Morsa teria dado uma carona para a filha de seu advogado. Na versão dela, ele parou o carro em uma rua, arrancou suas roupas e a obrigou a ter relações sexuais com ele

Morsa teria dado uma carona para a filha de seu advogado. Na versão dela, ele parou o carro em uma rua, arrancou suas roupas e a obrigou a ter relações sexuais com ele

Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo

O lutador e dirigente de MMA Lucinei Coqueiro Amaral, o Morsa, está sendo investigado pela acusação de abuso sexual feita pela filha de seu advogado, Iudi Ferreira da Silva. A jovem de 22 anos, Julia, e o pai dizem que Morsa a estuprou dentro de seu carro, em uma rua da Zona Norte de São Paulo.

Morsa teria dado uma carona para a filha de seu advogado. Na versão dela, ele parou o carro em uma rua, arrancou suas roupas e a obrigou a ter relações sexuais com ele. O lutador rebate as acusações, alega que nunca frequentou a rua em questão e diz que está sendo vítima de armação.

O caso está sendo investigado no 39º Distrito Policial, e Morsa passou a quarta-feira colaborando com a apuração. Nesta quinta-feira ele atendeu à reportagem do UOL Esporte em seu escritório, por telefone, onde aguardava os policiais para um novo dia de investigação – e sob o risco de ser preso temporariamente, de acordo com o que indicarem os laudos médicos em análise.

De acordo com Morsa, ele e o advogado discutiram após um caso. Iudi Ferreira da Silva trabalhou para o dirigente e conseguiu uma indenização quando sua moto sumiu de um estacionamento na capital paulista. O advogado estaria pedindo mais da metade do valor pago na indenização, o que gerou a disputa.

No mesmo dia, na casa do advogado em Mairiporã, Iudi teria pedido que Morsa desse carona para sua filha e seu sogro. Depois de deixar o sogro, o dirigente e Julia ficaram sozinhos, e é aí que as divergências nas histórias acontecem.

Morsa se defende, nega o estupro e afirma na verdade que saiu com a jovem como uma amiga e que ambos foram para uma churrascaria onde havia música sertaneja.

"Foi uma p... de uma sacanagem. O advogado combinou de ir comigo na casa dele para tratar de documentos. Quando a gente terminou de conversar, ele pediu para trazer o sogro e a filha (para São Paulo). Falei: 'tudo bem', era um favor. Deixei o sogro. Depois peguei a filha, tomamos café em uma padaria. Estava levando ela para casa, quando eu a convidei para ir em uma churrascaria na Marginal, onde tem uma dupla sertaneja amiga. Fomos lá, dançamos, eu ensinei ela a dançar sertanejo. Ela estava superfeliz. No fim ela veio e me beijou, eu correspondi e ficamos, demos uns amassos. Quando deu 11h30 ela falou: 'preciso ir para casa'. E eu coloquei ela no carro e levei", defende-se Morsa, que acusa a garota de ter o beijado a princípio. "Achei estranho, a mulherada tá fácil, mas não assim de grudar na balada."

"A acusação dela é por causa do pai. Ele esteve numa ação a favor da gente no no Fórum João Mendes, que ganhamos. É por causa do dinheiro, ele queria mais da metade do valor que ganhamos e eu não concordei", adiciona.

Segundo a Bandeirantes, Morsa responde a 25 processos na Justiça. Ele afirma que são por conta de sua atuação como dirigente, fechando eventos que sua federação considera clandestinos. "Fechamos eventos clandestinos e o cara não tem o que alegar e faz boletim de ocorrência falando em extorsão. Mas eu só compareço ao evento com oficiais de justiça e a polícia", alega ele.
Reencontro e agressão

De acordo com o delegado que cuida do caso, Milton Gomes de Oliveira, Morsa não chegou a ser preso, mas acabou sendo levado pela polícia em um segundo momento da disputa com o advogado, em que acabou agredido.

Depois da acusação de estupro, Morsa aceitou ir a um encontro com Iudi para acertar os problemas. "Ele não foi preso. Na verdade, ele foi levado pela polícia em sua defesa. O próprio Morsa foi agredido e um investigador presente evitou um linchamento como o que teve lá no Guarujá", afirmou o delegado.

Segundo o delegado, ainda é cedo para se falar em prisão preventiva. "O que acontece é que as versões são conflitantes e estamos buscando subsídios para materializar a situação. Preciso de laudos, com o sexológico, estamos buscando as imagens de câmeras. Estamos buscando tudo isso, que será encaminhado para a perícia."

A reportagem procurou Iudi Ferreira da Silva e sua filha para falarem sobre o caso, mas eles não foram encontrados.

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