Seleção vence Peru por 3 a 1, na final, e Tite comemora estreia com título no Maracanã

Seleção vence Peru por 3 a 1, na final, e Tite comemora estreia com título no Maracanã

O Brasil ganhou a Copa América, estamos felizes, tudo muito bonito, mas não há nada de surpreendente para comemorar, pois,  como falei em comentário anterior, se o Brasil passasse pela Argentina - como realmente passou - iria para a final com a mão na taça. 
 
A vitória da seleção canarinha no jogo decisivo contra o Peru não foi fruto de um futebol brilhante, mas de uma boa apresentação que deu para o gasto. 
 
Prevaleceu a maior hierarquia técnica do futebol brasileiro, com uma ajudinha do fator local, uma vez que nosso país nunca perdeu esse disputa em seus próprios domínios. 
 
Não se sabe se esse título garante a permanência de Tite no comando da seleção, até porque é público e notório que o nosso certame continental interseleções não tem credencial técnica  para servir de parâmetro suficientemente capaz de aferir nosso atual poderio futebolístico.  
 
O treinador brasileiro, que pela primeira vez ganha um título à testa da seleção que comanda, precisa explicar algumas decisões tomadas na esfera de suas atribuições, que parecem um tanto quanto desconexas com a realidade dos fatos futebolísticos dos últimos dois anos. 
 
No ano passado, quando naufragamos diante da Bélgica, jogadores importantes que poderiam reforçar aquela seleção perdedora sequer foram convocados pela singela razão de não figurarem entre os "galáticos" que atuam na Europa. 
 
O exemplo mais clássico desse descaso foi a ausência do volante Arthiur, que não foi chamado para disputar a Copa da Rússia, mesmo tendo mostrado, já naquela ocasião, o seu enorme potencial.  vestindo a camisa do Grêmio.
 
Nunca vamos esquecer que bastou essa jovem revelação brasileira ostentar a jaqueta do poderoso Barcelona, para cair nas graças de Tite, ganhando status de titular na seleção com a qual conquistou hoje o título continental.  
 
Dessa veza, o treinador brasileiro, que só tem olhos para brasileiros que atuam na Europa. resolveu fazer um agradinho convocando dois jogadores do Corinthians e um do Grêmio para comporem a seleção na disputa da Copa América. 
 
A ideia inicial era não utilizar nenhum desse atletas no time principal, mas tão somente mantê-los no banco, sem lhes dar uma oportunidade, tal como aconteceu com o excelente zagueiro Pedro Geromel, que não foi aproveitado em nenhum jogo do certame mundial do ano passado e sequer foi convocado para reserva nessa Copa América que o Brasil acaba de vencer. 
 
Mas fazendo coro ao provérbio "Deus não joga mas fiscaliza", Tite viu-se forçado por circunstâncias diversas, notadamente a ausência de Neymar. a experimentar Everton entre os titulares, ainda que dando a esse jogador escaços minutos finais para mostrar seu futebol. 
 
Para  o "azar" de Tite e sorte da seleção, o "Cebolinha" não brincou em serviço e, no reduzido espaço de tempo que lhe foi concedido, escancarou seu potencial futebolístico, caindo nas graças da torcida e de setores da mídia, que passaram a clamar por sua presença efetiva no elenco principal.. 
 
Meio que decepcionado com a resposta positiva de Everton, principalmente nos jogos contra a Bolívia, o Peru e a Venezuela, Tite confirmou a presença do atacante do Grêmio na partida da semifinal contra a Argentina. 
 
Mas não perdeu tempo. Bastou o Cebolinha não repetir as boas atuações das partidas  anteriores, num primeiro tempo de jogo em que ninguém jogou nada, para Tite retirá-lo no intervalo do confronto, substituindo-o por Willian, que não repetiu diante dos argentinos o bom desempenho do jogo anterior. 
 
Pois bem, como a troca de Everton por Willian não surtiu efeito positivo no jogo da semifinal, Tite teve que "engolir" a volta de Cebolinha para o jogo decisivo da Copa América diante do Peru. 
 
Talvez para castigo do treinador, coube ao "patinho feio" (único jogador de time brasileiro entre os titulares da seleção) abrir o placar no Maracanã, aproveitando com muito senso de oportunismo o cruzamento decorrente da bela jogada de Gabriel Jesus, pela direita. 
 
Depois de abrir o placar em favor do Brasil, Everton ficou meio esquecido lá na esquerda, correndo o risco de Tite se aproveitar disso  para quem sabe tentar substitui-lo por um de seus preferidos do futebol europeu. 
 
Se essa ideia passou pela cabeça do treinador, ela acabou sendo abortada, porque o Peru acabou empatando o jogo, no pênalti cobrado por Guerrero, e Gabriel Jesus foi expulso minutos após ter feito o gol que colocara o Brasil, novamente,  à frente no placar. 
 
Diante desse quadro desfavorável Tite não teve coragem de retirar Cebolinha do ataque brasileiro, talvez temendo ser vaiado pela torcida.  justo no jogo em que comandava a seleção pela primeira vez no Maracanã.
 
Ainda bem que lhe faltou coragem para isso, pois foi numa investida fulminante de Everton que aconteceu a penalidade providencial que, convertida por Richarlison, tranquilizou a seleção brasileira, àquela altura do jogo pressionada pelo Peru, que buscava desesperadamente o gol de empate. 
 
Resumo da ópera. O futebol soberbo de Everton acabou minando a resistência de Tite em dar oportunidade na seleção a atletas que atuam no Brasil.
 
O técnico brasileiro jamais imaginou que Cebolinha acabaria sendo eleito melhor jogador dessa decisão, recebendo ainda o troféu de goleador da Copa América, superando Guerrero, também com 3 gols marcados, no critério de desempate representado pela assistência que dera num gol marcado por Gabriel Jesus. 
 
Aliás, vale observar aqui que Everton poderia ter chegado ao final da Copa América como goleador absoluto, com 4 gols assinalados, se lhe tivessem oportunizado cobrar o próprio pênalti que sofreu, algo que certamente o faria com êxito, tal como fez Richardison, visto tratar-se de um atacante goleador acostumado a colocar a bola nas redes adversárias. 
 
Tenho consciência de que, ao levantar essa questão, corro o risco de ser considerado injusto com o treinador Tite, em relação ao aproveitamento de Everton Cebolinha na seleção brasileira. 
 
Aceitarei qualquer critica nesse sentido e darei a mão à palmatória se alguém souber me explicar alguma razão convincente para o fato de Tite ter trocado Everton por Alllan, nos últimos cinco minutos de jogo, quando o placar já estava definido a nosso favor, e já gritavam "é campeão" nas arquibancadas do Maracanã.
 
Quando vi essa troca inútil, desnecessária e depreciativa, que soou como um tapa na cara do excelente Cebolinha, que fora decisivo nessa conquista,  me perguntei: será que Tite quis mostrar, no finalzinho da Copa América, que é ele que manda na seleção e tira do time quem quiser no momento em que bem entender ?
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Foto: UOL

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