La Plata: A foto, tirada pela equipe de reportagem do Terceiro Tempo, na Argentina, poderia muito bem retratar o sentimento de decepção de um dos maiores craques do futebol mundial em relação à última partida disputada por Juán Sebastian Verón contra o Cruzeiro. No confronto de estréia da Libertadores da América de 2011, realizado no Estádio Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, Minas Gerais, o volante sofreu uma das piores derrotas da carreira. Motivo de desalento para o argentino, atormentado com as lembranças do último 5 a 0 e interpretadas, por ele mesmo, através de um respeito difÃcil de engolir. "Não tenho nada o que falar em relação a goleada do Cruzeiro. É um bom time, uma equipe forte?, disse Verón, com exclusividade, ao Portal Terceiro Tempo, em La Plata.
Para os torcedores da Raposa, o jogo foi uma espécie de revanche após o silêncio de 2009. Mas, no caso do camisa 11 do Estudiantes, no entanto, as mãos levadas ao rosto, todavia, por mais dilacerado que tenha sido o placar com gols de Walyson (2), Roger e Montilo (2), está longe de traduzir a realidade do volante ao longo da história de rivalidade e feitos heróicos que envolve a trajetória das duas equipes. "Veremos como será no jogo de volta?, apimenta em espanhol.
Juán Sebastian Verón participou de todas as partidas disputadas entre Estudiantes e Cruzeiro. Um conto de romantismo e emulação no esporte que começou em 05 de outubro de 1994 com a vitória por 1 a 0 da equipe de La Plata. No jogo de 180 minutos, válido pelas quartas-de-final da Supercopa dos Campeões da Libertadores da América, a decisão, entretanto, foi no Mineirão. Não poderia ser pior para o argentino que perdeu um pênalti e viu o time mineiro sair classificado com uma vitória por 3 a 0. A primeira de muitas goleadas aplicadas para ambos os lados.
Foi o último jogo entre as duas equipe por quinze anos. Neste tempo, Verón atuou pelo futebol italiano e inglês. Mas voltou no reencontro de 19 de fevereiro de 2009. "Fiz grandes jogos pelo mundo. Tanto em clubes quanto pela Seleção. Vivi grandes momentos na Europa. Não dá para esquecer?. No jogo de Belo Horizonte que colocou o meia diante do Cruzeiro, a Raposa - com dois gols de Kleber e um de Fernandinho - saiu novamente vitoriosa e fechou a partida em 3 a 0.
Mas o elástico placar na fase de Grupos da Libertadores da América foi devolvido no jogo de volta. Juán Sebastian Verón se redimiu do pênalti perdido em 1994 com uma atuação brilhante diante do time brasileiro. La Brujita foi o autor do primeiro gol do Estudiantes, na vitória de 4 a 0 em La Plata. "Assim como meu pai, tive a oportunidade de jogar na Europa e ganhar o mundo. Foi bom para a minha carreira e me deu credibilidade internacional. Mas sempre quis voltar a La Plata.?

O duelo vencido na somatória dos resultados da Libertadores da América de 2009, pelo time argentino, esquentou ainda mais a final do principal campeonato Sul-Americano. Estudiantes e Cruzeiro voltaram a estar frente-a-frente na decisão do tÃtulo continental. No primeiro jogo, na Argentina, empate sem gols em La Plata. Um resultado que dava ao time de Belo Horizonte a condição de favorito a taça no confronto de volta, disputado no Brasil. Na teoria, pelo menos, era para ser assim. Sobretudo após o gol de Henrique, que abriu o placar para o Cruzeiro, em Belo Horizonte, aos 6 minutos do segundo tempo.
Contudo, à noite de 15 de julho de 2009 não era para ser brasileira. Na raça, fora de casa, com o Mineirão lotado, o Estudiantes chegou ao empate com Gastón Fernández aos 12 minutos da etapa complementar. O gol deu ânimo aos argentinos e a virada saiu justamente dos pés de Verón. Aos 27 minutos, o filho de "La Bruja?, cruzou a bola com perfeição para Boselli marcar. A jogada deu ao time de La Plata o quarto tÃtulo sul-americano da história do clube.

"Nós conquistamos a Libertadores de 2009 e isso foi muito importante para mim. É um campeonato muito difÃcil e disputado. Uma competição com gosto diferente. Era um sonho para mim, acima de tudo, por causa do meu pai. Eu precisava demais desse tÃtulo?.
Apesar da acirrada rivalidade do craque frente ao Cruzeiro, foi contra a Seleção Brasileira que Juán Sebastian Verón viveu seus principais jogos. "Defender a Argentina sempre foi algo especial. É diferente, tem um peso maior. "As partidas que fiz contra a Seleção Brasileira foram as melhores. Não dá para dizer que Argentina e Brasil seja um jogo comum. Pra mim é o maior clássico do futebol mundial?.

Aos 36 anos, Juán Sebastian Verón ainda não cogita a hipótese de pendurar as chuteiras. "Não penso em parar e não programei a minha aposentadoria. Não existe uma data para isso. Quero jogar por muito tempo, enquanto meu corpo agüentar?, revelou com exclusividade ao Terceiro Tempo, o dono absoluto do meio de campo do Estudiantes de La Plata.
Nesta quarta-feira, mais uma vez, Verón estará em campo contra o Cruzeiro. Além da faixa de capitão que simboliza o espÃrito de liderança em campo, o craque argentino de toque refinado e precisão nos cruzamentos, trará em sua perna direita a faixa que protege o joelho e que, segundo ele, lhe dá sorte. "Não é nada demais. Apenas um amuleto. Uso essa proteção desde a lesão que sofri em 1997. Não me atrapalha em nada e não vejo motivo para deixar de usá-la?.
Fotos: Chico Santo / Portal TT
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