Do UOL, em São Paulo
A venda do defensor Eder Militão do Porto ao Real Madrid, confirmada hoje de manhã pelo clube espanhol, fará o São Paulo receber mais 5,8 milhões de euros (aproximadamente R$ 25 milhões) pelo jogador formado em suas categorias de base. Além do mecanismo de solidariedade da Fifa, os brasileiros ainda detinham 10% de uma negociação futura no acordo de julho do ano passado com os portugueses. Ao todo, o lucro tricolor com sua promessa chega a números próximos de R$ 43 milhões.
Militão defendeu o São Paulo entre 13 e 20 anos de idade, das categorias de base ao time principal, pelo qual realizou 57 partidas e marcou quatro gols. Apesar de não ter conquistado títulos, ele ficou marcado pelo bom desempenho no Campeonato Brasileiro de 2017, quando o São Paulo se salvou do rebaixamento, e também por ter sido lançado como profissional pelo ídolo Rogério Ceni em sua passagem como treinador. Após desavenças no processo de renovação contratual, o jogador que atuou em três posições (lateral, zagueiro e volante) no São Paulo foi negociado com o Porto em 2017 por 4 milhões de euros (R$ 18 milhões, na cotação da época).
No contrato, o São Paulo acertou que permaneceria com 10% de uma eventual negociação futura, e foi o que aconteceu na venda ao Real Madrid após menos de um ano: os brasileiros receberão 4,5 milhões de euros (R$ 19,4 milhões) - o clube português descontará comissão e pagará 10% sobre 4,5 milhões de euros, e não 5 milhões de euros. Os outros 3% são pelo mecanismo de solidariedade, o equivalente a 1,3 milhão de euro (R$ 5,6 milhões). Somando primeira venda, negociação futura e mecanismo da Fifa, são 9,8 milhões de euros (R$ 43,1 milhões).
O São Paulo já arrecadou R$ 54 milhões com vendas de jogadores em 2019. Além da quantia referente à "segunda parcela" de Militão, foram R$ 28,5 milhões pela venda de Rodrigo Caio ao Flamengo e mais R$ 7,2 milhões pela negociação de Tuta com o Eintracht Frankfurt. O clube do Morumbi tem meta de arrecadação com vendas para 2019 estimada em R$ 120 milhões. O número não é absoluto, é uma média baseada em anos anteriores, e nem precisa ser seguido à risca, embora seja o norte das operações. Para alcançar sua meta de vendas, o São Paulo não pretende afetar seu time titular, como informou o UOL Esporte.
Militão subiu para treinar com o time profissional do São Paulo em 2016, sob o comando do argentino Edgardo Bauza, e foi efetivado como profissional em abril de 2017, por Ceni. Ele jogou como zagueiro e volante sob o comando de Ceni e virou lateral-direito com Dorival Júnior no comando. No Porto, em menos de um ano, ele foi lateral e zagueiro, e na seleção brasileira, idem. Ele está convocado para amistosos de março, contra Panamá e República Tcheca.
Foto: Marcello Zambrana/AGIF (via UOL)
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