Técnico,

Técnico, "vidrado" na conquista do Mundial, estimula a concorrência e mantém o elenco ligado

De Nagoya, Japão
Fotos e texto: @fabiolucasneves

Tite anda com o olhar vidrado, concentrado. Na cabeça do técnico do Corinthians, a maneira com que o time deve disputar o Mundial já foi definida e redefinida milhares de vezes. Quem acompanha a intimidade do treinador na concentração da equipe no Japão se acostumou a vê-lo sempre pensativo, como se conseguisse visualizar mentalmente detalhes das partidas do Alvinegro no Mundial.
Antes da entrada dos atletas para o treino desse domingo, em Kariya, Tite passou cerca de 20 minutos sozinho no gramado.

Apenas com uma bola como companheira, ele caminhou lentamente ao redor do campo, compenetrado, em silêncio absoluto, focado.

Mas engana-se quem pensa que o gaúcho de Caxias do Sul é centralizador. As decisões sobre as estratégias do time são discutidas abertamente com os companheiros da comissão técnica Fábio Carille, Geraldo Delamore, Fábio Mahseredjian e Cléber Xavier, fiel escudeiro de longa data.

A relação dele com os atletas também é franca. Durante o aquecimento, Paulo André e Martínez o procuraram para um bate-papo. Tite ganhou o grupo ao instituir uma briga sadia por uma vaga entre os titulares. Quem está melhor, joga. Simples assim.

Já faz algum tempo que Jorge Henrique (à esquerda) deixou de receber o colete azul reservado aos preferidos do treinador. No clube desde 2009, o atacante se esforça para recuperar o espaço.

A vontade excessiva de mostrar serviço levou o ex-botafoguense a dividir essa bola de forma ríspida com Emerson. Os treinos no Wave Stadium têm sido "pegados".

Prova disso é que, pouco depois, Sheik derrubou Jorge Henrique em outro lance forte.

Com a ajuda do médico e depois de receber tratamento, o baixinho se levantou para seguir na atividade. A intensidade demonstrada pelos atletas na preparação para o Mundial, desde Dubai, tem agradado a todos na delegação.

Guerrero treinou mais uma vez sem sentir dores no joelho e "fechou" a escalação do Corinthians para a estreia no Mundial. Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Douglas; Sheik e Guerrero. Onze atletas escolhidos puramente pelos próprios méritos. Palavra de Tite referendada pelos jogadores.
Curiosidades


Pouquíssimo notado pelas lentes dos fotógrafos e cinegrafistas, e também longe dos olhares da torcida, o auxiliar Fábio Carille dá instruções à beira do campo aos jogadores e troca gestos com Tite. É um dos homens de confiança do técnico.

O presidente Mário Gobbi confirmou a renovação do contrato com a Nike até 2022 (cerca de R$ 30 milhões por temporada) e a definição do valor do prêmio ao elenco caso aconteça a conquista do Mundial. Cada jogador receberá em torno de R$ 120 mil.

Para se esconder do frio, o repórter cinematográfico Sidney da Matta, da ESPN, usou uma espécie de touca ninja na terra dos samurais. O treino do Timão aconteceu sob uma temperatura de 2 graus. A sensação térmica era de -1.

No ar-condicionado do vestiário, o goleiro Cássio pôde ser submetido a uma sessão de fisioterapia. Bruno Mazziotti fez um tratamento preventivo no ombro do goleiro.

Separados no nascimento: o fotógrafo oficial do clube, Daniel Augusto Júnior, se divertiu ao encontrar um "irmão japonês" em Kariya.

E não é que nevou agora à noite (aqui) em Nagoya? A foto é do amigo André Henning, do Esporte Interativo.

Também há previsão de neve para a estreia do Corinthians contra o Al Ahly, na quarta-feira.



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SOBRE O COLUNISTA

Iniciou a carreira em 1999 na Rede Bandeirantes de Rádio. Passou pela Rádio Jovem Pan e empunhou por seis anos o microfone da TV Record. Desde março de 2008, é editor-chefe do site Terceiro Tempo. Em julho do mesmo ano, foi contratado para integrar o time de repórteres da Band.

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