Há um ditado popular que diz: "rei morto, rei posto".
O comendador Enzo Ferrari (1998-1988), fundador da mais emblemática marca de automóveis da história, tinha alguns preceitos básicos, que foram seguidos à risca durante o tempo em que capitaneou a escuderia de Maranello.
Entre eles, em sua equipe de Fórmula 1, o de que a Ferrari, não o piloto, deveria ser o ponto de destaque.
Para ele, um piloto fora de série poderia obscurecer a qualidade do carro.
Por isso, por exemplo, Ayrton Senna (1960-1994) nunca fez parte de seus planos, sobretudo porque sua equipe vivia um jejum de títulos que durou entre 1979 e 1999.
Senna colocaria o seu nome em destaque, e não o da Ferrari.
Piquet, que chegou a ser ventilado pela equipe italiana no começo dos anos 80, confessou que não trocaria a Brabham pela Ferrari por uma razão simples.
"Quando eu ganho com a Brabham, as manchetes dos jornais são: `Piquet vence GP da Alemanha, por exemplo´. Na Ferrari o Alboreto ganhava e diziam: ´Ferrari vence o GP tal...", ponderou Nelson.
Quando Enzo Ferrari morreu, seus preceitos caíram por terra.
Michael Schumacher, por exemplo, chegou à Ferrari para devolver as glórias ao time, e conseguiu.
Seria, porém, muito mais emblemático se o fim do jejum tivesse acontecido pelas mãos de Eddie Irvine em 1999, ano em que Schumacher sofreu fratura na perna direita durante o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone.
Irvine, piloto mediano, mais inconsequente que talentoso, seria a prova de que o carro teria feito a diferença, mais do que a habilidade do irlandês.
Agora, muitos anos depois, a Ferrari utiliza-se mais da emoção do que da razão para agregar à sua academia de jovens pilotos, Mick Schumacher, filho do heptacampeão Michael Schumacher, hoje recluso na Suíça, em sua casa, após o acidente que sofreu esquiando na França, em 29 de dezembro de 2013.
Mick é o atual campeão da F3 Europeia, e que neste ano estará na F2, pela equipe Prema.
Parece ser muito mais uma forma de a Ferrari retribuir tudo aquilo que seu pai fez, pelos cinco títulos que conquistou pelo time, consecutivamente, entre 2000 e 2004.
Se o jovem, hoje aos 20 anos, conseguir emplacar uma trajetória vitoriosa pela Ferrari, será o nome Schumacher mais destacado do que o da própria Ferrari...
Se aquilo que o comendador imaginava para sua equipe de F1 estivesse ainda em voga, Mick não seria contratado, mesmo porque Michael teria que ter encontrado outro destino que não fosse a Ferrari, após sair da Benetton.
Fotos: UOL e Twitter de Mick Schumacher
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