O historiador Rogério Sevelles conta em detalhes as carreiras e a mortes de Lidu e Eduardo

O historiador Rogério Sevelles conta em detalhes as carreiras e a mortes de Lidu e Eduardo

Por Rogério Revelles, do site Tardes de Pacaembu

 Clique aqui e ouça o melhor cantinho da saudades de Fiori Gigliotti de Lidu e Eduardo

Seu futuro estava mais do que desenhado. Morando em São Paulo, prestes a se casar e jogando pelo Corinthians, o jovem talento e grande revelação do futebol carioca, era só felicidade com a campanha do time no campeonato paulista de 1969.

Mas naquela manhã cinzenta de 28 de abril de 1969 a cidade de São Paulo acordou com notícias, ainda um tanto confusas, sobre o acidente automobilístico que vitimou os dois craques do Corinthians, Lidu e Eduardo.

 

 

Durante toda a madrugada, o clima não poderia ser pior dentro do Parque São Jorge, onde vários funcionários preparavam rapidamente a pequena capela e parte da sede social, além de providenciar o compreensível isolamento das outras áreas do clube.

A qualquer momento, chegariam as duas urnas funerárias diretamente do necrotério do Instituto Médico Legal, onde o presidente do Corinthians, Wadi Helou e o diretor Elmo Franchini, faziam a devida liberação da papelada e cuidavam dos detalhes referentes ao translado dos corpos para as cidades de origem após o velório, que seria realizado no próprio Parque São Jorge.

Eduardo Neves de Castro nasceu em 29 de Agosto de 1943, na cidade do Rio de Janeiro. No início dos anos sessenta foi revelado pelo América F.C e assinou seu primeiro contrato profissional em fevereiro de 1964.

Nos derradeiros meses do ano de 1967, Eduardo formava uma forte ala esquerda com Edu Coimbra e seu passe já despertava o interesse dos grandes clubes da Guanabara.

Todavia, o Corinthians já vinha conduzindo em segredo as negociações para trazer o jovem e promissor ponteiro esquerdo para São Paulo.

Quando o contrato com o América terminou, em dezembro de 1967, Eduardo já estava praticamente contratado pelo Corinthians com salário mensal de 1.500 cruzeiros novos. Bem diferente dos 140 cruzeiros mensais que o jogador recebia!

Na época, a camisa onze do Corinthians era de Gilson Porto. Apesar da concorrência, Eduardo acabou ganhando a posição com seu futebol habilidoso, dono de dribles envolventes e insinuantes.

 

Em 06 de março de 1968, Eduardo participou do jogo da “quebra do tabu” contra o Santos, na vitória por 2×0 no Pacaembu. Os ares de uma nova era pareciam favoráveis e tudo indicava que o jejum de títulos estava com o dias contados.

Em junho de 1968, Eduardo foi convocado para a Seleção Brasileira e passou a ser cotado para as eliminatórias da Copa do Mundo realizadas em 1969. Ao todo, foram sete partidas vestindo a camisa canarinho, com um gol assinalado.

Em 1969 o Corinthians estava embalado no campeonato paulista. Nas partidas fora da capital a equipe conseguia pontos importantes e nos clássicos apresentava um resultado como há muito tempo não se via:

- 02 de março: SÃO PAULO 2 x CORINTHIANS 4.

- 16 de março: PORTUGUESA DE DESPORTOS 2 x CORINTHIANS 3.

- 30 de março: CORINTHIANS 2 x PALMEIRAS 0.

- 13 de abril: SANTOS 0 x CORINTHIANS 2.

A tabela reservava para o domingo de 27 de abril o encontro contra o sempre perigoso São Bento em Sorocaba.

Como esperado, o jogo foi difícil e o ponto conseguido no empate de 1×1 foi importante para manter a ótima campanha. Abaixo, a ficha do jogo publicada no site cacellain.com.br:

 

 

 

SÃO BENTO 1 x CORINTHIANS 1.

Local: Estádio “Humberto Reale”, em Sorocaba (SP).

São Bento: Alberto: Aranha, Milton, Gibe e Jair: Maranhão e Bazaninho; Alan, Carlinhos (Peri), Mazinho e Batista.

 

Corinthians: Lula: Lidú, Ditão, Luis Carlos e Pedro Rodrigues; Dirceu Alves e Rivelino; Paulo Borges, Tales, Benê (Servilio) e Eduardo.

 

 

 

 

 

 Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista do Esporte, revista Veja, mariolopomo.zip.netcacellain.com.br, jornal Folha de São Paulo, site do Milton Neves, 100xcorinthians.blogspot.com.br, Livro Timão 100 anos – Celso Unzelte – Ed. Gutenberg, Arquivo Público do Estado de São Paulo. Memória Pública – Jornal Última Hora.

 

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