Seleção dirigida por Vadão vem de nove derrotas. Foto: Alexandre Schneider/Getty

Seleção dirigida por Vadão vem de nove derrotas. Foto: Alexandre Schneider/Getty

Está começando nesta sexta-feira mais uma edição do Mundial Feminino de Futebol, e o Brasil, que vem de nove derrotas em seus últimos nove amistosos, dessa vez não entra como favorito, e terá de jogar muito se quiser se classificar para a segunda fase.

Pelas últimas competições e pelos últimos resultados, a equipe favorita no Grupo C é a Austrália, algoz do Brasil no Mundial de 2015, e que tem como principal destaque a atacante Sam Kerr, goleadora de 25 anos.

Descartando a fraca seleção da Jamaica, adversária das brasileiras na estreia, no domingo, a disputa pela segunda vaga deve ser com a Itália. As italianas não são uma potência no esporte, mas fizeram uma ótima eliminatória, onde conseguiram vencer sete de seus oito jogos. O destaque é Cristiana Girelli, atacante da Juventus. Dá para se classificar, mas é preciso cautela.

Com o Brasil fora da lista dos favoritos, os holofotes se voltam para a França, que vai jogar em casa, Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra. Correndo por fora aparecem Holanda, Austrália, Japão e Canadá, e somente depois vem Brasil, Noruega e Suécia, equipes de tradição, mas sem grandes resultados recentes.

A França nunca conquistou uma medalha, em mundiais ou olimpíadas, mas o futebol feminino cresceu muito por lá, a Liga é ótima e o Lyon é o principal time do mundo, sendo tetracampeão da Champions League. Além disso tem jogadoras com a zagueira Renard, a volante Henry e a meia Le Sommer, que dão qualidade ao time.

Dos Estados Unidos não é preciso falar muita coisa. As americanas tem três títulos mundiais (1991, 1999 e 2015) e quatro olimpíadas (1996, 2004, 2008 e 2012). Além disso ainda contam com talentos como as veteranas Carli Lloyd e Megan Rapinoe e a artilheira Alex Morgan.

A Alemanha é a atual campeã olímpica e já foi duas vezes campeã mundial, em 2003 e 2007. Seu grande nome é Dzsenifer Marozsán, de 27 anos, que nasceu na Hungria. Ela dita o ritmo do time e ainda sabe fazer gols.

Finalmente a Inglaterra, que apareceu para o mundo em 2015, ganhando a medalha de bronze no mundial daquele ano. É um time de muita força, mas também tem talento, principalmente a atacante Nikita Parris, do Manchester City, de apenas 24 anos.

Correm por fora a Holanda, vice-campeã européia, que tem ótimas meias como Lieke Martens, do Barcelona, e Danielle van de Donk, do Arsenal, o Japão, campeão mundial em 2011, da ótima Mana Iwabuchi e o Canadá, que foi bronze na Rio 2016, vencendo exatamente o Brasil, por 2 a 1, além da Austrália.

Outra seleção que poderia estar nesse bloco seria a Noruega, campeã mundial em 1995 e ouro olímpico em 2000, mas suas chances diminuíram com a ausência da atacante Ada Hegerberg, de 23 anos, que atua pelo Lyon. Ela não aceitou a convocação em protesto contra a desigualdade de salários do futebol masculino e pelas condições ruins de trabalho.

O Brasil tem que primeiro pensar em passar da primeira fase e ir ganhando confiança no decorrer da competição. Vai iniciar sem Marta, que está contundida, e perdeu outras jogadoras importantes, como Adriana e a ótima lateral Fabiana, mesmo assim tem jogadoras de talento.

Veteranas como Formiga e Cristiane vão para seu último mundial, e jovens como Andressa Alves, Andressinha, Debinha e Ludmila, campeã espanhola com o Atlético de Madrid, marcando 11 gols em 26 partidas, querem fazer história.

Talvez o ponto mais fraco da seleção de Vadão seja mesmo a sua defesa, que vem falhando muito nos últimos amistosos, o que deixa o treinador preocupado. Mesmo assim se contar com uma boa proteção de Formiga e Thaisa, o problema pode ser minimizado.

Será o maior mundial feminino da história e espero que o Brasil consiga espantar os seus fantasmas e ter uma boa participação. Título é algo distante, assim como hoje seria demais esperar uma chegada nas semifinais. Eu ficaria contente com quartas-de-final, mas tomara que elas me surpreendam, torcida para isso não vai faltar.

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