Tadeu ligou sua infância, adolescência, seu pai e suas primeiras defesas... à minha carreira!!!

Tadeu ligou sua infância, adolescência, seu pai e suas primeiras defesas... à minha carreira!!!

Aos 51 anos de carreira, tão improvável e surpreendente, e quase 68 de vida, ainda não me acomodei sem jamais deixar de ser um foca, um juvenil.

“Quem perde o elã é tosquiado pela vida” (pensador Mauro Zioni Zaidan Sândoli Scaff Nicolli da Silva).

Foi na madrugada de quinta-feira durante o tradicional “Terceiro Tempo” do rádio brasileiro.

Mérito do repórter revelação-consolidada João Paulo Capellanes Camargo San Juan.

 

 

 

João Paulo Capellanes empunhando o imponente microfone da Rádio Bandeirantes

Era para ser uma entrevista como milhares, desde 1982.

Mas o goleiro Tadeu, o Tadeu Antonio Ferreira, paranaense de Joaquim Távora, 27 anos, já no "boa noite", ligou sua infância, adolescência, seu pai e suas primeiras defesas... à minha carreira!!!

E desfilou tudo que sabia a respeito do trabalho que acompanhou no rádio e na TV, desde sempre (OUÇA NO PLAYER ABAIXO).

E “sabia e sabe de mim mais do que eu” e dizendo sonhar um dia em estar no “Terceiro Tempo” da TV.

Vai acontecer quando ele puder e quiser.

Afinal, mais do que ser um belo goleiro, com as mãos e com os pés, Tadeu ganhou o Brasil ainda no campo, falando rapidamente primeiro ao microfone da Rede Globo, e depois por uns 20 minutos na Rádio Bandeirantes.

Vi e ouvi, impressionado, e pensei no estúdio: “Esse cara é diferente, um executivo do gol”, e mereceu justos elogios de Cléber Machado, o “George Clooney Global”, segundo Oliveira Andrade, o homem-alegria da mídia esportiva.

E depois calhou de Tadeu pedir – imagine!!! – para falar comigo ao ouvir meu nome citado pelo barulhento Capellanes naquela muvuca toda do Itaquerão.

E desfilou em ótimo português a sua vida na roça, seus sonhos, a carreira, a família, a Ferroviária e seus diferentes elogios ao torcedor do Corinthians.

Nenhum jornalista já tinha definido tão bem o que faz e representa o Fiel Torcedor na visão e sentimento de um goleiro adversário.

Para Tadeu, a Fiel tem que servir de exemplo para as outras torcidas. Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

Nada de mágoa pela derrota, mas orgulho pela Ferroviária, Araraquara, seu pai, seus companheiros, diretoria e comissão técnica.

Pode ser que me engane, mas a impressão que me deu o pós-jogo Corinthians x Ferroviária de Tadeu, foi que nasceu ali um bom e raro sucessor de Sócrates, o pensador brasileiro do Timão e da bola.

E, mais do que isso, pode ter nascido um exemplo de jogador que trocou as entrevistas folclóricas dos boleiros pela lucidez, muito além do campo de jogo.

Seu xará São Judas Tadeu deve ter sentido orgulho lá no céu nas reuniões diárias com seus 11 companheiros apóstolos que compõem o secretariado fixo de Jesus na Av. da Saudade, nº 33.

São Judas Tadeu, padroeiro das causas impossíveis

E São Judas Tadeu, o “Jude of Galilee”, “São Tadeu” ou ainda “São Matfiy” na tradição ortodoxa russa, continua em forma mesmo tendo morrido em 28 de outubro (mesmo dia que nasceu Garrincha) de 70 d.C.

Obrigado e parabéns, viu, Tadeu?

E viva o rádio, a TV, a mídia esportiva e o santo futebol, protetor de tanta gente então aparentemente com horizontes inalcançáveis.

Eu sei muito bem disso!

Caricatura do "milagroso" Tadeu, publicada pelo site oficial da Ferroviária

 

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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