Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Por Wladimir Miranda

Quem viu a imagem do gol de empate do Brasil contra a Nigéria, no modorrento amistoso da Seleção Brasileira na manhã deste domingo, certamente pensou que a seleção de Tite havia conquistado uma Copa do Mundo ou, no mínimo, uma medalha olímpica. Assim que Casemiro marcou, Matheus Rizzi Bachi, filho de Tite, abraçou o pai entusiamado. No olhar e no semblante, a reação de vingança.

Reação de quem não gostou das críticas feitas ao pai e ao fraquíssimo futebol que os pentacampeões do mundo mostraram nos ultimos quatro jogos sem vencer.

Na verdade, este time do Tite que aí está nada tem a ver com as seleções do Brasil que encantaram o mundo e colocaram cinco estrelas no nosso uniforme.

Empatar com a Colômbia, perder para o Peru e empatar com Senegal e Nigéria são resultados vergonhosos. E vergonhosa e entediante são entrevistas coletivas de Tite após os jogos.

Não se espera, pelo menos eu não espero, que a Seleção Brasileira mostre em campo futebol similar ao que o Flamengo de Jorge Jesus está exbindo, o que faz com que a equipe carioca esteja com uma mão e mais quatro dedos na taça de campeão brasileiro de 2019, antes da metade do segundo turno da competição, e faça com que ela seja favorita para ficar com a Copa Libertadores, mesmo que ainda tenha de passar pelo Grêmio e, muito provavelmente, pelo River Plate em provável final da competição sul americana.

Tite pode argumentar, e é verdade, que não tem o mesmo tempo que Jorge Jesus dispõe para dotar a seleção de um esquema tático vencedor.

Posso até concordar com ele, Tite, porém, lembro que ele teve um tempo razoável para fazer com que a seleção praticasse um futebol mais competitivo e envolvente na Copa da Rússia e não foi o que se viu.

O Brasil foi eliminado pela Bélgica, em uma partida em que os belgas foram superiores.

O que o torcedor quer de Tite nestes jogos amistosos é ousadia. Virtude que não teve na convocação para a Copa da Rússia, quando levou jogadores sem condições físicas, como Fred e Renato Augusto, só para citar dois exemplos.

Tite é um bom treinador. Já mostrou suas qualidades como técnico, em clubes e até na Seleção Brasileira, quando conseguiu a classificação para a Copa de 2018 de forma antecipada e ostentando uma longa e louvável invencibilidade.

O problema do Tite, e ele também cometeu este erro no Corinthians, e que ele adora uma patota. Na comissão técnica e no elenco.

Matheus Rizzi Bachi, o filho, citado acima, pode ter muitos atributos. Matheus já disse que fez cursos de especialização de futebol na Europa. Garante que ficou uma semana em Barcelona, vendo métodos de treinamentos. Não duvido que tenha ficado mesmo, embora não acredite que o fato de passar uma semana no Barcelona ou em qualquer outro clube europeu de ponta possa servir de argumento para qualquer profissional afirmar que está habilitado para ser auxiliar-técnico da Seleção Brasileira.

O cargo, e o poderio da seleção pentacampeã do mundo, exigem muito mais do que isto de um auxiliar-técnico.

O número de integrantes da comissão técnica da seleção de Tite impressiona. A última vez que contei eram nove membros. Não estão computadas ai as pessoas que trabalham nos setores aadministrativos, como a assessoria de imprensa, por exemplo.

Tudo bem que a CBF tem patrocinadores suficientes para bancar esta equipe toda. Afinal, a entidade conta com anunciantes de peso como o Itaú, Vivo, Gol, Semp, Fiat e outros do mesmo nível. O que significa que dinheiro não é problema.

Com o suporte técnico e tático que, espera-se, Tite tenha de seus ajudantes, é necessário que o treinador tenha mais coragem para abrir mão de jogadores que em campo mostram que não podem mais ser titulares da seleção. Thiago Silva e Marquinhos são criticados no PSG, Roberto Firmino, é um meia no Liverpool, e não atacante, como na seleção, e Gabriel Jesus está na reserva no Manchester City.

Vinícius Júnior, Gabigol e Bruno Henrique pedem passagem. Mas, quando convocados, entram em campo alguns minutos, insuficientes, claro, para mostrar o potencial que todos que acompanham futebol sabem que possuem.

Tite não dá sinais de que vai mudar a atitude e ser mais ousado. Além de dar privilégios ao “menino” Neymar, teima em manter no time jogadores que não fazem por merecer a camisa de titular. Caminha, pois, a passos de gigante para morrer abraçado com a sua patota.

 

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