Embora possa ser considerada um dito popular, a expressão "Deus não joga, mas fiscaliza" às vezes faz todo sentido em acontecimentos relacionados ao mundo do futebol.
Esse parece ter sido o caso dessa derrota do River Plate, nos pênaltis, para o modesto e quase anônimo Al Alin, que tirou o "milionário" da Argentina da decisão do Mundial de Clubes da FIFA.
Depois de passar pelo Grêmio na semifinal da Liberdadores, com uma mãozinha da arbitragem em campo e outra da Conmebol no "tapetão", o River derrotou o Boca em Madrid e de lá alçou voo para os Emirados Árabes, a fim de disputar o Mundial da FIFA.
Ninguém da delegação do clube argentino poderia imaginar que aquela passagem tumultuada que o conduziu ao título de campeão da América se tornaria uma via de acesso ao maior fiasco de sua história, já que não chegar à final desse certame de "Davis x Golias" inventado pela FIFA é algo inadmissível a qualquer representante do futebol europeu e sul-americano.
Tal como o Internacional em 2010, o River Plate encontrou no Al Alin o "Mazembe" de sua trajetória, pagando assim parte dos pecados impunes que cometera com a participação irregular de seu técnico Marcelo Gallardo , no jogo de volta diante do Grêmio, e com o apedrejamento do ônibus do arquirrival da Bombonera, por parte de sua torcida.
A derrota do time do Monumental de Nuñes foi ainda mais dolorida do que aquela sofrida pelo Inter diante do Mazembe, que aconteceu com folga de gols no tempo normal, quando o time africano surpreendeu o colorado gaúcho dominando as ações e fazendo por merecer o placar relativamente folgado que construiu.
Já o campeão da América deixou de vencer o jogo no segundo tempo, no pênalti desperdiçado por Martinez chutando na trave, e cedeu a vitória ao clube do país anfitrião em outro erro de cobrança, na decisão por pênaltis, quando Enzo Pérez telegrafou o canto, permitindo ao goleiro Khalid Essa fazer a defesa que colocaria seu time na grande final do Mundial da FIFA de 2018.
Ouvi um comentarista de emissora de TV coirmã afirmar que o futebol sul-americano está tecnicamente cada vez mais distante do europeu.
A colocação "futebol sul-americano" e "futebol europeu", em se tratando de uma disputada entre clubes, não se encaixa nessa analogia traçada pelo colega do telejornalismo esportivo.
As grandes equipes europeias, como as do Real Madrid e do Barcelona, que hoje se impõem com relativa facilidade a agremiações sul-americanas na disputa do Mundial de Clubes, não são exatamente representantes do futebol europeu, haja vista que sustentam seu poderio futebolístico importando craques do mundo inteiro, com maior ênfase nos países da América.
Diante dessa realidade, vale dizer que os clubes de ponta do Velho Mundo representam seu continente muito mais como empresas futebolísticas do que como equipes tipicamente europeias, tal como acontecia em meados do século passado, quando seus craques falavam a mesma língua, do goleiro ao ponta-esquerda.
Esse jejum de título mundiais por parte de clubes sul-americanos, que começou a se agigantar nesta segunda década do século 21, não representa, portanto, queda do padrão de qualidade dos jogadores nativos deste subcontinente.
Ele é na verdade um fenômeno de natureza econômica, uma vez que a formação de craques no lado de cá do Atlântico tem seu foco voltado para as terras do além mar, onde os milhões de euros do primeiro mundo despertam a cobiça dos empresários futebolísticos daqui tal como o futebol qualificado de nossos craques vira alvo da cobiça dos empresários de lá.
Tudo o que resta ao Ríver do arrogante treinador Marcelo Gallardo, agora, é disputar a terceira colocação com o frágil Kashima Anthers, do Japão, que perdeu a semifinal do Mundial FIFA, nesta quarta-feira, para o poderoso Real Madrid, como já era esperado.
Pode até parecer piada, mas eu não me arriscaria a dizer que o River é franco favorito nessa decisão desbotada, que teoricamente se afigura como uma luta de anão contra gigante.
Claro que o time argentino é muito superior ao japonês, mas deixou a desejar, tanto na Libertadores quanto no Mundial de Clubes, um padrão de jogo à altura do cartaz que possui, e além disso entrará em campo para essa disputa insignificante psicologicamente abalado pelo tropeço inesperado diante do Al Ain do brasileiro Caio Lucas.
Não há o que comentar sobre as possibilidades de conquista do Mundial FIFA 2018 entre o Real Madrid e o Al Ain, pois até as moscas de Abu Dhabi sabem que o time da casa não tem cacife para aprontar para cima do Clube do Rei da Espanha, na decisão do Sheikyh Zayed Stadium, a ponto de impedir que o gigante espanhol venha a se tornar tricampeão mundial, consecutivamente, neste apagar das luzes de 2018,
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