Atacante fez sua reestreia na goleada colorada diante do Olimpia. Foto: Ricardo Duarte/Inter

Atacante fez sua reestreia na goleada colorada diante do Olimpia. Foto: Ricardo Duarte/Inter

Se tem algo que reiteradas vezes acontece no Sport Club Internacional é o reconhecimento aos seus ídolos.

São muitos os casos de amor epidérmico dos colorados por jogadores como Andrés D´Alessandro e Fernandão — e outros mais antigos —, casos de Falcão, Valdomiro e Figueroa, ou fuçando ainda mais em gavetas empoeiradas, por Carlitos, Larry e Tesourinha.

A lista é grande.

Taison, que havia disputado apenas três temporadas pelo Inter, entre 2008 e 2010, para depois fincar raízes no futebol ucraniano, está de volta.

Para quem não conhece os meandros de Porto Alegre, sobretudo aqueles nas proximidades do Beira-Rio, talvez tenham parecido exageradas as manifestações de apreço ao atacante pelotense.

Olhando seus números pelo Inter, há justificativas pertinentes.

No curto tempo em que defendera as cores do clube gaúcho, cinco títulos: dois gaúchos, uma Sul-Americana, uma Libertadores e a Copa Suruga.

Artilheiro do Campeonato Gaúcho e da Sul-Americana em 2009.

Não é pouca coisa. 

Ontem, pela Libertadores, em sua reestreia, bastaram 15 minutos de observação minimamente atenta ao jogo que terminou em goleada colorada por 6 a 1 diante dos paraguaios do Olimpia para que ficasse claro o quanto Taison é um jogador muito diferenciado, ainda veloz, no auge da experiência, aos 33 anos.

Comandou as ações ofensivas do time de Miguel Ángel Ramírez, distribuindo o jogo com uma precisão de passes não muito habitual em nosso futebol, tão carente em matéria de fundamentos.

A impressão que deu é que seus pares estavam ainda mais motivados tendo um atleta tão festejado no elenco, a ponto do treinador ter lhe entregue a braçadeira de capitão, antes de posse do volante Rodrigo Dourado.

Taison participu de jogadas dos gols mas não fez nenhum dos seis, de autoria de Victor Cuesta, Thiago Galhardo (2), Edenilson (de pênalti), Yuri Alberto e Caio Vidal, este um golaço, de bicicleta.

Taison nem precisou marcar.

Parece que a intuição dos torcedores colorados de bons dias com seu ídolo tem fundamento.

O eixo Rio-São Paulo não engoliu sua convocação para a Copa da Rússia de 2018. Tite, na ocasião, foi bastante criticado, e o atleta não foi devidamente aproveitado.

A torcida encarnada nunca questionou seu fiel atacante, que sempre se mostrou disposto a voltar ao clube de coração.

É verdade que o adversário do Inter, o Olimpia, não foi páreo duro na capital gaúcha.

Sergio Orteman, seu treinador (não sei se por muito tempo...), armou uma retranca à moda de Milton Buzzeto, mas que desmoronou com o futebol rápido, absolutamente vertical e sem rodeios do time de camisas escarlates.

Miguel Ángel Ramírez tem um bom grupo, como já era, e que foi turbinado com um jogador que pode fazer a diferença e liderar o time, a exemplo do que fez recentemente o argentino D´Alessandro.

Taison, ao que tudo indica, ao contrário de velhos ídolos de muitos clubes, não retornou para "bater cartão".

No bom sentido, pelo "couvert-artístico" apresentado na partida contra o Olimpia, "tomou conta" do time.

A galera do Beira-Rio agradece.

@marcosjuniormicheletti

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