Proponho uma trégua aos treinadores brasileiros. Paramos com as duras e justas críticas ao Nacional, em troca de um futebol mais solto, ofensivo, sem medo de perder e escorado no talento

Proponho uma trégua aos treinadores brasileiros. Paramos com as duras e justas críticas ao Nacional, em troca de um futebol mais solto, ofensivo, sem medo de perder e escorado no talento

Comparar o Brasileirão com a Copa do Mundo é um equívoco, quase um ato de insanidade. E por dois motivos: primeiro porque o Mundial é uma competição que reúne os maiores craques do planeta no maior evento do mundo da bola.

E segundo porque o futebol praticado por aqui é nivelado por baixo e não chegaria mesmo aos pés da organização e da qualidade do espetáculo praticado pelas seleções participantes da Copa do Mundo.

No entanto, é obrigação da imprensa e do torcedor cobrar um melhor espetáculo de quem comanda e atua no futebol brasileiro.

O técnico Mano Menezes, do Corinthians, reclama das críticas da imprensa ao futebol pobre e feio das equipes que disputam o nacional, a principal competição do país.

Segundo ele, nós, da imprensa, estamos ainda com o pensamento na Copa do Mundo e isso tem que mudar. O comandante alvinegro não está totalmente errado. Sim, admito que o Mundial segue ainda muito “fresco” em minha memória. E o maior espetáculo do mundo da bola é algo difícil de ser arrancado da memória. É fato.

No entanto, Mano não pode se melindrar com as críticas. Ponderar e pedir pés no chão no momento da crítica, lembrando que a Copa do Mundo já se foi é uma ressalva válida. Mas é importante que o treinador faça também um mea culpa e aceite a crítica ao baixo nível dos jogos no nacional.

Esse pragmatismo dos treinadores, inclusive do próprio Mano Menezes, de jogar pelo resultado é algo que enfeia o espetáculo. Isso poderia mudar, caso os comandantes abrissem mão do medo de perder o emprego e soltassem um pouco mais seus times.

O pragmatismo tomou conta há alguns anos do futebol brasileiro. Os times que jogaram um futebol diferente, para frente e escorado no talento, passaram a ser vistos como exceção e alvo muitas vezes de críticas por parte da concorrência. Isso mostra o quanto as coisas estão fora de ordem no futebol brasileiro.

O espetáculo aqui pode e deve melhorar. Nem vou cobrar organização e respeito ao torcedor, apenas uma maior qualidade dentro das quatro linhas, que sempre aconteceu e com isso conseguimos driblar as nossas mazelas.

O problema é que o futebol por aqui segue desorganizado e desrespeitoso ao torcedor e agora com uma qualidade ruim dentro das quatro linhas. Por isso as críticas vêm à tona. É inevitável não criticar o futebol de resultados, escorados na marcação e no medo de perder.

Proponho uma trégua aos treinadores brasileiros. Paramos com as duras e justas críticas ao Nacional, muitas delas ainda fomentadas pela nostalgia deixada pela Copa do Mundo, em troca de um futebol mais solto, ofensivo, sem medo de perder e escorado no talento.

Será que os treinadores topam? A proposta está de pé. O futebol brasileiro agradece.

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Foto: Daniel Augusto Jr / Ag. Corinthians

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