O mundo é uma bola. Que gira. No final do século 19, início do 20, futebol era hobby da elite. De origem inglesa, desfrutado pela nobreza. O povão apostava e torcida no turfe. Mudança vem a cavalo. Jóquei Clube virou programa para madame de coluna social; futebol, manchete de jornal.
Como na irracional política nacional, no futebol, o tempo é o senhor da razão. Movimento anti-horário, da esquerda para a direita, em acordo ao Velho Mundo. O Maracanã, construído para a Copa de 1950, foi concebido para o uso de todos. Para alegria de poucos, desde então, em obras, contínuas reformas. No alto, à época, tribuna de honra. Estofado grã-fino. Abaixo das cadeiras, a galera, para sentir mais emoção, pulando na arquibancada, em pé na geral. Multidão.
Depois de 64 (eita número zicado) anos, veio a segunda Copa no Brasil. Em vez de “onde a Arena vai mal, mais um time no Nacional”, a ordem progressista foi “onde o governador é amigável ao governo federai, mais uma sede no Mundial”. E, como prometido, mas em outro sentido, o futebol brasileiro nunca mais seria o mesmo. De tão diferente, a seleção sequer jogou no Rio. Rio de Janeiro, que, para os alemães, continua lindo.
E o povão? Continua sendo jogado para escanteio e aquele abraço! Ditadura do capital. Padrão Fifa. Em BH, em toda capital. O 7 a 1 não foi o final. Só o começo do fim. Preto no branco, na zona leste, agora é mais barato para um casal levar os filhos ao cinema no Anália do que ao jogo do time do povo. Sejamos franco, do lado oeste, traduzindo em verdinhas, a conta é a mesma.
Acabaram com a pirâmide. Com a divisão em castas. E com a geral. Mataram o setor popular. O estádio agora é uma grande arena vip.
Futebol marcha, torço para que seja reversível, para virar programa exclusivo de elite. Gourmetização da bola que atacou até a barraca de pernil da porta. Tempos modernos que remetem ao passado. Ao século passado, retrasado. Atraso.
Só o que não remonta ao passado é o campo. Não tem mais Mané, não tem mais Pelé. Nem o povo. Já era. Era David Luiz. O futebol optou pelo atleta fabricado de nome duplo e pela claque. A ideia é plateia, torcida de araque. O caro não dá barato!
Paulistão
Resultados de sexta
Audax 3 x 0 São Bernardo
São Bento 1 x 1 Ituano
Palpites de sábado
Palmeiras 3 x 0 Capivariano
Bragantino 0 x 1 Portuguesa
Ponte Preta 2 x 1 Red Bull
Marília 0 x 1 Penapolense
Palpites de domingo
Rio Claro 0 x 2 São Paulo
Corinthians 1 x 0 Mogi Mirim
Santos 4 x 0 Linense
XV de Piracicaba 1 x 1 Botafogo
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Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na web! É nóis na banca! É nóis na facu (FAPSP)!
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