A rotina de viagens é uma constante na trajetória de um repórter esportivo.
A ausência do dia a dia da família explica o porquê de os casamentos dos profissionais da área durarem tão pouco.
Em abril de 2011, com duas filhas pequenas e algumas voltas ao mundo contabilizadas dentro de aviões, trens e ônibus, resolvi dar um tempo.
Dez anos depois da estreia na TV, mudei de vida radicalmente.
Não queria entrar para a estatística das separações que os meus colegas não se cansam de engrossar.
Mas há algo nessa profissão que serve como um imã.
Uma vez jornalista...
E cá estou, à espera do táxi que me levará a Cumbica.
Viajarei no avião da delegação do Corinthians rumo aos Emirados Árabes Unidos; um dia e meio depois, Japão, pela quarta vez na carreira!
Serão, ao todo, duas semanas fora do País para fazer a cobertura do Mundial Interclubes pelo Portal Terceiro Tempo.
E mais algumas milhas acumuladas.
A minha mulher, Roberta Peporine, entende tudo desses programas de fidelidade das companhias aéreas.
Vou repassar para ela as milhas que ganharei.
Quem sabe, assim, eu recupere o crédito dentro de casa.
Ansiedade
Boa parte da minha vida profissional foi passada no Parque São Jorge.
De Parreira, em 2002, a Tite, entrevistei todos os técnicos que passaram pelo clube, além de jogadores, seguranças, massagistas, porteiros, presidentes...
De Kia a Rubão.
De Andrés a Dualib.
De Ronaldo a Clodoaldo.
Acompanhei períodos de calmaria se transformarem em uma profunda crise em questão de dias.
Vi o Corinthians virar jogos quase impossíveis e tropeçar diante de pequenos obstáculos.
O que nunca mudou foi a fidelidade da torcida.
Trata-se de um chavão, sem dúvida, mas essa é a única certeza que o Alvinegro levará ao outro lado do mundo.
A Fiel vai estar lá, em número recorde, com o objetivo de transformar os estádios de Nagoya e Yokohama no Pacaembu.
Já o título...
Vai depender da capacidade dos jogadores de controlarem os nervos.
Se é difícil para um repórter que fará a cobertura, já imaginou como está a cabeça dos atletas?
De qualquer forma, será uma experiência única na vida de todos aqueles que embarcarão daqui a pouco para Dubai.
Cinco anos depois, o campeão da Série B poderá pintar o planeta de preto e branco.
E eu não vejo a hora de começar esse capítulo fantástico da história do Sport Club Corinthians Paulista.
No Twitter: @fabiolucasneves
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Em 1995, Fábio Lucas Neves fez amizades com árabes, no curso da Cushing Academy, na cidade de Ashburnham, no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. Agora, em dezembro de 2012, o jornalista esteve em Dubai, nos Emirados Àrabes Unidos, com o Corinthians e tentou achar os seus coleguinhas. Mas foi impossível, porque cada amigo deve ter um poço de petróleo.
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