Diferentemente de anos anteriores, o Brasileirão de 2019 termina sua primeira rodada com dois sérios candidatos ao título no G-4 e mais um terceiro, que embora não estando nesse patamar, também concorre à conquista do certame nacional, em razão do crescimento futebolístico dos últimos jogos.
Os principais favoritos ao título, integrantes do G-4 são o Palmeiras, que goleou o Fortaleza por 4 a 0, e o Flamengo que derrotou o Cruzeiro por 3 a 1. O outro candidato a campeão, correndo por fora, é o Atlético Paranaense, que bateu o Vasco por 4 a 1.
Brincando de líder, na ponta da tabela em pleno limiar do Brasileiro, está o Ceará, que despachou outro representante nordestino na competição, o CSA, pelo folgado marcador de 4 a 0.
Entre os favoritos derrotados na estreia, figuram o Cruzeiro, melhor campanha da Libertadores, o Internacional, classificado antecipadamente para as oitavas de final do certame continental, e o Grêmio que está a um empate de passar à próxima fase do principal torneio da América.
Esses três times são potenciais candidatos à conquista do Brasileirão, levando um leve favoritismo em relação ao também derrotado da 1ª rodada Corinthians e aos vencedores São Paulo e Atlético Mineiro, equipes que, como o Furacão, correm por fora, na busca do título de 2019.
O único resultado relativamente surpreendente nos jogos de abertura do certame nacional foi a derrota do Internacional para a Chapecoense por 2 a 0, mesmo considerando que o jogo foi realizado na temível Arena Condá, onde o próprio Inter já amargou uma goleada de 5 a 0.
A surpresa consiste no fato de o time de Odair Hellmann estar fazendo uma campanha esplendorosa na Libertadores, cuja disputa nem poderia ser invocada como pretexto, sob o argumento de poupar energias, uma vez que o colorado gaúcho já garantiu o primeiro lugar de seu grupo e vai a Buenos Aires para um confronto praticamente amistoso diante do River Plate, segundo colocado,
Já a derrota do Grêmio diante do Santos por 2 a 1, na Arena, foi um resultado cujos números da partida não traduzem o que aconteceu em campo no decorrer dos 90 minutos de bola rolando.
Houve dois momentos na partida em que tivemos uma vitória tática do técnico Jorge Sampaoli sobre Renato Portaluppi, no primeiro tempo, e uma recomposição gremista na segunda etapa, que bem poderia ter levado o dono da casa a uma virada histórica, que se tivesse acontecido faria justiça no resultado do confronto.
Depois que se recompôs em campo, o Grêmio fez valer a superioridade técnica de seu time sobre o adversário, lançando-se ao ataque e criando situações claras de gol, que só não movimentaram o placar, em parte por falta de precisão nos arremates, mas principalmente pelas excelentes defesas do goleiro Vanderlei, que acabou a partida como melhor jogador em campo.
A supremacia tricolor se fez sentir com maior ênfase, quando Renato corrigiu seu erro de escalação (uma marca registrada sua), substituindo Alisson por Diego Tardelli, Jean Pierry, jogador ainda verde, pelo experiente Luan, e, apostando no tudo ou nada, trocou o lateral Cortez pelo atacante Vizeu, tornando ainda mais consistente o bombardeio gremista sobre o último reduto do Peixe.
Diante dessa mudança de postura gremista, que transformou o Grêmio em dominador absoluto da partida, paira uma dúvida, a meu ver quase uma certeza, de que se Renato tivesse entrado em campo com Diego Tardelli e Luan no time, certamente não teria terminado o primeiro tempo amargando um 2 a 0 no placar.
Aliás, é preciso ser dito que, mesmo que o Santos tenha sido melhor no tempo inicial da partida, o resultado mais justo da primeira etapa teria sido 2 a 1, uma vez que o impedimento que anulou o gol de André, naquele cruzamento de Cortez, não revelou a clareza necessária para essa tomada de atitude por parte da arbitragem.
Foi um lance muito duvidoso que talvez uma consulta ao VAR - se houvesse - bem poderia ter levado o árbitro a mudar de ideia e validar o gol gremista.
Cumpre dizer finalmente que esses jogos de abertura do Brasileirão entram para a história como uma rodada que não deu chance ao empate e que praticamente não permitiu que "galo visitante cantasse em terreiro alheio".
Os mandantes dos jogos, na sua esmagadora maioria, fizeram valer a definição do termo e mandaram em seus domínios, derrotando os adversários visitantes e fazendo prevalecer o fator local.
As únicas exceções foram o tricolor gaúcho, perdendo para o Santos em sua Arena, e o tricolor carioca das Laranjeiras, que acabou derrotado pelo Goiás em pleno Maracanã, pelo escore mínimo
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