De Nagoya, Japão
Fotos e texto: @fabiolucasneves
A Fifa determinou que TODOS os participantes do Mundial são obrigados a divulgar na manga das camisas de jogo uma campanha de assistência social do órgão, a "Football For Hope", cujo logotipo é verde.

Criado no Parque São Jorge, o gerente de futebol, Edu Gaspar, sabia que a repercussão seria negativa entre os torcedores e procurou a entidade para evitar uma "associação", mesmo que mínima, ao arquirrival Palmeiras. Em vão. Quando o assunto veio à tona, o dirigente, aos microfones da imprensa brasileira, só faltou pedir desculpas à Fiel.

Ironicamente, a bola do torneio, a "Cafusa", também conta com detalhes em verde. Antes que me perguntem, informo que o Corinthians não fez protesto oficial. Ainda.

Agora, falando sério... Essa polêmica, diante da importância da presença do Alvinegro no Japão, torna-se irrelevante. Na foto acima, o que chama a atenção? A criança que certamente adotará o amor do pai pelo Corinthians, mesmo do outro lado do mundo, ou os assentos verdes do Estádio de Kariya, palco dos dois treinos do clube na região de Nagoya?

Prefiro destacar o fato de o Corinthians ter uma torcida organizada e instalada no Japão com centenas de membros ativos. O Alvinegro faz parte do cotidiano dessas pessoas, apesar do fuso horário e da distância.

O garotinho, nascido em terras nipônicas, finalmente conheceu de perto os jogadores do time que os pais brasileiros não se cansam de exaltar dentro de casa.

A Fiel recebeu o reforço de alguns peruanos, que atravessaram o Oceano Pacífico em busca de melhores condições de vida.

A identificação dos andinos com o Corinthians atende pelo nome de Paolo Guerrero, uma celebridade no país natal. O atacante é embaixador da Unicef para o Peru e idolatrado pelo povo.

Em Kariya, uma bandeira do Peru foi jogada para Guerrero autografar. "Todo o meu país será o Corinthians no Mundial. É uma motivação a mais ver meus conterrâneos aqui. Eu estou fazendo tudo para atingir o sonho do título", disse o camisa 9.

Sonho compartilhado no mundo todo por milhões e milhões de torcedores. Nesse início de preparação no Japão, os nipo-brasileiros tiveram a possibilidade desejada por muitos de ver de perto os candidatos a herói da conquista.

Um deles, Danilo, exala tranquilidade. É como se o meio-campista estivesse envolvido na disputa de um torneio amador. Campeão com o São Paulo em 2005, ele quer comprovar a fama de pé quente.

Às vésperas do Natal, a Fiel quer o título como presente. Se isso acontecer, a polêmica sobre o logotipo verde da Fifa na camisa alvinegra será renegada à condição que merece: o esquecimento.





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