Atletas históricos, grandes nomes, com caminhões de títulos, consagrados, e com carreira mais do que consolidadas e que não precisam provar mais nada para ninguém têm uma significativa tendência a se colocarem numa zona de conforto na fase final de suas carreiras.
Por que mudar o que está dando certo? Por que buscar um lugar mais trabalhoso? Por que sair de onde tudo está encaixado? Essas não parecem ser questões que Cristiano Ronaldo se faz.
Ao escolher deixar a Juventus para jogar na Inglaterra, e ainda mais no Manchester United, o craque português mostra que ainda tem muita “fome”, e que ainda quer muito desafio.
Tudo indicava que o caminho seria o rival do United, o Manchester City. Noticiários europeus informavam que havia um pré-acerto entre o jogador e o clube comandado por Pep Guardiola. A saída da Juve estava encaminhada. Isso por si só já mostrava o quanto Cristiano está disposto a competir no mais alto nível, afinal, independente do clube, está se transferindo para a mais competitiva e qualificada liga do planeta.
Mas quando opta por retornar ao United, onde brilhou entre 2003 e 2009, o português vai atrás de um desafio ainda maior. Os Red Devils estão longe de ser a mesma potência que eram quando Cristiano foi contratado lá no início dos anos 2000. Com uma das camisas mais pesadas do futebol mundial, o United passou longe de se colocar entre as principais potências do Velho Continente há alguns anos.
A última vez que o clube de Old Trafford conquistou o campeonato inglês foi em 2013 e nos últimos dez anos esse foi o único título da Premier League levantado pelo clube.
Se olharmos para a Champions League, o clube vermelho de Manchester não chega a uma final da competição foi na temporada 2010/11, quando acabou derrotado pelo Barcelona. E o último título no principal torneio de clubes europeus foi na temporada 2007/08, quando bateu o Chelsea nos pênaltis justamente com Cristiano Ronaldo em campo.
O homem está muito afim. Está com muita fome. E a escolha pelo United mostra isso. Ronaldo poderia escolher qualquer clube no mundo, o PSG, voltar ao Real Madrid, ficar na soberana Juventus, ir para uma liga menos competitiva com o a MLS, retornar para o Sporting para encerrar a carreira justamente onde começou, ou até mesmo ir para a fortíssima liga da Inglaterra e atuar no clube que mais títulos vêm conquistando no país na última década. Mas não. O CR7 escolhe o United. Ele escolhe o desafio!
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