O saudoso narrador marcou época no rádio brasileiro. Foto: Reprodução

O saudoso narrador marcou época no rádio brasileiro. Foto: Reprodução

Brilhante nas narrações e dono de uma sensibilidade ímpar para o seu famoso "Cantinho da Saudade", Fiori Gigliotti (1928-2006) prestou muitas homenagens empunhando o microfone da Rádio Bandeirantes.

"Sou um homem do microfone graças a duas pessoas: Pelé e Fiori Gigliotti. Ambos moram no meu coração", diz Milton Neves.

Selecionamos uma das mais emblemáticas homenagens de Fiori, aos saudosos Lidu (lateral-direito de 22 anos) e Eduardo (ponta-esquerda de 24 anos), ambos do Corinthians, que morreram em um acidente de carro na madrugada de 28 de abril de 1969, na Marginal Tietê, na capital paulista.

A delegação do Corinthians retornara de ônibus do município paulista de Sorocaba, onde a equipe comandada por Dino Sani havia empatado em 1 a 1 com o São Bento, pelo Campeonato Paulista.

O ônibus deixou os atletas no Parque São Jorge, e de lá alguns voltaram para suas casas e alguns foram jantar em um restaurante no bairro de Santana, na Zona Norte.

Lidu, que havia tirado sua CNH há quatro meses, guiava seu Fusca, tendo como passageiro no banco da frente o amigo Eduardo.

Lidu acabou perdendo o controle do carro na altura da Ponte da Vila Maria, e ambos morreram instantaneamente, comovendo o País, em especial a torcida corintiana, que lotou o Parque São Jorge para o velório da dupla. Estima-se que mais de 30 mil torcedores tenham passado pelas dependências do clube na ocasião.

POLÊMICA COM O PALMEIRAS

O Corinthians tentou, junto à Federação Paulista de Futebol, inscrever dois atletas para substituir Lidu e Eduardo, o que seria uma exceção ao regulamento. Todos os clubes concordaram, menos um: o Palmeiras.

Wadih Helu (1922-2011), presidente do Corinthians, não se conteve, e passou a chamar os dirigentes palmeirenses de "porcos". Que tinham "espírito de porco" por não permitirem as novas inscrições.

A partir daí, as torcidas rivais passaram a chamar os palmeirenses de "porcos", apelido malfadado que acabou sendo incorporado pela comunidade alviverde a partir de 1986, em substituição ao "periquito", por iniciativa do então diretor de marketing do Palmeiras, oão Roberto Gobbato. 

ABAIXO, OUÇA FIORI GIGLIOTTI HOMENAGEANDO LIDU E EDUARDO NO "CANTINHO DA SAUDADE"

 

 

ABAIXO, IMAGENS DE REPRODUÇÃO DE JORNAIS SOBRE A MORTE DA DUPLA CORINTIANA E A ATITUDE PALMEIRENSE

 

 

 

 

 

 

 

Alamedas do Parque São Jorge no dia do velório de Lidu e Eduardo. Estima-se que 30 mil pessoas compareceram ao local para a despedida dos atletas alvinegros. Foto: Reprodução 

 

Em pé, da esquerda para a direita: Dirceu Alves, Lidu, Carlos, Clóvis, Edson e Diogo. Agachados: Paulo Borges, Adnan, Benê, Rivellino e Eduardo. A foto é da Revista do Esporte, de primeiro de março de 1969. Logo depois, em 28 de abril do mesmo ano, Lidu e Eduardo morreram tragicamente em acidente de carro na Marginal Tietê, em São Paulo.

Formação do Corinthians em 1969, com Lidu e Eduardo no time. Em pé, da esquerda para a direita: Dirceu Alves, Lidu, Carlos, Clóvis, Édson Cegonha e Diogo. Agachados: Paulo Borges, Adnan, Benê, Rivellino e Eduardo. Foto: Revista do Esporte 

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