistou medalhas nas Olimpíadas pela modalidade de salto.
MS: Cite resumidamente as regras do hipismo e classifique as que são olímpicas. Se possível mencione um pouco de cada uma delas.
SJ: A entidade máxima do hipismo é a Federação Internacional, a FEI. Ela reconhece como modalidades esportivas as rédeas, adestramento, volteio e salto.
Nas Olimpíadas temos três: salto em obstáculos, adestramento e o CCE, que é o concurso completo de equitação. Basicamente, no CCE, é levado em conta os obstáculos que o cavaleiro deve saltar. No adestramento as rotas são assinaladas pelos juízes, que dão nota para a harmonia entre cavalo e cavaleiro, com o animal tendo que expressar bons andamentos.
MS: Sabemos que a Alemanha é a principal força do hipismo. Como nós, brasileiros, podemos chegar próximos aos alemães? E quais são os outros países que se destacam?
SJ: A Alemanha, como você disse, é um país muito importante para a história do hipismo. Hoje, em rankings olímpicos e provas internacionais, Alemanha, Irlanda, Inglaterra, Suécia e Dinamarca são os países da Europa com maiores resultados. O Brasil tem avançado muito nos três esportes olímpicos, mas a cultura está bem aquém dos europeus.
MS: Syllas, conte sua trajetória. Destaque também a honra de carregar a tocha olímpica.
SJ: No esporte posso dizer que sou um simples admirador. Meu avô tinha um sítio e lá eu já montava cavalos.
Comecei a praticar com afinco quando entrei na polícia, aprendendo os treinos normais do hipismo. Depois vim pra equoterapia pra ajudar atletas com deficiência.
Ser escolhido pra carregar a tocha foi uma honra por minha contribuição na equoterapia.
Continuo estudando e me aprimorando, tendo um olhar diferente em relação aos cavalos.
MS: As mulheres também se destacam, inclusive tendo grupos mistos.
SJ: Quem ganhou a última medalha de adestramento foi uma mulher. No hipismo, homens e mulheres competem na mesma categoria com igualdade.
Em 1952 aconteceu uma bela história com a dinamarquesa Lis Hardman, que competiu de bengala, pois teve poliomielite, mas continuou treinando. Foi primeira mulher que disputou com os homens.
Nada a questionar sobre o desempenho feminino em comparação como masculino.
MS: O que achou do esporte nas Olimpíadas do Rio? Os brasileiros fizeram bom papel?
SJ: Com certeza fez bom papel. Teve modalidades que já passaram por momentos melhores no esporte. Temos nossas dificuldades que todo o país possui. Já na Europa não existe os mesmos problemas, pelos cavalos e a qualidade dos treinadores. Lá, por ser um continente com países pequenos no tamanho, tem mais facilidade pra se deslocar. No Brasil, um país com grandes dimensões continentais, tem maiores dificuldades. Fomos bem nas Olimpíadas, pelo baixo custo aplicado em nosso esporte.
ENTREVISTA EM VÍDEO SOBRE O HIPISMO COM O CAPITÃO SYLLAS JADACH:
ENTREVISTA EM VÍDEO SOBRE A EQUOTERAPIA COM A MILEIDY COQUEIRO:
Capitão Syllas carregando a tocha
Mileidy Coqueiro e Maurício Sabará
Syllas Jadach e Maurício Sabará
Capitão Syllas Jadach