O São Paulo parece ter uma direção clara de qual caminho quer seguir. Foto: Site Oficial do Defensa y Justicia

O São Paulo parece ter uma direção clara de qual caminho quer seguir. Foto: Site Oficial do Defensa y Justicia

Hernan Crespo chega ao Morumbi credenciado pela recente conquista da Taça Sul-Americana com o Defensa y Justicia, uma equipe em ascensão na Argentina, turbinada por um bom investimento financeiro.

Mas não foi o troféu continental que seduziu os dirigentes tricolores. O São Paulo vê no argentino um treinador capaz de manter boa parte da filosofia de jogo aplicada por Fernando Diniz.

Apesar das críticas ao trabalho do antigo técnico, há um consenso no clube de que os pontos positivos são suficientes para impedir uma implosão total do trabalho realizado, e que é possível aproveitar uma base e evoluir a partir da chegada de Crespo.

Existem diferenças entre os treinadores, em especial na metodologia. Tendo como referência o Defensa, é possível imaginar a equipe são-paulina atuando de maneira mais vertical e explorando os lados do campo, por exemplo.

Independentemente disso, o argentino ou qualquer outro treinador que desembarcar no São Paulo só terá sucesso se houver paciência e um pensamento a longo prazo. A seca de títulos vai muito além do que acontece dentro de campo, envolve também a gestão política e do futebol no Tricolor.

Obviamente é difícil pedir paciência em um clube sem conquistar uma taça desde 2012. Há pressão da torcida, da política interna, mobilizada recentemente por conta da eleição presidencial, e até mesmo da imprensa.

Tudo isso em um país com uma cultura imediatista no futebol, que quer resultados para ontem, mesmo sem tempo para treinar e com uma maratona interminável de jogos.

Se não bastasse isso, há a adaptação natural de um treinador estrangeiro, que precisa, em primeiro lugar, conhecer seu lugar de trabalho e depois entender melhor como funciona o futebol local.

Escolher um técnico baseado na sua filosofia de futebol é uma evolução, mostra que o São Paulo parece ter uma direção clara de qual caminho quer seguir. Mas isso só terá validade se realmente houver convicção no projeto. Caso contrário, seguirá como um moedor de técnicos...

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