MAURÍCIO SABARÁ: Biriba, desde pequeno sua vida é dedicada ao tênis de mesa. Seu pai, o Sr. Hermínio Rodrigues da Costa, fundou o Esporte Clube Beira Mar em cima da sua padaria. Ele já praticava o esporte? O que te passou em seus primeiros treinos? Quantos anos você tinha?
URIBACI RODRIGUES DA COSTA (BIRIBA): Meu pai praticava ping-pong quando era jovem, depois quando tinha 40 anos resolveu fundar um clube de ping pong. Meu primeiro contato com o esporte quando estava sozinho joguei a bolinha nas nuvens. Eu tinha 6 anos de idade . Com 7 jogava entre os adultos na 3ª turma.
MS: Em seu tempo a expressão tênis de mesa já existia, ou se dizia que era mais ping pong?
BIRIBA: São duas coisas diferentes. Ping Pong é uma invenção brasileira, aquele que eu jogava, mais ou menos como o futebol de salão (futsal). Hoje praticamente não existe mais. Eu nunca mais vi. Dizem que jogam em alguns lugares. Agora os termos tênis de mesa e ping pong são usados mundialmente, no entretanto ping pong sempre tem uma conotação mais familiar, recreativa enquanto tênis de mesa é o esporte de alto rendimento. No entretanto são jogados como tênis de mesa e não como ping pong como conhecemos. Mundialmente tênis de mesa e ping pong é uma coisa só, mas usados como explicado acima...
MS: 1958 foi um ano mágico para o esporte brasileiro, quando o Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo no futebol. Mas na mesma temporada ocorreu aquele que talvez foi o maior momento da sua carreira, quando os japoneses Toshiaki Tanaka e Ichiro Ogimura vieram ao nosso país para exibições no Parque do Ibirapuera, conhecendo-o, um menino de apenas 13 anos, que se tornaria o mais precoce atleta brasileiro a alçar um topo alto no esporte. Conte como foram essas performances.
BIRIBA: No primeiro jogo com Tanaka perdi por 2x1. No segundo venci por 2x0 sendo os sets de 21x10 e 21x 10. No jargão esportivo dois capotes. Foi quando meu nome extrapolou o meio mesatenistico e tornou-se um nome nacional e internacional (Japão e China). Um dos três brasileiros mais conhecidos nesses dois países. Venci 4 vezes Tanaka (campeão mundial de adultos de então) e perdi 3. Com Ogimura vice mundial ganhei 1 e perdi 4. Ambos foram bi-campeões mundiais alternadamente.
MS: O que mudou pra você no tênis de mesa após esses famosos confrontos? Participou de mais competições?
BIRIBA: Tornei-me uma figura pública requisitada para muitos eventos sociais e esportivos. Participei de 3 sulamericanos e 3 mundiais. Sendo que no mundial da China, bati o campeão mundial chinês Yung-Kuo- Tuan em sua própria casa com 15 anos de idade. Recebi um telegrama do presidente da Republica do Brasil Janio da Silva Quadros (presidente de então).
MS: Quando se fala do primeiro grande nome do tênis de mesa no Brasil, seu nome sempre é o primeiro a ser comentado. Mas muitos desconhecem de dois grandes mesatenistas, que foram o Jaques Roth e o Betinho, parceiros seus. O que tem a dizer sobre eles?
BIRIBA: Meus ídolos e mestres. Aprendi muito com eles. Se cheguei a resultados significativos devo muito a eles que tinham um nível muito elevado. Grandes campeões. Jackes foi companheiro de duplas por muito tempo e Betinho maior ídolo na ocasião companheiro de equipe. Formamos a seleção paulista e brasileira por muito tempo e por serem 10 anos mais velho, eram os espelhos que eu me baseava.
MS: Quem eram seus principais adversários na época à nível nacional e internacional?
BIRIBA: A nível nacional Betinho, Jackes, Hirasaki, Ivan Severo, ete. O Brasil tinha uma safra boa de jogadores. Internacional asiáticos e europeus.
MS: Comente sobre a sua forma de jogar? O estilo caneta era o único da época ou já se jogava no estilo clássico de segurar a raquete?
BIRIBA: Caneta era o predominante. Principalmente porque muitos jogadores tinham como origem o ping-pong e lá todos jogavam caneteiro. E quem dominava o cenário mundial eram os chineses e japonese e eram quase que todos caneteiros. Quando a China abandonou o estilo caneteiro em 1989, e passou a jogar clássico influenciou o resto do mundo que passaram a jogar em sua maioria como clássicos.
MS: No início dos anos 60 você era considerado um dos principais esportistas do Brasil ao lado de Pelé (futebol), Wlamir Marques (basquete) e Maria Ester Bueno (tênis)? Quem eram os outros talentos do esporte nacional?
BIRIBA: Citaria Bruno Hermany (caça submarina), Eder Jofre (Boxe, Abilio Couto (recordista da travessia do canal da Mancha), José Teles da Conceição e Adhemar Ferreira da Silva (atletismo), Amauri Passos (basket) , Claudio Rosa (ciclismo) e tantos outros extraordinários atletas.
MS: Houve algum título que você guarda com maior recordação?
BIRIBA: O primeiro título sulamericano com 13 anos nas quatro modalidades (fato único no mundo do tênis de mesa). Campeão de adultos de um continente com 13 anos.
MS: Além do clube do seu pai, quais foram os outros que você atuou? Sei que teve passagens significativas pelos clubes de maior rivalidade em São Paulo, o Corinthians e o Palmeiras. Poderia comentar sobre esses períodos?
BIRIBA: Palmeira e Corinthians foram os dois grandes clubes que joguei em meu auge. Wadi Helu era o presidente do Corinthiasn e Delphino Fachina do Palmeiras. Sinto muito orgulho de ter jogado nesses dois grandes clubes. Depois quando voltei, depois de 8 anos parados, passei por vários clubes. Dentre outros citaria Guarulhos (10 anos), Itaim Keiko (15 anos), Hebraica, C.A. Ipiranga e outros.
MS: Quais eram as grandes forças do tênis de mesa no seu tempo?
BIRIBA: Palmeiras e Corinthians.
MS: Na metade da década de 60 você foi convidado para dar apresentações de tênis de mesa antes das partidas dos Harlem Globetrotters. Por ser algo profissional, a Federação Brasileira de Tênis de Mesa não aceitou, punindo-o. Esse foi o motivo que fez com que abandonasse o esporte aos 21 anos, quando muitos mesatenistas estão em seu auge?
BIRIBA: Um dos motivos. Falta de apoio e como não sou de origem social bem aquinhoada, tive que ir trabalhar para me sustentar, pois o esporte até então era totalmente amadora. Exigia muita dedicação e não tínhamos retorno algum. Só fama, títulos e troféus. Mas isso não é suficiente para pagar as contas. Desculpe as palavras de desabafo.
MS: Depois de muitos anos afastado, resolve retornar ao esporte. Ao voltar sente dificuldades devido às novas técnicas e raquetes do tênis de mesa. Como fez para retornar ao velho desempenho e poder bater de frente com seus adversários?
BIRIBA: Sempre digo que quem voltou foi o Ubiraci e não o Biriba. Este ficou lá atrás com 21 anos. Foi por motivos de saúde, que eu pus primeiro que títulos e fama. Voltei por lazer mesmo e por amar o esporte. Por acaso consegui bons resultados. Acho que honrei o nome de Biriba
MS: Competindo com os veteranos, voltou a ser novamente um campeão, sendo difícil de ser derrotado. O bom e velho Biriba com a categoria da juventude?
BIRIBA: Nunca pensei nisso. Sempre joguei porque gosto. Mas nos veteranos os resultados vieram. Fiquei 14 anos invictos no Brasil. Mas vi que estava pesando muito. Tinha que trabalhar e outros afazeres. Eu estava me divertindo os outros não. Queriam me derrotar a qualquer preço. Então resolvi só treinar para manter a saúde.
MS: Nos anos 80 e 90 o Brasil obteve as primeiras medalhas em Jogos Pan-Americanos e a modalidade passou a ser disputada nos Jogos Olímpicos de Seul (Coréia do Sul) em 1988. O que tem a dizer sobre os dois grandes talentos brasileiros, o saudoso Cláudio Kano e Hugo Hoyama?
BIRIBA: Grandes campeões e fiquei feliz por darem continuidade ao desenvolvimento do esporte que eu e os praticantes de então plantamos. Exemplos de grandes campeões.
MS: Quem foi o grande mesatenista na sua opinião?
BIRIBA: Brasileiros tivemos vários (Ivan, Biriba, Betinho, Ricardo, Claudio, Hugo, Calderano e outros) Mundial (Chuang-Tse-Tung, Waldner, Liu- Guo-Lian, Jiang Jin Liang e outros).Hi
MS: Resuma as regras do esporte.
BIRIBA: Fico devendo , pois demandaria muito espaço. Tenis de mesa tem que ser jogado com raquete de borracha. Sets de 11 pontos, 2 saques de cada lado. No saques a bolinha bate primeiro no seu lado e assim por diante.
MS: O que achou do desempenho de Hugo Calderano nas Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016? Vê um grande futuro para o tênis de mesa brasileiro?
BIRIBA: Extraordinário. Faltou pouco para a tão sonhada medalha. Sua atuação e a cobertura do SPORT TV 3, deram grande visibilidade ao tênis de mesa e me parece que caiu no gosto popular. É um bom momento que só falta ser incrementado na prática. Mais praticantes, mais público e mais mídia o tênis de mesa ainda nos dará muitas alegrias.
Foto: Arquivo pessoal do colunista
MAURÍCIO SABARÁ: Waldir Peres, você nasceu na cidade de Garça, interior de São Paulo, em 02 de janeiro de 1951. Em sua infância na década de 50, quem te inspirou na posição de goleiro? Sempre atuou no gol?
WALDIR PERES: Bem era o Gilmar, que foi goleiro do Corinthians, Seleção Brasileira e Santos, campeão do mundo em 1958.
MS: Como foi o seu início no clube local?
WP: COMECEI NO GARCA FUTEBOL CLUBE EM 1967, COM 16 ANOS, JÁ COMO ATLETA PROFISSIONAL, SENDO CAMPEAO DA TERCEIRA DIVISÃO E SEGUNDA DIVISÃO E COLOCANDO O TIME NA INTERMEDIÁRIA, SAINDO EM 1970 PRA PONTE PRETA.
MS: Em 1970 é contratado pela Ponte Preta, que tinha uma excelente equipe, permanecendo no clube de Campinas por três anos. Você já começou como titular ou teve que brigar pela posição na Ponte, conhecida por ser um celeiro de grandes goleiros? Comente também sobre esse time.
WP: FUI RESERVA POR 1 ANO. TIVE QUE BRIGAR COM O WILSOM QUIQUETO PELA POSIÇÃO. A PONTE TINHA GRANDES JOGADORES, COMO DICÁ, MANFRINI, ROBERTO PINTO E TEODORO. UM TIME QUE FOI VICE- CAMPEAO PAULISTA EM 1970, PERDENDO PARA O SÃO PAULO NA DECISÃO.
MS: No ano de 1973 é contratado pelo São Paulo Futebol Clube. Como se deu essa aquisição da agremiação tricolor? Houve outros clubes que se interessaram pelo seu passe?
WP: NAO HOUVE OUTROS CLUBES. O SAO PAULO ESTAVA FAZENDO UMA REFORMULAÇÃO NO ELENCO E AÍ COMPROU O MEU PASSE E DO VOLANTE CHICÃO.
MS: O São Paulo vinha de uma boa fase, pois recentemente tinha sido bicampeão paulista em 1970/71. Na ocasião contava com um excelente goleiro, que era o Sérgio. Quais foram os ensinamentos que ele te passou? Você teve que brigar pela posição logo no início?
WP: TIVE QUE LUTAR PELA POSICAO. SIM, O SÉRGIO ERA UM GRANDE GOLEIRO.
MS: Já no Campeonato Brasileiro de 1973 era titular do gol são paulino. Suas atuações foram essenciais para que conseguisse a convocação como um dos reservas de Leão na Copa do Mundo da Alemanha? Quais são suas lembranças do Mundial de 1974?
WP: TINHA 22 JOGADORES JÁ CONVOCADOS PRASELEÇÃO. SATISFAÇÃO IMENSA, POIS TINHA VISTO ESSES JOGADORES SENDOCAMPEÕES MUNDIAIS NO MÉXICO EM 1970.
MS: 1975 é um ano marcante na sua carreira, pois vence seu primeiro Campeonato Paulista pelo São Paulo, além de ser pela primeira vez goleiro titular da Seleção Paulista e Brasileira. Destaque como foi o título estadual são paulino e essas primeiras experiências no gol das Seleções, um sonho de todo o arqueiro.
WP: FOI O MELHOR ANO, POIS GANHEI A BOLA DE OURO DA PLACAR COMO MELHORJOGADOR. DO ANO.
MS: A Copa do Atlântico de 1976 foi uma boa experiência no gol da Seleção Brasileira?
WP: SIM, ERA UM COMECO DENTRO DASELEÇÃO, ONDE TIVE A OPORTUNIDADE. DE SER TITULAR.
MS: Muitos dizem que houve o São Paulo antes e depois de 1977, pois foi o primeiro Campeonato Brasileiro do clube, decidido no início de 1978. Na final, contra o fortíssimo Atlético Mineiro, seu time ganhou nos pênaltis em pleno Mineirão. Você adotou uma tática que já tinha feito no título paulista, brincando com os atleticanos antes da cobrança. Foi uma tática sua ou algo pedido pelo treinador Rubens Minelli?
WP: FOI MINHA INTENÇÃO DE DESEQUILIBRAR O EMOCIONAL DO TIME DO ATLETICO.
MS: Vem a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, com você sendo mais uma vez reserva do goleiro palmeirense Emerson Leão, agora junto com Carlos, da Ponte Preta. Cite as qualidades de Leão e do goleiro da Ponte.
WP: GRANDES GOLEIROS, CADA UM COM SEU MÉTODO DE JOGAR.
MS: Depois de dez anos o São Paulo volta ser bicampeão paulista em 1980/81. A equipe era conhecida como Máquina. Foi o melhor time que você atuou? Relembre aquele excepcional elenco e comente sobre as duas campanhas.
WP: SIM ,FOI O MELHOR TIME DO SAOPAULO QUE JOGUEI .TINHA 6 JOGADORES NA SELEÇÃO: OSCAR , GETÚLIO, ZÉ SÉRGIO, PAULO CÉSAR, RENATO E SERGINHO.
MS: Da mesma forma que aconteceu com o Atlético, o São Paulo foi vice-campeão brasileiro em 1981 no próprio estádio, o Morumbi. Você considera que o Grêmio estava melhor no dia, merecendo o título?
WP: FOI UM JOGO EQUILIBRADO E O BALTAZAR, NA OPORTUNIDADE QUE TEVE, FEZ UM GOLACO, ACERTANDO UM BELO CHUTE NO ÂNGULO.
MS: Na mesma temporada de 1981, você se torna definitivamente o goleiro da Seleção Brasileira sob o comando de Telê Santana. Considera como o melhor momento da sua carreira?
WP: TAMBÉM FOI UM MOMENTO IMPORTANTE NA MINHA CARREIRA, SENDO DE FORMA DEFINITIVA.
MS: Não me estenderei muito sobre a Copa do Mundo de 1982, pois todos sabem que a Seleção Brasileira foi inesquecível, relembrando o futebol-arte de 1970. O que você atribui a derrota para a Itália, que tirou a equipe do Mundial?
WP: A ITÁLIA SOUBE JOGAR CONTRA O BRASIL, UMA SELEÇÃO QUE ENCANTOU O MUNDO.
MS: Explique o por quê da sua saída do São Paulo no ano de 1984, indo para o America do Rio. Entende que os dois títulos paulistas perdidos para o Corinthians em 1982/83 tenham influenciado na sua dispensa e de outros jogadores?
WP: SEMPRE EXISTEM MUDANÇAS NUMA EQUIPE DE FUTEBOL.
MS: Como foi sua rápida passagem pelo America, que na época era um time de destaque no cenário futebolístico carioca?
WP: PRA MIM FOI IMPORTANTE MINHA PASSAGEM PELO FUTEBOL CARIOCA, POIS HOUVE INTERRESSE DO FLAMENGO PELO MEU FUTEBOL.
MS: Entre 1985 e 1986 você foi goleiro do Guarani de Campinas, realizando boa campanha. Acha que o time tinha chance de ser campeão?
WP: TÍNHAMOS UM GRANDE TIME, COM O RICARDO ROCHA, JÚLIO CÉSAR E NETO COMEÇANDO A CARREIRA.
MS: Ficou surpreso quando em 1986 o Corinthians, time rival do São Paulo, o contratou? Houve muita cobrança no Parque São Jorge? Teve que disputar a posição com o Carlos, titular na Copa do Mundo do México? 1987 foi um ano marcante, de um time que de penúltimo lugar no primeiro turno consegue ser vice-campeão paulista?
WP: SIM, FIQUEI FELIZ POR RETORNAR À UMA EQUIPE GRANDE DO NOSSO FUTEBOL. VERDADE TIVE QUE DISPUTAR A POSIÇÃO COM O CARLOS. CONSEGUI NESSE CAMPEONATO E SER TITULAR.
MS: Em 1988 passa pela Portuguesa de Desportos e Santa Cruz. Houve cobrança das duas torcidas para você, um goleiro bem veterano?
WP: EM TODOS OS TIMES HÁ COBRANÇA.
MS: A contratação da Ponte Preta em 1989 foi um desejo seu, pra encerrar a carreira no clube que começou profissionalmente?
WP: SIM, FOI UM DESEJO.
MS: A partir de 1991 inicia a carreira de treinador, comandando por mais de vinte anos clubes considerados pequenos. Foi gratificante essa função? Pretende dar continuidade nela?
WP: FOI BOM, MAS DIRIGIR TIMES PEQUENOS É DIFÍCIL. MUITOS PROBLEMAS.
MS: Qual foi o jogo da sua vida?
WP: BRASIL E ALEMANHA.
MS: Quem foi o atacante que mais te deu trabalho?
WP: TODOS QUE JOGUEI CONTRA.
MS: A nova regra surgida no futebol do goleiro não poder segurar a bola quando ela é recuada foi por sua causa?
WP: DEVE TER SIDO, POIS OS GOLEIROS FAZIAM.MUITA CERA.
MS: Depois de você o futebol brasileiro teve goleiros destacados como Taffarel, Ronaldo, Zetti, Dida e tantos outros. O país esteve bem servido de arqueiros?
WS: SIM, ESTEVE BEM SERVIDO DE GOLEIROS.
MS: Para encerrar, por muitos anos você foi o jogador que mais partidas tinha pelo São Paulo. Coincidentemente quem o superou foi outro goleiro, o Rogério Ceni. Qual é a importância do Rogério para a história são paulina? Concorda como esse estilo diferente de ele atuar, usando bem os pés e ser o encarregado das cobranças de falta?
WP: SIM, DESDE QUE O TREINADOR DÁ ESSA OPORTUNIDADE AO GOLEIRO. O ROGÉRIO FOI UM GRANDE ARQUEIRO E MARCOU SUA PASSAGEM NO SAO PAULO.
Meu nome é Maurício Sabará, jornalista formado pela Universidade Nove de Julho (Uninove).
Desde pequeno sempre gostei da comunicação, mesmo meu sonho de criança era querer ser veterinário. Com o tempo percebi que minha paixão era outra, pelo meu interesse por fatos históricos e atualidades, dos quais sempre queria estar a par. Aos poucos fui conquistando o meu espaço, tendo boa experiência tanto na televisão quanto em rádio e sites.
Através do meu site é possível conferir toda a minha trajetória em Jornalismo, do qual destaco um programa de variedades na allTV, um blog do qual fiz entrevistas com baluartes do futebol, apresentador de um programa em uma rádio web, colunista do site Terceiro Tempo e autor do livro “O Generalíssimo Amilcar Barbuy”.
Além do site, também apresento o meu portfólio e um depoimento do jornalista Celso Unzelte sobre minha trajetória profissional.
https://www.youtube.com/watch?v=aSV1zZRQFO0
https://www.youtube.com/watch?v=vjcMctVmw-s
MAURÍCIO SABARÁ: Por que para o badminton foi escolhida uma peteca em vez de uma bolinha?
SEBASTIÃO DIAS: Por que o badminton é um esporte para gordo, magro, alto, baixo, atrai as pessoas, e é extremamente divertido. É pelo peso da raquete? O peso da raquete facilita crianças a partir de 5 anos a praticar o esporte.
MS: Cite as regras do esporte.
SD: São três: 1- O serviço é executado de forma cruzada. 2- são três sets de 21 pontos, 3- O toque na rede é falta.
MS: Badminton é um dos esportes mais praticados do mundo. No Brasil também teve e tem muita aceitação?
SD: Sim, mas ainda tem poucos praticantes.
MS: Quais foram e são as grandes potências do badminton?
SD: Os Asiáticos dominam o circuito mundial, China, Malásia, Indonésia.
MS: Cite também os maiores atletas de todos os tempos!
SD: Lin Dan, Piter Gate, e LEE CHONG
MS: Como o badminton passou a fazer parte da sua vida?
SD: No momento que tive contato com essa raquete alienígena, em 1996, quando um professor me apresentou esse material esportivo.
MS: Destaque os grandes momentos da sua carreira, por sinal tendo a oportunidade de conhecer vários países!
SD: Inauguração do prédio da Miratus, a alegria dos jovens ao ganhar uma medalha, e ver nossos jovens irem para outros continentes, e serem respeitados, e a realização das atividades pedagógicas, Inglês, Português, Música, Informática e Matemática.
MS: Você faz um belo trabalho, revelando grandes nomes para o badminton e ao mesmo tempo contribuindo para ajudar crianças a fazerem parte de um novo mundo, tanto esportivamente quanto socialmente! Conte mais como tudo isso começou e seus projetos para o futuro!
SD: Tudo começou pelo meu passado social, fui internado na Funabem, dos 6 aos 18 anos, por um Ministro de Estado, onde minha mãe era sua empregada. Esse Dr. me ensinou uma lição muito importante, que é, não devemos afastar as pessoas uma das outras, de quem elas gostam. Aos doze anos, após a família do Ministro morrer, minha mãe aluga uma casa em Caxias, e pude passar as férias em uma casa que ela alugou, e para pagar o aluguel, trabalhava no lixão de Jardim Gramacho, onde me levou para trabalhar, catando Papelão, Comida para comer. Aos dezesseis anos, um instrutor de lanternagem me orientou o que fazer da minha vida, clareou meus caminhos, me deu atenção, me fez enxergar a realidade em que me encontrava, abaixo da linha da pobreza, e com isso eu mudei, trabalhei para reverter esse quadro. Fiz um dos melhores cursos com ele, fui para o SENAI e fiz um dos melhores cursos, passando para o quadro funcional da instituição FUNABEM. Meu sonho era fazer igual ao meu Mestre Isaias, dar atenção, orientar, tirar obstáculo da frente dos jovens, para que possam ir em frente, simplesmente retribuir o que fizeram por mim.
MS: Gostou da apresentação do badminton nas Olimpíadas do Rio?
SD: Gostei do badminton nas Olimpíadas, tivemos muita divulgação.
O Brasil fez um bom papel. Os brasileiros mandaram super bem.
MS: Acredita que algum legado tenha ficado para o Brasil?
SD: Não acredito, mas espero que eu seja surpreendido, que sim, fique esse legado.
MS: Como você vê o futuro do badminton nacionalmente e internacionalmente?
SD: Com pessimismo, tem que melhorar a Gestão do Esporte no Brasil.
MAURÍCIO SABARÁ: Israel Stroh, fale um pouco sobre sua infância. Pelo que sei a paralisia cerebral foi algo diagnosticado depois, então a vida esportiva já fazia parte da sua vida.
ISRAEL STROH: Sim. Eu pratico esporte desde criança, desde meus seis anos. E já fiz de tudo (risos). Natação, futsal, tênis, basquete, badminton... mas o tênis de mesa foi o que deu certo de verdade. Minha infância sempre foi saudável. Como o esporte sempre fez parte da vida, os efeitos da deficiência foram sempre amenizados e continuam sendo.
MS: Foi com 14 anos que você começou de fato a praticar tênis de mesa. Como descobriu que tinha aptidão para o esporte?
IS: Foi como todo mundo aprende e é isso que eu gosto de falar em eventos que passo. Aprendi na escola, brincando... como todos aprendem a praticar o esporte que amamos. Comecei a melhorar e a sonhar mais alto.
MS: Outro esporte de raquete que você também se dedicou foi o badminton. Conte sobre essa experiência. Foi nele que percebeu que deveria participar de outra categoria, visando os Jogos Paraolímpicos?
IS: Eu no momento estava afastado do tênis de mesa. Interrompi a carreira nas mesas para me dedicar ao jornalismo e o badminton era meu hobby, meu lazer. Em uma das competições que joguei, acabaram comentando comigo que minha disfunção física me permitiria que eu jogasse competições paralímpicas. Aí eu decidi voltar ao tênis de mesa, que era onde eu era bom. No badminton eu era um pouco ruim (risos).
MS: Retornando ao tênis de mesa, coincidiu de você estar cursando a Faculdade de Jornalismo. Como conseguiu conciliar o estudo com o esporte?
IS: Eu já havia me formado no jornalismo. Eu decidi fazer do esporte a minha atividade principal quando eu estava chateado com as redações, com a perspectiva de carreira e vi no esporte a chance de realizar um sonho de infância. Eu já tinha passado por bons
empregos (TV TEM, TV Tribuna, Diário Lance!, Portal Terra, entre outros), mas achei que era hora de olhar para o tênis de mesa.
MS: Tênis de mesa é um esporte que requer um raciocínio muito rápido devido à velocidade do jogo e as variações no efeito. Para os atletas paraolímpicos existe um treinamento especial? Mencione também seu estilo de jogo.
IS: Não. O que fazemos no máximo é respeitar as dificuldades. Nosso jogo é um pouco mais lento, pois a velocidade entre os olímpicos aumentaria nossa margem de erro. Mas para por aí. Eu sou um jogador ofensivo, que busca muito as jogadas de finalização, mas que toma um cuidado em correr poucos riscos. Procuro ter a inteligência de escolher bem as bolas de finalização e as bolas para colocar em disputa.
MS: Muitos pensam que o saque do tênis de mesa deve ser feito apenas cruzado, mas sabemos que no jogo individual pode ser em qualquer posição da mesa e na direção que quiser, com tal obrigatoriedade sendo apenas nas partidas de duplas. É verdade que o saque para o cadeirante tem que ser cruzado?
IS: Não. O saque do cadeirante também é livre. A única regra é que no saque a bola tem que obrigatoriamente sair pelo fundo da mesa. Pode dar tantos pingos na mesa forem necessários, mas a bola deve sair da mesa pelo fundo. Se sair pelas laterais, se voltar para a rede ou se não sair da mesa, o ponto é invalidado e jogado de novo.
MS: Quais são as maiores forças no tênis de mesa paraolímpico? E quem são os grandes mesatenistas que você destaca?
IS: Os chineses obviamente são as grandes potências, mas estamos em um momento forte no Brasil e gosto de destacar os brasileiros. O Hugo Calderano é o grande ídolo da história e tão novo, nos dará muito orgulho. Gosto muito de ver o Eric Jouti jogar também. Aposto que ele será um ótimo parceiro do Hugo nesse ciclo.
MS: Quando o tênis de mesa paraolímpico começou a se desenvolver no Brasil? Você considera que há um apoio forte para o esporte?
IS: O esporte paraolímpico é muito forte e os resultados são prova disso. Não podemos reclamar de apoio, de jeito nenhum. Temos que aproveitar esse momento e buscar grandes resultados, fazer história e manter essa força por muito tempo. É esse um dos meus objetivos.
MS: Israel, antes de comentarmos sobre os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio, faremos um paralelo sobre sua carreira. Destaque seus grandes momentos, títulos e principais adversários.
IS: Meu grande momento na verdade foram nos Jogos Paralímpicos. Jogar no Brasil e com nossa torcida foi uma emoção enorme. É o meu grande estímulo, lembrar da torcida gritando meu nome. Entrei no grupo dos melhores jogadores do mundo da Classe 7, junto com rivais da China, Ucrânia, Grã-Bretanha, Holanda e França.
MS: Obviamente que o momento mais importante da sua carreira foi disputar os Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro em 2016. Por sinal você conseguiu o maior feito do Brasil na história olímpica do tênis de mesa, que foi a medalha de prata. Também tivemos ótimas participações de ótimas mesatenistas como Bruno Braga, Aloísio Lima, Danielle Rauen e Jannyfer Parinos. Relate sua participação desde a preparação, o torneio e a histórica decisão pelo ouro.
IS: O que marcou minha campanha foi meu auto-diálogo e minha preparação. Procurei sempre me preparar para todas as situações que eu viveria nos Jogos. Torcida, adversário por adversário, pressão, responsabilidade... estava pronto para tudo o que eu imaginei que passaria e passei. Ao mesmo tempo em que não me cobrava, não exigia de mim grandes resultados. Consegui curtir o momento, jogo a jogo, e os resultados foram sendo conquistados. Só que nessa preparação eu não me imaginei disputando uma final e cai em algumas armadilhas que eu não pensei que existiriam. Foi o que faltou para o ouro, além do grande adversário que eu tive que enfrentar.
MS: Nas Olimpíadas o Brasil também foi muito bem, especialmente pela excelente participação de Hugo Calderano. Essas excelentes atuações brasileiras, tanto nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, foram bem positivas. Você vê um grande futuro para o tênis de mesa do Brasil? E quais são os seus projetos, sendo um atleta jovem, de 30 anos?
IS: Eu imagino que viveremos dois grandes ciclos, com a geração que está em atividade. Prevejo muita evolução pois são jovens atletas e que têm muito para oferecer. Eu aos 30 anos não sou tão jovem, mas estou sonhando alto e com a disposição de um jovem. Somada à experiência que eu tenho, acho que poderemos ir longe até 2024.
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