Gravar com Milton Neves no gramado da Seleção Brasileira é como entrar para a história da imprensa
Estádio Serra Dourada, 04 de junho de 2011
Brasil x Holanda - Goiânia-GOExatamente, à meia noite, o telefone tocou na minha casa.
Eu deveria estar em Las Vegas, no casamento do meu irmão, João Francisco Clemente Júnior, com a psicóloga Luciana Teles.
Como não estava, por causa dos preparativos para a cobertura da Seleção Brasileira, assistia a cerimônia ao vivo pela internet, no meu modesto apartamento na Rua Oscar Freire, em São Paulo.
Isso, claro, até descobrir quem estava do outro lado da linha.
Era Milton Neves. O único jornalista da imprensa mundial capaz de pegar o telefone de madrugada para falar sobre a história do futebol brasileiro...
"Chico, você não vai acreditar. Recebi umas 30 mil fotos históricas de jogadores antigos na redação.?
Evidentemente, perdi o beijo dos noivos, o arremeço do buquê, o discurso em inglês e todo o resto do casamento.
Por outro lado, entendi um pouco mais da alma de um cara completamente apaixonado por futebol e, dias depois, embarquei para Goiânia, de onde fecho a coluna, no Estádio Serra Dourada, palco da partida entre as Seleções Nacionais de Brasil e Holanda.
Exatamente, aqui, no ParaÃso Plano de Goiás, diante da competente coordenação de Ednilson Valia, encontrei uma das maiores relÃquias do esporte.
Da entrevista exclusiva feita com Valdeir, o The Flash, campeão do mundo pelo São Paulo em 1993, o retratro do jovem e desconhecido Zidane no Bordeaux da França.
Foto: Arquivo pessoal Valdeir / Cedida ao Portal Terceiro Tempo
Note, no mesmo time estavam Márcio Santos e Valdeir.
Soube que Milton Neves, ainda em São Paulo, comemorou a foto como se fosse um gol de placa.
E fico a imaginar a reação do apresentador e de todo o Brasil ao ver o que vem abaixo.
Trata-se da verdade que todo mundo sabe, mas que nenhum torcedor acredita.
Justamente na semana em que Ronaldo Nazário se despede da Seleção Brasileira.
As fotos de autoria do jornalista João Henrique Pugliese, cedidas, com exclusividade, apenas, ao Portal Terceiro Tempo, mostram a então namorada de Ronaldo Nazário, a modelo Suzana Werner, hoje, mulher do goleiro Júlio César.
O registro foi fotografado dentro do estádio Saint-Denis, momentos antes do inÃcio da final entre França e Brasil, pela Copa do Mundo de 1998.
Na primeira foto, o espanto de Suzana Werner ao ver que Ronaldo Nazário não estava relacionado entre os 11 titulares que começaram o jogo.
Foto: João Henrique Pugliese / Direitos Reservados
Na segunda foto, tirada alguns minutos depois, quando o mundo inteiro comentava que o Fenômeno havia sido sacado por Zagallo, a alegria da modelo ao receber a nova escalação e ver que Ronaldo Nazário, repentinamente, estava de volta.

Foto: João Henrique Pugliese / Direitos Reservados
Diante dos fatos, da imagem, da história e das fotos, afinal de contas, o que aconteceu?
Por quê Ronaldo Nazário foi cortado do time de Zagallo e poucos minutos antes do inÃcio do jogo apareceu, do nada, misteriosamente, entre os 11 jogadores?
Sabendo-se, hoje, da famosa convulsão do atleta, o que teria levado o Velho Mestre Lobo Zagallo a colocar em campo um atleta que trocou o hospital pela final do principal torneio de futebol do mundo?
Deixe aqui a sua opinião e leia abaixo a entrevista exclusiva realizada com o jornalista João Herique Pugliese, um dos mais competentes e qualificados repórteres da imprensa internacional.

João Henrique Pugliese, em Wembley
O exemplo aos jovens jornalistas:"Atualmente, sou editor de texto da TV Record no Departamento de Esportes. Tenho 40 anos. Comecei em 1989 no extinto jornal A Gazeta Esportiva. Fiquei lá até 1999. Depois fui para o Sportv, onde fui editor-chefe do Arena Sportv até 2005. Na seqüência me transferi para a rádio Jovem Pan, onde fui coordenador da equipe de esportes da emissora. Fiquei lá até 2009. Neste Ãnterim, editei a revista Show de Bola da editora Escala entre os anos de 1996 e 1998."
A primeira partida de Ronaldo com a camisa da Seleção Brasileira:"Em 1994, Roanldo era um menino de 17 anos que estava surgindo no futebol. As atenções estavam todas voltadas para Romário, que prometera o tetra aos brasileiros. Estive ao lado do ilustre Sérgio Baklanos, que hoje não está mais entre nós, mas que com certeza nos deixou muitos ensinamentos, cobrindo a seleção brasileira em Florianópolis, pelo jornal A Gazeta Esportiva, Brasil 3x0 Islândia. Naquele jogo surgiu Ronaldo e também Viola.?
Ronaldo na Copa do Mundo de 1994:"Durante o Mundial dos EUA, Ronaldo foi coadjuvante. Na festa do tÃtulo, os holofotes estavam voltados para Romário e não podia ser diferente. Pude observar o tÃmido Ronaldo, deixado de lado, mas indo para o seu quarto, nos Estados Unidos, ao lado de uma bela americana. Neste quesito, ele já era um Fenômeno.?
Ronaldo na Copa do Mundo de 1998:"Quatro anos depois, em 1998, na França, também pela Gazeta Esportiva, foi a vez de acompanhar Ronaldo em plena forma. A cobertura era especial. Sempre estávamos na cola do Fenômeno. Ele treinava sempre e as dores no joelho não desapareciam. Mas ele estava em campo. E resolvia. Era o grande nome da seleção e da patrocinadora oficial da seleção também. Na semana da final contra a França, tensão sobre o jogador de 21 anos. O joelho não aguentava mais. Era infiltração atrás de infiltração. Até que chegou a hora do jogo. Estádio Saint Dennis completamente lotado.?
Por trás das câmeras, na final de 1998:"Mas e Ronaldo? Ronaldo seria o contraponto. Seria. Momentos antes do inÃcio do jogo, os jornalistas tiveram acesso à s duas escalações, norma Fifa em todos os jogos. No ataque, Edmundo. Cadê Ronaldo??? A mesma pergunta se fazia Suzane Werner, na época namorada do craque, que estava sentada na fileira superior à minha (foto 1). Correria pra lá. Correria pra cá. O jornalista Ricardo Setyon, que trabalhava pra Fifa, foi até o vestiário da seleção para obter mais informações. Para surpresa geral, outro papel foi distribuÃdo. Agora sim. Lá estava o Fenômeno. Suzane Werner, enfim, sorriu (foto 2).?
A partida:"No jogo todos já sabem o que aconteceu. Depois, vieram muitas histórias. Convulsões, noite de terror entre os jogadores na véspera. Todas histórias verdadeiras. O Dr. LÃdio Toledo pode até ter levado um fato novo para a outra dimensão, mas a verdade é que a França, de Zinadine Zidane, mereceu o tÃtulo.?
Zinedine Zidane:"Franceses entusiasmados. A França fazia uma campanha esplêndida. Zidane só não fazia chover. Mas as nuvens ameaçavam a se formar quando a bola começou a rolar. A chuva não veio, mas Zidane arrasou a defesa brasileira. Certamente até as nuvens francesas ficaram aliviadas com o primeiro tÃtulo francês e com o show de Zidane.?
Seleção Brasileira / Imprensa:"Estar presente em uma cobertura de Seleção Brasileira é como estar entre os melhores. É se sentir o melhor entre tantos. É tocar na banda sem se importar com o instrumento. É estar atento a tudo e a todos. Tudo é notÃcia. Qualquer movimento é suspeito. Todo questionamento é válido. Chegar à seleção é o auge na carreira do jogador, assim como é o auge na carreira do jornalista esportivo.?
Fale com Chico Santo:
chicosanto@terceirotempo.com.br
www.facebook.com/chicodeassis
Twitter: @futebolsanto
