Diego Salgado
Do UOL, em São Paulo
É sabido que o meia Rodriguinho é avesso às redes sociais. Discreto, o jogador do Corinthians foge à regra dos boleiros, que passaram a usar plataformas digitais à exaustão nos últimos anos. Engana-se, porém, quem acha que o corintiano deixou de lado a alternativa de se conectar aos torcedores. Rodriguinho tem um perfil no Instagram intitulado de "Reidriguinho". O nome foi criado por Alexandre Marinho, irmão mais novo do meio-campista alvinegro.
É ele o responsável por todo o conteúdo do perfil "oficial" do jogador na rede social. A linha adotada nas legendas de fotos e vídeos é extremamente descontraída e bem-humorada, a começar pela descrição da conta: "Perfil sensacionalista e clubista. Gerenciado pelo irmão do atleta ("A mão do Rei")".
Em grande fase no Corinthians e cotado para fazer parte do grupo da seleção na Copa até o momento do anúncio de Tite, Rodriguinho já foi chamado, por exemplo, de "Özil de Itaquera" depois de marcar um gol contra o Palmeiras na primeira fase do Campeonato Paulista - o lance ainda foi descrito como uma "pintura a caminho do Museu do Louvre". Após fazer dois gols diante do Fluminense, o camisa 26 corintiano ainda recebeu mais um apelido: "James Rodriguinho".
Em entrevista concedida ao UOL Esporte, Alexandre, que se diz um fã de manchetes criativas, contou como se tornou uma espécie de assessor de imprensa de Rodriguinho. Além de gerenciar o perfil do atleta, o irmão também fica de olho nas reportagens em que Rodriguinho é mencionado. Depois, reúne o material e envia para ele. "Sou o assessor não-remunerado dele", brinca.
O perfil "Reidriguinho" foi criado em junho do ano passado, depois de Alexandre criar conteúdos similiares na sua conta pessoal. Segundo ele, as postagens recebiam muitas curtidas dos amigos. "Aí pensei em fazer o híbrido, porque assim a responsabilidade não cairia sobre o Rodrigo. Eu procuro apenas incentivar e maximizar algo bom que ele faz. Tem sido legal", explicou o advogado, que mora em Natal, onde os irmãos nasceram e cresceram.
O advogado, que é muito ligado ao irmão mesmo morando distante, disse que convenceu Rodriguinho a abrir a conta. "Eu falava que era importante ter o contato com a torcida e com o público em geral. Eu enfatizei para ele que rede social tem tanta força quanto televisão hoje. A gente passa mais tempo olhando para o celular, o que nem se imaginava há dez anos. Ele começou a aceitar a ideia", lembrou.
Além de implantar um discurso bem-humorado, Alexandre tem um papel fundamental no comando das redes sociais do meio-campista: o de filtrar os comentários negativos, que foi um dos motivos para Rodriguinho se manter longe do Instagram. "Eles acabam sendo prejudiciais, afetam o psicológico, o emocional, então ele se afastou. Mas ele vê todos os comentários", ressaltou.
Alexandre ainda conta que o termo a "A mão do Rei" foi escolhido por causa da série Game of Thrones, na qual ambos são fãs e assíduos espectadores. "[O nome] É de alguém que aconselha, do principal conselheiro do rei", disse.
A série, inclusive, é apenas um exemplo da sintonia entre os irmãos. No começo do ano, Alexandre passou alguns dias em São Paulo para fazer companhia a Rodriguinho. No bate-papo recorrente das madugadas, futebol era o assunto menos abordado. Cultura e política vinham antes. O interesse por esse tipo de conteúdo está ligado à educação recebida na infância. A mãe da dupla é professora de português e, de acordo com Alexandre, influiu muito para o pensamento.
Na infância, Alexandre até tentou seguir os passos de Rodriguinho para tentar a sorte como jogador de futebol. Os dois cresceram no bairro das Rocas, zona leste de Natal, onde tocam um projeto social com crianças carentes da região. Lá, jogavam bola descalço sonhando em se tornar jogador de futebol. Alexandre, no entanto, tem uma teoria para explicar por que a família Marinho não tem dois atletas.
"Eu era bom de bola, mas Rodriguinho era melhor. Para virar jogador de futebol é preciso ser o melhor da sua sala, do seu colégio, do seu baidrro, da sua cidade, eu não conseguia nem ser o melhor da minha casa. A peneira acabava ali [risos]", contou o advogado, que atuava como meia-atacante e na adolescência passou até a se dedicar ao atletismo.
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