Leandro Miranda
Do UOL, em São Paulo
O bom início de Luiz Felipe Scolari em sua terceira passagem à frente do Palmeiras já conquistou a torcida alviverde. O nome do ídolo, campeão da Libertadores em 1999 pelo clube, foi exaltado a plenos pulmões em sua estreia no Allianz Parque no último domingo e certamente voltará a ser festejado nesta quinta (16), quando o time enfrenta o Bahia no Pacaembu, às 19h15h, por uma vaga na semifinal da Copa do Brasil. A paixão por Felipão tem feito até com que escolhas que eram muito criticadas sob o comando do antigo treinador Roger Machado sejam, agora, aceitas sem maior resistência.
Um exemplo é a utilização de Deyverson, que viveu seu pior momento no Palmeiras ao ser substituído por Roger no intervalo de um jogo contra o América-MG na Copa do Brasil e ver a torcida comemorar sua saída como se fosse um gol. O ex-técnico palmeirense ouvia muitas reclamações das arquibancadas sempre que escalava o centroavante. Já com Felipão a situação tem sido diferente. O treinador elogia com frequência o estilo de jogo de Deyverson e, mesmo colocando Borja como titular no jogo de ida da Libertadores contra o Cerro Porteño, tem usado bastante o camisa 16. Deyverson fez seu primeiro gol em jogos oficiais da temporada contra o Vasco no domingo.
O jogador está suspenso para enfrentar o Bahia nesta quinta, mas outra opção que despertava a ira da torcida pode voltar dar as caras no Pacaembu com Felipão. O uso de Jean como um ponta direita, com a missão principal de fechar o lado do campo defensivamente, rendeu críticas a Roger, mas Felipão tem escalado o volante na mesma função. Scolari, inclusive, chegou a dizer que para jogar com Lucas Lima, um meia mais solto e que ajuda menos na marcação, ele precisa da presença de Jean no meio-campo.
Por fim, outra situação que a torcida costumava criticar com Roger era a titularidade de Diogo Barbosa em detrimento de Victor Luís, que fez um ótimo primeiro semestre, mas perdeu a posição quando o concorrente voltou de lesão após o Campeonato Paulista. Diogo, que recentemente reconheceu que ainda não mostrou seu melhor futebol no Palmeiras por causa de problemas físicos, manteve a condição de titular com Felipão e vai começar a partida contra o Bahia nesta quinta.
Essa "casca" de Felipão com a torcida vai ao encontro do discurso da diretoria alviverde de que a equipe precisava de uma mudança de rumo com a demissão de Roger Machado. A tolerância maior com o novo treinador, aliada aos bons resultados e à série de cinco jogos sem sofrer gols, tem aumentado a confiança da equipe neste início de trabalho. Apesar do excelente aproveitamento de Roger à frente do time, o presidente Maurício Galiotte afirmou que esperava uma equipe com mais atitude e regularidade ao trocar o comando.
Ainda invicto em quatro jogos (um deles, com o auxiliar Paulo Turra no comando), Felipão tem tido a seu favor os resultados para controlar a panela de pressão que tem se mostrado o Palmeiras em tempos recentes. Experiente, ele sabe melhor do que ninguém que o clima pode mudar no primeiro tropeço. Com os mata-matas da Copa do Brasil e da Libertadores tratados como prioridade na temporada, o jogo com o Bahia nesta quinta é mais um capítulo para o treinador colocar à prova suas convicções e manter a "lua de mel" com o torcedor alviverde.
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