Ronaldo era um dos destaques do Corinthians. O time alvinegro tinha ainda um meio-campista com nome Elias. Coincidências com a equipe atual? Sim, era o time alvinegro do Campeonato Brasileiro de 1993. O Ronaldo não era o Fenômeno, mas sim o goleiro roqueiro, que hoje é comentarista de TV. E Elias não era o motorzinho da equipe comandada por Mano Menezes. Na verdade era Zé Elias, lançado naquele ano ao time profissional corintiano pelo técnico Mário Sérgio Pontes de Paiva.

Graças a um regulamento absurdo, muito difícil de ser explicado, o Vitória da Bahia conseguiu se classificar para os quadrangulares decisivos. Eram oito equipes divididas em dois grupos. O Vitória não disputou a primeira fase com times mais fortes, considerados da elite, mas, mesmo assim, teve a chance de ser campeão nacional. E por pouco isso não aconteceu.

Regulamento à parte, o rubro-negro da Boa Terra tinha uma equipe com potencial. No gol, Nélson de Jesus Silva, o Dida, que anos mais tarde se tornaria ídolo também do Corinthians. A esperança ofensiva do time comandado por Fito Neves era o ponta-direita Alex Alves, o mesmo jogador irreverente que depois vestiu as camisas do Palmeiras, Portuguesa, Cruzeiro e Atlético Mineiro. No meio de campo contava com o experiente Roberto Cavalo e com o novato Paulo Isidoro, que não era o "Velho Tziu?, mas que voou por muitos times, entre eles Palmeiras, Internacional, Cruzeiro, Guarani e Fortaleza.

Além de Corinthians e Vitória, a chave contava com o Santos, do goleador Guga e do goleiro Velloso (estava emprestado ao Peixe), e com o Flamengo, que tinha Renato Gaúcho no ataque. Mas o Peixe e o Fla não conseguiram embalar. Foram apenas espécies de "fiéis da balança?. Corinthians e Vitória fizeram melhores campanhas e disputaram até a última rodada quem seria o primeiro colocado do grupo. E só a primeira colocação interessava. Afinal, o melhor da chave adquiria o direito de disputar a grande final do Brasileirão de 93.

No primeiro confronto entre Vitória e Corinthians, o time baiano venceu por 2 a 1. O jogo foi realizado no estádio da Fonte Nova, em Salvador. O centroavante Claudinho e o ponta Alex Alves fizeram para o Vitória. Aliás, o gol de Alex Alves foi uma pintura. O talismã Tupãzinho marcou para o Corinthians.

No Morumbi, dia 5 de dezembro de 1993, as duas equipes voltaram a se enfrentar. O empate naquela partida foi muito comemorado pelo Vitória, que abriu o placar em uma falta dois lances. Roberto Cavalo bateu e o goleiro Ronaldo errou ao tentar espalmar a bola. Se ele ficasse parado, sem participar da jogada, o árbitro Márcio Rezende de Freitas certamente teria anulado o gol do errante Roberto Cavalo. E aos 10 minutos o rubro-negro ampliou a diferença com o também experiente ponta-esquerda Pichetti (ex-Botafogo). Ainda no final do primeiro tempo, Rivaldo, que estava emprestado pelo Mogi-Mirim, diminuiu a diferença. Aos 11 da etapa final, o zagueiro Henrique empatou a partida. Mas apesar da grande pressão corintiano nos 34 minutos finais, a partida terminou empatada por 2 a 2.

O Vitória, na última rodada, segurou empate com o Flamengo, no Maracanã, resultado que o credenciou melhor do grupo. O Corinthians, mesmo com a vitória sobre o Santos, 2 a 1, ficou com o segundo lugar da chave e acabou eliminado do Brasileiro com apenas uma derrota, aquela já mencionada aqui para o Vitória, em Salvador.

 

*A foto acima é uma das formações do Corinthians naquele Brasileirão de 1993, mas não é o mesmo time que atuou contra o Vitória. Em pé: Ronaldo, Luís Carlos Winck, Marcelo Djian (foi para o Lyon durante a competição), Rivaldo, Marcelinho Paulista, Henrique e Aguinaldo Moreira (preparador de goleiros). Agachados: Leto, Válber, Ezequiel, Admilson e Viola. 


CORINTHIANS 2X2 VITÓRIA ? CAMPEONATO BRASILEIRO DE 1993

Estádio: Morumbi (São Paulo/SP)
Dia: 05/12/1993
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas


Corinthians ? Ronaldo; Luís Carlos Winck, Embu, Henrique e Leandro Silva; Zé Elias, Ezequiel (Leto), Tupãzinho e Válber; Viola e Rivaldo. Técnico: Mário Sérgio.


Vitória ? Dida; Rodrigo, João Marcelo, China (Evandro) e Renato; Gil, Roberto Cavalo e Paulo Isidoro (Dourado); Alex Alves, Claudinho e Pichetti. Técnico: Fito Neves.

 
Gols: Ronaldo contra aos 7 (1º), Pichetti aos 10 (1º), Rivaldo aos 40 (1º) e Henrique aos 11 (2º).

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