Alvinegro carioca coloca por terra status de "Campeão da América" do vencedor da Libertadores. Foto: Vitor Silva/Botafogo

Alvinegro carioca coloca por terra status de "Campeão da América" do vencedor da Libertadores. Foto: Vitor Silva/Botafogo

Lino Tavares

Em meados do século passado, quando clubes como Santos. Cruzeiro, Flamengo e Grêmio conquistaram os primeiros títulos da Copa Libertadores da América para o Brasil, atribuíam-se a essa conquista o título de "Campeão da América", considerando a enorme superioridade do futebol praticado na América do Sul em relação ao que se praticava no restante do continente americano.

Neste século, a performance técnica do futebol jogado nesse subcontinente já não é tão superior assim a ponto de justificar a desconsideração que se tinha pelo praticado nas Américas do Norte e Central, mas mesmo assim continuou-se usando o termo "Campeão da América" para classificar o vencedor da Copa Libertadores.

Seria de bom alvitre que, a partir deste 11 de dezembro de 2024, jogássemos para escanteio esse misto de arrogância e mania de grandeza, limitando o título da Libertadores tão somente à expressão "Campeão da América do Sul" e não mais campeão do continente americano como um todo.

Coube ao Botafogo estabelecer esse divisor de águas nesse particular, sugerindo o fim desse vício de linguagem a que vínhamos incorrendo há bastante tempo, ao perder para o Pachuca, do México, por 3 a 0, sendo impiedosamente eliminado no Torneio Intercontinental criado pela FIFA.

Chamar o alvinegro carioca de "Campeão da América", deixando de lado o complemento do Sul, mais do que uma mentira seria uma presunção inaceitável por parte de quem se atrevesse a tanto.

Afinal, o atual campeão da Conmebol Libertadores acaba de medir forças e ser abatido pelo Campeão da Concacaf, que representa as Américas Central e do Norte, o que permite ao Pachuca se dizer, se não oficialmente pelo menos moralmente, "Campeão da América", como um todo...

Essa derrota do Botafogo, inesperada pela forma acachapante como aconteceu, dá asas à imaginação, fazendo supor que talvez o time botafoguense não tenha se tornado campeão do Brasil e da Libertadores na condição de melhor time do país e do subcontinente americano, mas sim na de equipe menos ruim de todas quantas disputaram o Brasileirão e o torneio subcontinental.

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