A discussão não pode ficar presa a rasa bipolaridade do jogo ofensivo e jogo defensivo. Foto: Rubens Chiri/SPFC

A discussão não pode ficar presa a rasa bipolaridade do jogo ofensivo e jogo defensivo. Foto: Rubens Chiri/SPFC

Um bom futebol se joga com boas ideias. Um futebol ruim se joga com ideias ruins ou sem ideias. Existem várias maneiras de jogar futebol. Mas todas elas devem levar a vitória, afinal, se trata de uma competição. Qualquer ideia de jogo deve ter como fim o resultado. Um plano, por melhor que seja, se tiver fim nele mesmo não serve.

Não estou defendendo aqui o resultado a qualquer custo. Mas sim a conexão entre desempenho e vitória.

Tudo isso porque me chamou muito a atenção a explicação de jogadores e do técnico do São Paulo, Fernando Diniz, sobre a mudança de postura da equipe nos últimos jogos. Se justificou as vitórias obtidas sequencialmente com o argumento de que "tem hora que devemos abrir mão das ideias em favor do resultado". Oras, aqui vai uma contradição gigantesca: se a suposta ideia "antiga" não levava ao resultado positivo ela era ruim. Não servia. A tal ideia "nova" funciona melhor porque cumpriu o objetivo do jogo de futebol que é marcar mais do que um gol que o adversário.

A discussão não pode ficar presa a rasa bipolaridade do jogo ofensivo e jogo defensivo. Até porque a própria estética do jogo é questionável, dependendo sempre do ponto de vista. Eu, por exemplo, vejo muita beleza em uma defesa bem postada, com uma equipe que controla o jogo através do domínio do espaço e que sabe ser letal em rápidos contra-ataques.

Pep Guardiola tem seu estilo inconfundível de padronizar seus times em todas as fases do jogo porque acredita com todas as forças que é essa maneira que traz as vitória.

A evolução do jogo no Brasil passa não só por atacar melhor. Mas sim criar comportamentos e mecanismos individuais e coletivos que aumentem as probabilidades de êxitos. Caso contrário, será o jogo reativo por ele mesmo.

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