Equipe da Vila não abdicou de atacar mesmo quando esteve em inferioridade numérica. Foto: Ivo Storti/SFC

Equipe da Vila não abdicou de atacar mesmo quando esteve em inferioridade numérica. Foto: Ivo Storti/SFC

Na manhã de ontem (21/07), o Botafogo de Futebol e Regatas recebeu o Santos Futebol Clube no Estádio Nilton Santos pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, em partida que começou às 11h00. Se outrora as partidas fora de casa representavam uma grande dificuldade para o Alvinegro Praiano, parece que que agora o argentino Sampaoli está conseguindo mudar as perspectivas para melhor: é a segunda vitória seguida do Peixe longe de seus domínios.

O triunfo no Rio de Janeiro veio na hora exata para o Santos, que soube aproveitar o tropeço do líder Palmeiras, que foi derrotado no sábado (20/07) pelo Ceará, e igualou o Alviverde em número de pontos. Ambos os paulistas estão empatados com 26 na ponta da tabela. O Palestra permanece na liderança porque possui melhor saldo de gols (14 a 7).

Para o confronto diante do Botafogo de Barroca, Jorge Sampaoli não fugiu das suas convicções e escalou uma equipe bastante ofensiva. O Peixe começou o jogo em seu habitual 4-3-3, com Lucas Veríssimo, Aguilar, Gustavo Henrique e Jorge; Diego Pituca, Carlos Sánchez e Jean Mota; Eduardo Sasha, Soteldo e Uribe.

O Santos se impôs mesmo jogando fora de casa e permaneceu no ataque na maior parte da primeira etapa. Os dois pontas do Peixe, Sasha e Soteldo, incomodavam a defesa botafoguense pelas laterais do campo fazendo com que a bola atravessasse a área por diversas vezes. Uribe, apagado, não obteve méritos em aproveitar as chances criadas por seus companheiros de ataque. O Botafogo, com sérios problemas ofensivos, quase não levou perigo à meta de Éverson.

No entanto, parecia que a maré poderia se virar contra os paulistas. Antes do final do primeiro tempo, Lucas Veríssimo e Gustavo Henrique já se encontravam pendurados, pois haviam levado cartão amarelo. Este foi amarelado por uma falta bastante discutível no meio de campo, já aquele teve que derrubar o atacante Erick para corrigir seu próprio erro, ao tentar recuar a bola de peito para o goleiro.

O primeiro tempo terminou e na volta do intervalo o Peixe veio diferente. Uribe, que quase não pegou na bola durante toda a primeira etapa, deu lugar a Marinho. Sasha passou a jogar centralizado no ataque enquanto o jogador ex-Grêmio ficou responsável pela ponta direita. Contudo, logo aos 5 minutos, Lucas Veríssimo cometeu falta em Gilson, levou o segundo amarelo e foi expulso.

Com um a menos, a situação se apresentava bastante adversa para o Santos. Sampaoli mexeu na equipe: sacou um meio-campista, Jean Mota, para colocar um lateral, Victor Ferraz, e recompor a defesa. A mudança permitiu que o Peixe continuasse com seus três atacantes, porém, o meio de campo se esvaziou e o time sentiu. O técnico argentino logo percebeu que havia mexido mal e corrigiu seu erro: sacou Sasha, que atuava na ponta, e colocou o meia Felipe Jonatan.

Desta forma, o Alvinegro Praiano passou a atuar com 4 atletas na linha de defesa (Victor Ferraz, Aguilar, Gustavo Henrique e Jorge), 4 na linha de meio campo (Marinho, Sánchez, Pituca e Felipe Jonatan) e Soteldo no ataque. Marinho, sempre muito veloz pela beirada do campo, encostava no Venezuelano no momento ofensivo.

Aos 25 minutos da etapa final, em um lance bastante duvidável, Heber Roberto Lopes deu o segundo amarelo e expulsou Gilson, do Botafogo, por uma suposta falta em Marinho. Durante todo o período que o Alvinegro carioca passou tendo um jogador a mais, não conseguiu finalizar sequer uma vez ao gol. O Santos ditava o ritmo mesmo com um a menos e, após o número de jogadores em campo se igualar novamente, o caminho para a vitória paulista ficou mais acessível.

No final das contas, a coragem do técnico argentino foi recompensada aos 29 minutos, através do golaço de Marinho. O atleta santista carregou pela ponta direita, trouxe para o meio se livrando da marcação e disparou um torpedo, de canhota, com rara felicidade, para jogar a bola no ângulo esquerdo de Gatito e inaugurar o marcador para o Peixe. Botafogo 0 x 1 Santos.

Depois de sofrer o gol, o Botafogo passou a atacar mais o Santos em busca do empate e, consequentemente, deixou bastante espaço para os santistas contra-atacarem. O time da Vila acumulou chances perdidas de aumentar a vantagem. Contudo, a defesa se mostrou sólida e conseguiu segurar o ímpeto dos donos da casa, garantindo a vitória e o empate em número de pontos com o líder Palmeiras.

Nesta semana, o Palmeiras, que vem de duas derrotas seguidas, enfrenta o Godoy Cruz na Argentina amanhã, às 20h30, pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores da América. O Santos, por sua vez, terá a semana toda livre para se recuperar e treinar, pensando no confronto da 12ª rodada frente ao Avaí, na Vila Belmiro.

E aí, será que o Alvinegro de Sampaoli tem chances de fazer frente ao Verdão e esquentar a briga pelo Brasileirão?

* Renan Riggo é jornalista esportivo (A Folha Esportiva) e assessor de imprensa da PPress Marketing e Comunicação

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