Criador da Academia de Futebol do Palmeiras, Filpo Nuñez morria há 25 anos
Criador da Academia de Futebol do Palmeiras, Filpo Nuñez morria há 25 anos
Por Redação Terceiro Tempo - 06/03/2024 12:00
Treinador marcou época no banco de reservas do Verdão
Um dos grandes treinadores da história da Sociedade Esportiva Palmeiras, Nelson Ernesto Filpo Nuñez, o famoso técnico argentino criador da Academia de Futebol do Palmeiras, nos anos 60, nos deixava há exatos 25 anos. Filpo tinha 79 anos e sofria de problemas cardíacos.
Abaixo, confira o perfil de Filpo Nuñez publicado na seção “Que Fim Levou?”, em texto assinado por Rogério Micheletti com a colaboração de Alexandre Altheman:
Nascido em Buenos Aires, Argentina, no dia 19 de agosto de 1920, Filpo Nuñez formou-se em Educação Física no Equador e depois ingressou na carreira de treinador de futebol profissional no seu país.
Comandou o Independiente Rivadavia. Também treinou outros vários outros times sul-americanos como o Santiago National (Chile), Sport Boys (Peru), España (Equador), Municipal (Bolívia), Libertad (Paraguai), San Martin (Argentina) e Vélez Sarsfield (Argentina).
Filpo chegou ao Brasil ainda jovem para ser um treinador. Dirigiu o Cruzeiro em 1955 e depois passou por várias equipes, entre elas Guarani, Atlético Paranaense, Jabaquara, Portuguesa Santista, América de Rio Preto e Vasco da Gama, antes de assumir o Palmeiras. Pelo alviverde, entre 1964 e 1965, Filpo adotou o esquema tático "pim-pam-pum", que significava jogar em velocidade, tocar de primeira e chegar ao gol. Nesse período, o Palmeiras começou a ser batizado de "Academia de Futebol". Ademir da Guia, o principal jogador da equipe, era carinhosamente chamado pelo treinador de "El Bandoneón", instrumento musical utilizado para o tango.
Outro momento importante do argentino no Palmeiras foi quando dirigiu o time, com uniforme da seleção brasileira, em amistoso contra o Uruguai. O jogo, realizado no dia 7 de setembro de 1965, marcou a inauguração do estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG). Filpo chegou a ter outras duas passagens pela Sociedade Esportiva Palmeiras: entre 1968 e 1969; e entre 1978 e 1979. Ao todo, foram 154 jogos no comando do Verdão (94 vitórias, 27 empates e 33 derrotas) e uma conquista: o Torneio Rio-São Paulo de 1965.
Mas o Palmeiras não foi o único grande clube da capital paulista a ter o argentino como técnico. Filpo Nuñez dirigiu duas vezes o Corinthians. Primeiro, em 1966, quando o alvinegro chegou a liderar o Campeonato Paulista. Depois, em 1976. O treinador comandou o Timão em 34 partidas (16 vitórias, 7 empates e 11 derrotas).
Outros clubes
Filpo Nuñez fez sucesso como treinador por vários países. Em Portugal, por exemplo, dirigiu o Leixões, o Vitória de Setúbal e o Lusitano Évora. No México, trabalhou pelo Monterrey. No Brasil, ele também comandou o XV de Piracicaba (SP), Paulista de Jundiaí (SP), Galícia (BA), Coritiba, Marília (PR), Francana (SP), Sport Club Recife (PE), São José (SP), Fabril de Lavras (MG), C. A. Atlanta (Buenos Aires - Argentina), Santo André (SP), Saad (SP) e Foz (Foz do Iguaçu - PR).
Principais títulos e prêmios no Brasil
Campeão do Torneio Início de 1956 pelo Guarani; eleito o melhor técnico do Torneio Preparação de 1957, pelo Jabaquara; Campeão do Torneio Início de pelo América de Rio Preto de 1958; Cinta Azul do Futebol Brasileiro (15 jogos, 15 vitórias, 75 gols a favor e 10 contra) pela Portuguesa Santista em 1959; Eleito melhor técnico do ano pela Agência de Notícias "Sport Press", quando dirigia a Portuguesa Santista em 1960; Vencedor do Troféu Conhecimento, prêmio da "Rádio Universal de Santos", em 1960; Vice-campeão paulista pelo Palmeiras em 1964; Campeão invicto do torneio internacional "IV Centenário da Guanabara", pelo Palmeiras; Campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1965, pelo Palmeiras; Vice-campeão baiano pelo Galícia em 1967; Vice-campeão do Torneio Mar del Plata de 1968, pelo Palmeiras e Vice-campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1969, pelo Palmeiras.
Alguns dos jogadores dirigidos por Filpo
A lista de grandes craques que foram comandados por Filpo Nuñez é extensa. Entre eles aparecem os nomes de: Julinho Botelho, Bellini, Djalma Santos, Dudu, Garrincha, Alfredo Mostarda, Zequinha, Servílio, Orlando, Brito, Ademir da Guia, Rivellino, Valdir Joaquim de Moraes, Vavá, Ademar Pantera, Wladimir, Cabeção, Barbosa, Piazza, Eurico, Leivinha, Dirceu Lopes, Tupãzinho (ex-Palmeiras), Jair Marinho, Zé Maria, Leão, Tostão, Luís Pereira, César, Djalma Dias, Procópio e Dino Sani.
Homenagem
Filpo Nuñez recebeu uma homenagem especial da comunidade do bairro Heliópolis. Ele virou o nome do centro esportivo que fica na Rua Freire Brayner, atrás do 95º Distrito Policial.
No centro da foto estão Ferrucio Sandoli e Jordão Bruno Saccomani. À esquerda está o filho de Ferrucio Sandoli e à direita Filpo Nuñez. Foto: arquivo pessoal de Gustavo Saccomani
Jordão Bruno Saccomani, pessoa não identificada e Filpo Nuñez. Foto: arquivo pessoal de Gustavo Saccomani
Time palmeirense que representou a seleção brasileira em 7 de setembro de 1965, na inauguração do estádio do Mineirão. Na oportunidade, o Palmeiras-Brasil venceu o Uruguai pelo placar de 3 a 0. Em pé, da esquerda para a direita: o diretor Ferruccio Sandoli, Djalma Santos, Valdir Joaquim de Moraes, Waldemar Carabina, Dudu, o treinador Filpo Núñez, Djalma Dias, Ferrari e um outro diretor do Verdão. Agachados: o mordomo Romeu, Julinho Botelho, Servílio, Tupãzinho, Ademir da Guia, Rinaldo e o massagista Reis
A ficha completa da partida entre XV de Piracicaba 1 x 0 Portuguesa de Desportos, realizada em 14 de novembro de 1965. O time do XV jogou com Muca; Virgílio, Pescuma, Dorival e Neves; Proti e Benê; Nondas, Varlei de Carvalho, Picolé e Vamer. O técnico era Filpo Nuñez. A equipe da Lusa: Félix, Augusto, Ditão, Edilson e Amaro. William Silva, Nair, Mendes Wilson Pereira, Ademar e Martins. Na foto, aparecem Mendes (à esquerda) e Ademar. Foto enviada por Waldevir Bernardo
Em pé, da esquerda para a direita: Dr. Zerilo, Djalma Santos, Valdir Joaquim de Moraes, Valdemar Carabina, Filpo Nuñez, Djalma Dias, Dudu e Geraldo Scotto. Agachados: o massagista Reis, Gildo, Servílio, Tupãzinho, Ademir da Guia e Rinaldo. Foto: arquivo de Valdir Joaquim de Moraes
O técnico Filpo Nuñez arremessa a bola em treino do Palmeiras para Valdir Joaquim de Moraes, sem luvas. Atrás, um fotógrafo também registrou o lance. Será que alguém tem essa outra foto? Foto: arquivo de Valdir Joaquim de Moraes
Foto: Arquivo de Mário Travaglini
Semiramis entrevistando o técnico Filpo Nuñes, no programa Almoço com as Estrelas, da TV Tupi. Ao fundo, Airton Rodrigues, que dividia a apresentação da atração com sua esposa, Lolita Rodrigues. Foto: arquivo pessoal de Semiramis Teixeira
Treinador palmeirense aparece ao fundo de óculos escuros. No canto esquerdo da foto pode-se notar o jornalista Júlio Del Bosque e Pereirinha, repórter da Rádio Tupi
Em janeiro de 1999, este foi o único encontro entre dois técnicos-mito do Palmeiras e aconteceu no clube Círculo Militar, no Ibirapuera, em São paulo, quando da entrega do prêmio SITREPESP daquele ano. E vejam como Filpo Nuñez já estava bem velhinho. Na foto, também a presença do corintiano Ciborg Malístico, o Álvaro José do Parque São Jorge.
Filpo dirigiu grandes times em grandes estádios, mas seu último reduto foi um pobre campinho de várzea. Mas nele, ensinou futebol com a mesma dedicação de sempre.
Acima, em exposição, objetos pessoais que contaqm um pouco da carreira de Filpo Nuñez
Familiares e amigos estiveram no velório de Filpo Nuñez. O caixão foi coberto com os pavilhões do Palmeiras, Jabaquara e Portuguesa Santista. Ao fundo, de camisa branca, o ex-goleiro do Palmeiras Oberdan Catani
Filpo Nuñez (dir) ao lado de Marlene Matheus, na inauguração do Conselho de Segurança de Heliópolis. À esquerda, Carlos Altheman, presidente do CONSEG
Do lado esquerdo, Filpo Nuñez e a namorada Marlene. Na direita, Carlos Altheman, os netos e a esposa MAria José
Veja que bela turma reunida na Chácara do saudoso José Nelson Schincariol, em Itu, no interior de São Paulo, em 1994. EM PÉ: Pires, Filpo Nuñez, dois diretores da Schincariol, José Nelson Schincariol, César Maluco e Rosan Francischinelli. AGACHADOS: Gildo Bala, Elia Júnior, Francisco Flora, Milton Neves e Ademir da Guia
Filpo Nuñez, quando dirigia o Corinthians foi destaque da reportagem
Vejam a querida Portuguesa Santista posando para foto em 1971. Em pé o goleiro é Edson Mug, o terceiro é Filpo Nuñes e o último o lateral esquerdo Campina; agachados, os três últimos são Jaime (ex-Bangu e Palmeiras), Mingo e o massagista Upa Neguinho.
Embarque do Corinthians à Espanha para a disputa do Troféu Carranza, em 66. Estão em pé, Sérgio Barbalho, o diretor Chico Mendes, Flávio, Dino Sani, Édson, Marcos, o preparador físico José de Souza Teixeira, Clóvis, o massagista Souza, Nair, Ditão, o médico Haroldo Campos, o dirigente Jamil Helou, sra. Wadih Helu, o presidente Wadih Helu, o técnico Filpo Nuñez; agachados: Maciel, Marcial, Tales, Roberto Bataglia, Heitor, Galhardo, Gilson Porto, Roberto Rivellino, Mané Garrincha e Jair Marinho.
Em pé: um médico, Djalma Santos, Valdir Joaquim de Moraes, Valdemar Carabina, Filpo Nuñez, Djalma Dias, Dudu, Geraldo Scotto, Santo, Tarciso e Picasso. Agachados: Germano, o massagista Reis, Gildo, Servílio, Tupãzinho, Ademir da Guia, Rinaldo, Dario Alegria, Nélson Coruja, Júlio Amaral e Ferrari. Esse Palmeiras conquistou o Torneio Rio-São Paulo de 1965
Da esquerda para a direita, nos anos 60, no banco de reservas de um Pacaembu lotado durante jogo do Palmeiras: Eli Coimbra, Filpo Nuñez, Geraldo Blota, massagista Reis e o goleiro Picasso
Da esquerda pra direita: O narrador de TV Fernando Sasso, Rui Viotti (cunhado do falecido João Saldanha), Walter Abrahão, pessoa não identificada, Rui Porto e Filpo Nuñez.
Em pé: Manoel Mendes Gregório (ex-presidente da Lusa), Filpo Nunez, Luisão, Lalá, Orlando, Eduardo, Santo, Ulisses, Lorico, Henrique Pereira, Augusto, profissional não identificado, Dr. Vicente Sá e diretor Fernando. Agachados: massagista Jair, Edu, Basílio, Mazzola (que jogou no Paulista de Jundiaí), Ratinho, Leivinha, Ivair, Paes e Rodrigues
Vejam a saudosa Academia do Verdão em 1965, que conquistou o título do Torneio Rio-São Paulo. Em pé, da esquerda para a direita, temos personagem não identificado, Djalma Santos, Valdir, Valdemar Carabina, o grande treinador Filpo Nuñez, Djalma Dias, Dudu e Geraldo Scotto; agachados o massagista Reis, Gildo, Servílio, Tupãzinho, Ademir da Guia e Rinaldo
Arnaldo Tirone (ex-dirigente do Palmeiras) acende seu querido cigarrinho ladeado pelo saudoso repórter Tom Barbosa, da Rádio Record, e por Filpo Nuñez. Ferruccio Sandoli é o quarto. Milton Peruzzi é o quinto. Eli Coimbra, o sexto. O oitavo é o massagista Reis
Parque Antártica, em 1965: o massagista Reis, Djalma Dias, Servílio, Picasso, Dudu, Valdemar Carabina, Arnaldo Tirone (ex-dirigente do Palmeiras) e Rinaldo. O técnico Filpo Nuñez, de óculos escuros, está de pé
Da direita pra esquerda, no Pacaembu: Milton Peruzzi, Ferrucio Sandoli (ex-presidente do Palmeiras), o técnico Filpo nuñez, Arnaldo Tirone (ex-dirigente do Verdão) e Tom Barbosa. O curioso é que os reservas ficavam sentados... no chão!!!
Acima, Filpo dá instruções para o atacante Ademir Titica.
EM PÉ: Carlito, Perinho, Raul, Gerolino, Jorge, o goleiro Nivaldo e o técnico Filpo Nuñez. AGACHADOS: Nicola Gravina (hoje empresário de jogadores), Gonçalo, Guilherme, Grilo e Valdo
EM PÉ: Djalma Santos, Valdir de Moraes, Valdemar Carabina, Dudu, Filpo Nuñez, Djalma Dias e Ferrari. AGACHADOS: Julinho Botelho, Servílio, Tupãzinho, Ademir da Guia e Rinaldo
Em 7 de setembro de 1965, na inauguração do Mineirão, o Palmeiras se vestiu de Seleção Brasileira e derrotou o Uruguai por 3 a 0. Na foto, à frente, o treinador Filpo Nuñez, do Palmeiras, e três palmeirenses com a camisa amarelinha atrás: Procópio, Gildo e Dario Alegria
Foto colorizada da Portuguesa Santista com sua equipe em 1971
Em 1978, então treinador do Palmeiras. Foto: Reprodução
Filpo Nuñez assoprando as velinhas comemorando aniversário junto à delegação do Palmeiras. Na foto, à direita de Filpo (de roupa cinza), está Aparecido Peixinho. Foto enviada por Tânia Novaretti, filha de Peixinho
Na Portuguesa Santista, no início da década de 70. O zagueiro João Carlos encara o técnico Filpo Nuñez. Foto enviada por Eduardo Silva
Filpo Nuñez em dois momentos
Veja que bela turma na chácara do saudoso José Nelson Schincariol, em Itu, no interior de São Paulo, em 1994. Da esquerda para a direita: Gildo, Velutto, Milton Neves, Filpo Nuñez, Nicolau, Elia Júnior, Cesar Maluco e Ademir da Guia.
Bons tempos do Palmeiras. Da esquerda para a direita: Dudu, Filpo Nuñez, Picasso, Zequinha, Vavá e Ferrari. Foto é do portal BOL e foi retirada do blog Tardes de Pacaembu
Banco palestrino: Filpo Núñez passa instruções a Júlio Amaral (esq.) e Cardoso. Foto: Arquivo/Folhapress retirada do portal UOL