Peixe é hoje o 16º colocado na tabela com apenas  24 pontos. Foto: Ivan Storti/Santos FC

Peixe é hoje o 16º colocado na tabela com apenas 24 pontos. Foto: Ivan Storti/Santos FC

Sempre que um grande clube acaba rebaixado no Campeonato Brasileiro, uma receita clara é seguida antes da queda. Aconteceu com Palmeiras, Corinthians, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Internacional. E até aqui, em 2021, vem sendo seguida a risca pelo Santos.

Depois de quase ser rebaixado no Campeonato Paulista, salvando-se na última rodada da competição, o Santos não tinha uma grande perspectiva para o Campeonato Brasileiro. Nem o mais otimista dos santistas imaginava a equipe brigando pelo título, poucos sonhavam com Libertadores. Mas por um tempo o time da Vila Belmiro deu indícios de que figuraria na zona intermediária da tabela. O problema é que tudo mudou nas últimas semanas e a zona de rebaixamento está muito próxima da Vila Belmiro.

O Santos cumpre hoje a maior parte dos requisitos que outros grandes cumpriram para se rebaixados: Crise técnica, crise financeira, troca de treinadores, problemas internos, protestos violentos de parte da torcida.

Ocupando a 16ª posição com 24 pontos, o Santos tem hoje 41% de chances de ser rebaixado, segundo o matemático Tristão Garcia, e vê um time absolutamente em crise.

O colapso financeiro não é novidade, afinal o Peixe foi devastado pelas antigas gestões, que afundaram o clube em dívidas. Hoje, o presidente Andrés Rueda tenta estancar a sangria, colocar as contas em dia e, obrigatoriamente, se vê obrigado a investir menos no futebol. Com o extracampo tumultuado, é natural que os problemas entrem no gramado e nesse cenário a crise se torna técnica também: as principais referências da equipe estão muito mal, especialmente o atacante Marinho, que vive uma fase terrível – o camisa 11 é acompanhado por jogadores experientes como Pará, Felipe Jonatan e Sánchez, que vêm muito mal nos últimos jogos.

Num clube que tanto problema, se tornou normal no Brasil que a bomba estoure no colo dos treinadores. Não por acaso, somando o auxiliar Marcelo Fernandes, que assumiu a equipe interinamente, o Santos teve quatro treinadores na temporada (Ariel Holan, Fernandes, Fernando Diniz e agora Carille). Outro fato comum é o surgimento de problemas internos, e o mais recente foi o desabafo do atacante Marinho, que manifestou seu desejo de deixar o clube e detonou o departamento médico, apontando erro em sua recuperação de uma lesão muscular.

E se as coisas não andam bem dentro de campo, a temperatura esquenta nas arquibancadas. Nos últimos dias, cresceu a pressão da torcida santista com o elenco. Protestos em tom de ameaça foram ouvidos na Vila Belmiro, inclusive com uma perseguição ao atacante Diego Tardelli, em episódio que virou caso de polícia.

A situação do Santos hoje é delicadíssima. No Paulista coube aos meninos salvar o clube do rebaixamento. A salvação no Brasileirão, porém, deveria passar pelos jogadores mais experientes, com mais bagagem e técnica para assumir a responsabilidade.  

São quatro jogos seguidos sem marcar gols, quatorze jogos sem vitória (somando Brasileiro, Copa do Brasil e Sul-Americana), e uma equipe que hoje está absolutamente abalada, sem confiança. Hoje é difícil imaginar qual será o caminho que livrará o Peixe do histórico rebaixamento.

O time de Carille tem pela frente agora Fluminense, São Paulo, Grêmio, Atlético-MG, Sport e América-MG nas próximas seis partidas. Desses confrontos, pelo menos quatro são confrontos diretos, já que São Paulo, Grêmio, Sport e América brigam na parte de baixo da tabela. Para iniciar a virada contra o Z4, o Peixe não pode nem pensar em perder um desses quatro duelos.

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