Boas histórias de Milton Neves nos GPs do Brasil de F1

Por Marcos Júnior / há Jul 2014
O jornalista fala do acidente de Clay Regazzoni com um Maverick no centro de São Paulo e o nome trocado de Mika Hakkinen

O jornalista fala do acidente de Clay Regazzoni com um Maverick no centro de São Paulo e o nome trocado de Mika Hakkinen

Durante muitos anos, Milton Neves comandou a abertura das transmissões do GP Brasil de Fórmula 1 pela Rádio Jovem Pan-AM.

Ele esteve ao lado de Nilson César, José Carlos Guedes, Claudio Carsughi, Flavio Gomes, Wanderley Nogueira e Fernando Caetano, entre outros. Aproveitando a semana da etapa brasileira, que acontece no próximo domingo, Milton lembra de várias histórias curiosas e engraçadas durante as coberturas dos GPs.

Em 1973, por ocasião do lançamento do Ford Maverick, aposta da montadora para concorrer com o Opala no Brasil, cada piloto que disputou a prova recebeu um Maverick durante sua estada em São Paulo, para poder se deslocar pela cidade.

"Eu morava na pensão dos muzambinhenses na Alameda Jaú (em São Paulo) e teve um GP daqueles iniciais aqui, com Ronnie Peterson, José Carlos Pace, Clay Regazzoni, foi quando lançaram o Ford Maverick (1973), que foi o carro oficial do GP de Interlagos. Era uma época romântica. Eu entrava na rádio (Jovem Pan) somente à tarde. Eu e um amigo, chamado Dulcinei Marras, o "Durce", descemos com um ônibus a Consolação (região central de São Paulo) e fomos a pé até o Hilton, o hotel onde ficavam os pilotos. Descemos do ônibus e todo mundo ouviu aquele ´cantar´de pneus. de repente `bum!´, era o Clay Regazzoni, ele meteu uns 200 quilômetros por hora na descida da Consolação e arrebentou o carro em uma árvore. A Ford havia emprestado um Maverick para cada piloto andar em São Paulo. Aí ele saiu dos destroços do carro, espanou a poeira e foi a pé também, até o Hilton Hotel. Eu não fotografei, não filmei, também nem tinha equipamento, mas essa imagem não saiu das minhas retinas", lembra Milton Neves, que também participou de coberturas da Fórmula Indy, nas 500 Milhas de Indianápolis.

CLIQUE AQUI E VEJA A PÁGINA DE CLAY REGAZZONI NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?'

Em 1999, no auge, o finlandês Mika Hakkinen protagonizou involuntariamente um momento muito engraçado na transmissão da Jovem Pan no GP Brasil.

"A Schincariol era nossa patrocinadora. O José Carlos Guedes estava fazendo a transmissão do warm-up. O Mika Hakkinen vinha em uma volta rápida (ele acabou sendo o pole e venceu a corrida naquele ano). Então, o Guedes trocou o sobrenome do finlandês: `aí vem a McLaren de Mika Heineken´ rasgando a reta dos boxes de Interlagos", diverte-se Milton.

CLIQUE AQUI E VEJA A PÁGINA DE JOSÉ CARLOS GUEDES NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?"

CLIQUE AQUI E VEJA A PÁGINA DE MIKA HAKKINEN NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?"

"Nos anos 90, o italiano Vittorio Brambilla já havia se aposentado (ele tinha uma oficina mecânica perto do autódromo de Monza) e eu sempre perguntava para os meus companheiros de jornada esportiva em Interlagos: `por onde anda o Vittorio Brambilla? E o Brambilla (já falecido) tem uma história incrível, na única prova que ele venceu na F1 (em 1975, no GP da Áustria) ele ficou tão empolgado depois de receber a bandeira quadriculada que acabou batendo no guard-rail, diz Milton.

CLIQUE AQUI E VEJA A PÁGINA DE VITTORIO BRAMBILLA NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?"

"Eu fui contato comercial da Jovem Pan durante 23 anos. E, durante dez anos, banquei praticamente sozinho esse contato com os patrocinadores para as coberturas completas da F1. Em um ano, nossos parceiros eram Conibra, Caltabiano e Rede Zacharias. Teve também a Tip-Top, fabricante de roupas infantis, e eu bolei um anúncio genial: `Tip-Top, o macacão do futuro campeão´. E eu `enchia o saco´do Nilson Cesar para que ele falasse o nome dos anunciantes quando estivesse abrindo alguma reportagem. Uma vez, após eu insistir muito, ele foi entrevistar o Nelson Piquet, durante os treinos para o GP da Hungria, em Hungaroring, que disse que só responderia a duas perguntas. E o Nilson começou, falando que era um oferecimento de Conibra, Caltabiano, Zacharias. Aí, quando falou Tip-Top, o macacão do futuro campeão, o Nelson (que já não aguentava mais esperar) disse que aquilo era demais, `roupinha de criança não!´, e saiu sem responder. Acabou sendo engraçado", finaliza Milton Neves.

CLIQUE AQUI E VEJA A PÁGINA DE NILSON CESAR NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?"

CLIQUE AQUI E VEJA A PÁGINA DE NELSON PIQUET NA SEÇÃO "QUE FIM LEVOU?"

Parte da equipe da Jovem Pan que cobria a F1 pela emissora na década de 90: Flavio Gomes, Milton Neves e o repórter Fernando Caetano.

Em 1996, logo após o GP do Brasil. A Williams-Renault (#5 de Damon Hill, que venceu a corrida) e a McLaren-Mercedes de Mika Hakkinen, quarto colocado na prova

Dentro dos boxes da equipe Williams, com o repórter Fernando Caetano, acompanhando o trabalho nos carros de Damon Hill e Jacques Villeneuve

Em frente aos boxes da Ligier. Atrás, tambor de gasolina da petrolífera francesa Elf. Na ocasião, guiavam pela equipe que também eram francesa, Olivier Panis e o brasileiro Pedro Paulo Diniz

Milton Neves também cobriu a Fórmula Indy. Na foto, ele entrevista o brasileiro Roberto Pupo Moreno, nos preparativos para as 500 Milhas de Indianápolis de 1994. "É verdade que você foi mandado embora de sua equipe porque você é feio?", perguntou Milton. Moreno riu muito e confirmou que "não basta ser bom piloto, é preciso ser bonito também".

Outra imagem de 1994. Nilson Cesar e Milton Neves na reta principal do Indianápolis Motor Speedway

CLIQUE NO LOGO ABAIXO PARA ACESSAR A HOME DE AUTOMOBILISMO DO PORTAL TERCEIRO TEMPO