Jogar no gol é complicado por natureza, mas no Palmeiras, a responsabilidade é ainda maior

Jogar no gol é complicado por natureza, mas no Palmeiras, a responsabilidade é ainda maior

O velho ditado de que um grande time começa por um grande goleiro voltou a ter força no Palmeiras desde a chegada de Fernando Prass. Não que o time venha apresentando um futebol de encher os olhos. Também não o fez quando ele chegou. Aliás, em 2014, quase caiu para a Série B e em maio daquele ano, Prass ainda viveu a dor de uma fratura no cotovelo direito que o tirou dos jogos por quase cinco meses.

Apesar das dificuldades, também é incontestável que estamos falando do atual campeão da Copa do Brasil. Título conquistado com participação “maiúscula” de Prass, em dezembro. O mosaico com sua imagem na final da competição e a forma como é ovacionado, prova que o ex-goleiro do Vasco conquistou a torcida alviverde de um jeito diferente.

E fazê-lo na função em que atua, não é para qualquer um. Jogar no gol é complicado por natureza, mas no Palmeiras, a responsabilidade é ainda maior. Isso porque, a tradição de revelar e contar com grandes goleiros ao longo dos anos, faz com que “o cara” que joga na meta palmeirense tenha que ter algo a mais. Deola, Bruno e Fábio, apostas recentes, sabem bem desse “peso”.

O Palmeiras que já teve, entre outros, nomes como Oberdan Catani, Valdir Joaquim de Moraes, Emerson Leão, Sergio e Veloso, se viu instável em uma de suas posições mais seguras até a aposentadoria de São Marcos, que reinou absoluto como titular de 1999 até 2012.

Ao se despedir dos gramados, Marcos deixou mais do que uma vaga no time titular. Deixou também uma interrogação sobre quem assumiria o papel de líder e ídolo. Não os comparo aqui como goleiros, mas faço sim a referência de que, aos poucos, Fernando Prass vem sendo, cada vez mais, reconhecido como ídolo.

Na semifinal do Paulistão 2015, contra o Corinthians, Prass foi decisivo ao defender os pênaltis de Elias e Petros na arena do rival e garantir o Palmeiras na final. Na decisão da Copa do Brasil, contra o Santos, por defender a cobrança de Gustavo Henrique, por fazer o gol de pênalti que confirmou o título e pela vitória no duelo particular com Ricardo Oliveira, o goleiro ganhou muitos pontos com o torcedor.

E, após a atuação contra o Rosário Central, nesta quinta-feira, em que até pênalti defendeu em um momento crítico, ele mostrou mais uma vez que, aos 37 anos, vive um momento extremamente especial. Como qualquer jogador que disputa uma partida de futebol, Prass corre o risco de errar e perder jogos. Mas o status de ídolo que ele abastece, com grandes atuações, principalmente em instantes decisivos, o concede um crédito, que nenhum outro goleiro teve desde que o grande Marcão se despediu da meta palmeirense.


crédito foto: espnfc.espn.uol.com.br

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