Se o futebol é emocionante por causa da imprevisibilidade, a lógica consegue explicar o porquê de a bola não entrar por acaso no gol adversário

Se o futebol é emocionante por causa da imprevisibilidade, a lógica consegue explicar o porquê de a bola não entrar por acaso no gol adversário

Se o futebol é emocionante por causa da imprevisibilidade, a lógica consegue explicar o porquê de a bola não entrar por acaso no gol adversário. O Corinthians iniciou o processo de conquista do planeta ao apostar na continuidade do trabalho do seu técnico, humilhado ou "toliminado? sem dó na temporada anterior. De lá para cá, o treinador dispensou as estrelas para montar um grupo sem vaidade. Um elenco condicionado a engolir o ego para priorizar o conjunto. Um time que ganhou de um Chelsea mais forte por ter acreditado na "política do merecimento? de Tite. Joga quem está melhor. Simples.
 
Respaldado pelos atletas, já faz tempo que o gaúcho acerta tudo. O perdão ao "rebelde? Chicão em 2011. A saída de Adriano no começo de 2012. A troca de Júlio César por Cássio depois do Paulista. A aposta no recém-chegado Romarinho na Bombonera. A insistência em Guerrero. A substituição cirúrgica de Douglas por Jorge Henrique diante do Chelsea. Em um esporte cada vez mais marcado pela superficialidade das relações, Tite foi capaz de resgatar valores que andam esquecidos no mundo do futebol: comprometimento, caráter, união e respeito. O mundo, agora, está de prova.
 
O ano superlativo do Timão foi marcado pela "invasão? da Fiel ao outro lado do planeta. A presença de milhares e milhares de corintianos no Japão foi tão marcante quanto o título. A polêmica sobre o número real de alvinegros que atravessaram o globo torna-se minúscula perto da grandiosidade da festa. A batucada de centenas em um simples treino da equipe na remota Kariya, na região de Nagoya. O "mar preto e branco? na chegada dos torcedores aos estádios de Toyota, na semifinal, e Yokohama, na decisão. O enorme número de bandeiras e faixas espalhadas pelos quatro cantos das duas arenas. 
 
A Fiel recebeu elogios até dos executivos gelados da FIFA e foi tema de perguntas de jornalistas ingleses ao técnico e atletas do Chelsea, além de pauta para emissoras como a CNN e a BBC. Entretanto, ainda há quem tente diminuir a "invasão?. Aos céticos, ou invejosos, sugiro que ouçam com os olhos fechados à narração feita por José Silvério, na Rádio Bandeirantes, do gol de Guerrero. A precisão com que o locutor descreve o lance é acompanhada pelo aumento do "frisson? vindo das arquibancadas. No momento em que a bola entra, é impossível não sentir-se no Pacaembu.  Impressionante. Inesquecível. 
 

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