Na véspera do Dia das Bruxas, Tricolor vê pesadelo se repetir. Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Na véspera do Dia das Bruxas, Tricolor vê pesadelo se repetir. Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Na noite de ontem (30/10) – véspera do Dia das Bruxas – o São Paulo Futebol Clube visitou a Sociedade Esportiva Palmeiras no Allianz Parque, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2019. Vindo de duas vitórias em casa, diante de Avaí e Atlético Mineiro, o Tricolor de Diniz sustentava a esperança de ir à casa palmeirense e quebrar o incômodo tabu de jamais haver vencido o rival em seus domínios. Contudo, o que o torcedor são-paulino observou foi um pesadelo se repetindo. 3 a 0 Palmeiras e freguesia mantida.

Antes de comentar sobre a partida em si, é preciso relembrar o recente histórico de dificuldades que o São Paulo vem tendo nos últimos anos quando enfrenta seus principais rivais. Há algumas temporadas, clássico tem sido sinônimo de derrotas e atuações apáticas para o Tricampeão do Mundo. Neste ano, foram 12 jogos enfrentando Corinthians, Palmeiras ou Santos e apenas 2 vitórias no tempo regulamentar. Estas estatísticas, sem dúvidas, deixam o torcedor de cabelo em pé.

Voltando à partida de ontem no estádio do Palmeiras, havia um certo otimismo pelo lado tricolor antes do apito inicial. Após a saída de Cuca, a equipe obteve uma melhora dentro das quatro linhas sob o comando de Fernando Diniz. Acreditava-se que era o momento para se quebrar o tabu – em 9 partidas no Allianz, foram 8 vitórias alviverdes e apenas 1 empate – e encostar no Santos, dono da 3ª posição na tabela. Em campo, nada disso ocorreu...

O Palmeiras de Mano Menezes começou impondo um ritmo alucinante ao jogo. Sabendo que a equipe de Diniz gosta de jogar com a posse, o Alviverde não permitiu que o São Paulo ficasse com a redonda e jogasse dentro de sua zona de conforto no início da partida. Jogando em casa, o Verdão tomou a iniciativa e aos 11 minutos foi premiado com a inauguração do marcador: Arboleda falhou, Deyverson aproveitou e finalizou, Volpi defendeu e, no rebote, o constante volante Bruno Henrique conferiu com um petardo de cabeça. Palmeiras 1 a 0.

Depois de abrir o placar, naturalmente o Palmeiras diminuiu seu compasso e o Tricolor passou a ter mais posse de bola. No entanto, quem continuava assustando através dos contra-ataques era a equipe palestrina. O Verdão chegou a desperdiçar algumas chances claras de aumentar sua vantagem. A trave e o goleiro Volpi salvaram o São Paulo de um vexame ainda maior.

Na reta final da primeira etapa, aos 42 minutos, Felipe Melo subiu bem mais alto do que a defensiva tricolor e testou firme o cruzamento vindo do corner direito para expandir a liderança palmeirense. Volpi ainda chegou a tocar na bola, mas não foi o suficiente para evitar que o seu destino final fosse as redes. Palmeiras 2 a 0. A esta altura, o torcedor são-paulino já percebia que o enredo de terror que deu a tônica da maioria dos últimos clássicos estava se repetindo.

Aos 57 minutos da etapa final, o Palmeiras deu uma aula de transição ofensiva e encaixou um contragolpe de cinema. A jogada começou nas mãos do goleiro Weverton, que soltou rapidamente para Zé Rafael. O camisa 8 do Palmeiras carregou pelo meio, aplicou um belo drible no círculo central, continuou progredindo até dar um passe preciso para Scarpa, cara a cara com Volpi, finalizar com maestria e fechar a conta. Palmeiras 3, São Paulo 0.

O Alviverde segue na vice-liderança do Brasileirão com 60 pontos conquistados, 7 atrás do líder Flamengo, que enfrenta o Goiás no Serra Dourada na noite de hoje (31/10). O Tricolor segue na 4ª posição com 49 pontos e já vê o Grêmio na sua cola, com 47 tentos. A questão que fica é seguinte: até quando veremos um São Paulo tão entregue e modorrento frente aos seus principais rivais? Entra técnico, sai técnico, mudam-se filosofias de jogo e peças, mas parece que a sina nos clássicos não se modifica...

* Renan Riggo é jornalista esportivo (A Folha Esportiva) e assessor de imprensa da PPress Marketing e Comunicação

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