O presidente Vanderlei Pereira quer ver a Ponte Preta atacando o Palmeiras na semifinal

O presidente Vanderlei Pereira quer ver a Ponte Preta atacando o Palmeiras na semifinal

Nos 116 anos de existência, a Ponte Preta nunca foi campeã e esse ano existe a possibilidade de levantar o caneco, já que está na disputa da semifinal do Campeonato Paulista – primeiro jogo acontece neste domingo, contra o Palmeiras.

Com essa possibilidade, a diretoria da Macaca já conversou com os jogadores e acertou um prêmio gordo caso o time seja campeão. “Dos R$ 5 milhões, R$ 2,5 milhões serão para os jogadores e outros R$ 2,5 milhões para o clube”, revelou o presidente da Ponte Preta, Vanderlei Pereira, em entrevista exclusiva ao Portal da Band.

Se o caneco realmente desembarcar no Moisés Lucarelli, o mandatário nem imagina o que vai acontecer. "São tantas coisas que passa pela cabeça. Um pode falar, eu vou beber por uma semana pra esquecer de tudo, outro pode pensar em fazer uma festa na chácara convidando a torcida, ou vamos pra dentro do Majestoso ficar dois dias batucando, cantando. São tantas coisas que eu imagino lavar a alma. Cada um festeja à sua maneira."

Mas antes de pensar em título, Vanderlei mantém os pés no chão e sabe que seu time vai encarar uma grande pedreira pela frente, que é o Palmeiras.

“A Ponte vai encarar o Palmeiras com respeito, como time grande, mas não tendo medo de ir para o ataque. Entrar em campo para ganhar o jogo tanto aqui quanto em São Paulo”, sentenciou.

Veja a entrevista completa a seguir:

Portal da Band: Como a Ponte Preta pode surpreender o Palmeiras nesta semifinal do Paulistão?

Vanderlei Pereira: Na realidade, a Ponte Preta é um time grande, com jogadores de muita confiança. Hoje a gente tem um técnico (Gilson Kleina) que consegue unir o grupo e tem feito isso muito bem nos últimos quatro jogos. A Ponte vai encarar o Palmeiras com respeito, como time grande, mas não tendo medo de ir para o ataque. Entrar em campo para ganhar o jogo, tanto aqui quanto em São Paulo.

No retrospecto recente, a Ponte leva vantagem sobre o rival. Isso ajuda nessa fase decisiva?

Sempre. Tem a questão de o tal time enfrentou outro e nos últimos oito jogos isso mexe tanto com os jogadores da Ponte quanto do Palmeiras. Não deixa de ser levado para dentro do campo.

Vai ter prêmio extra se passar à final e ser campeão? Quanto?

A cada fase tem uma premiação. Estamos dividindo ao meio, além de um prêmio extra. Demos R$ 200 mil pela passagem à semifinal e, se for passando, no final o prêmio que a Federação der pela classificação, tomará que seja campeã, se for você tem R$ 5 milhões, R$ 2,5 milhões para os jogadores e R$ 2,5 milhões para a Ponte.

Com a classificação à semifinal, a Ponte Preta pode ser considerada a quarta força do Paulista?

A Ponte sempre brigou com os três da Capital, que são Corinthians, Palmeiras e São Paulo, pois o Santos não é da Capital. A gente briga com o Santos pau a pau, embora o Santos seja tradicional e marcou pela época de Pelé. A Ponte Preta está brigando pra ser a quarta força do futebol paulista.

O que está faltando para a Ponte ser campeã?

A torcida tem que comparecer, que sempre é o 12º jogador e tenho a certeza que mais uma vez vai estar presente agora no domingo. É difícil responder por que a Ponte nunca ganhou um título nos 117 anos. O Gymnaysa, da Argentina, tem 130 anos, clube tradicional também, não conseguiu ganhar nenhum título. São momentos. A Ponte já foi vice no Brasileiro e no Paulista e quase beliscou a Sul-Americana. Às vezes faltou um pouco a tranquilidade não só dentro, mas fora de campo. Hoje a Ponte Preta está mais serena em todos os sentidos. Quem sabe esse ano é o ano.

Vocês têm algum acompanhamento de um psicólogo para acabar com essa sina?

Não tem nenhum trabalho psicológico. Na realidade, hoje temos uma comissão técnica composta pelos seus treinadores e auxiliares. Eu acompanho de perto. A gente procura bater um papo com todos os jogadores como aconteceu sábado passado antes de enfrentar o Santos, falei com a liderança como Vitor, Elton, Cajá, Welton, o Gilson Kleina (técnico). Batemos um papo mais de meia hora, ouvimos as reivindicações deles, que a diretoria estando ao lado deles dá mais motivação para que eles entrem em campo e joguem, briguem pela Ponte, pelo título.

Como você imagina que vai comemorar o título caso a Ponte seja campeã?

Seria um negócio maravilhoso. Você imaginou um time de 117 anos brigando para ter um título, você vai lá e consegue? São tantas coisas que passa pela cabeça. Um pode falar, eu vou beber por uma semana pra esquecer de tudo, outro fala eu vou fazer uma festa na minha chácara convidando a torcida. Ou vamos pra dentro do Majestoso ficar dois dias batucando, cantando. São tantas coisas que eu imagino lavar a alma. Cada um fosse festejar a sua maneira

E o presidente como festejaria?

O presidente ficaria muito feliz de dar um título para a Ponte Preta, para a cidade de Campinas. Seria um dos maiores prêmios da minha vida. Óbvio que fica marcado meu nome na história, mas eu não busco isso, meu nome. Busco, na realidade trazer um título para a Ponte Preta, logicamente está na minha gestão e vai ficar marcado pelo Vanderlei, mas não é por isso que eu luto. A briga é pelo título da Ponte Preta.

Se a Ponte for campeã, você vai fazer alguma promessa?

Não sou de fazer promessa. Você tem que ser realista, vivo o dia a dia, trabalho intensamente. Sou fora disso, de deixar o cabelo, a barba crescer, ir a pé pra não sei aonde. Pra mim a promessa é trabalhar mais ainda pra Ponte crescer mais do que já é representa, não só no futebol paulista, mas brasileiro.

Com essa campanha que a Ponte está fazendo, não teme o desmanche?

A Ponte não vai se desmanchar jamais. Está com um time bem armado, contratamos Cajá, Xuxa, dois laterais João Lucas e Fernandinho. Ao contrário, vamos se armar e não desmanchar.

O Potker já está acertado com o Inter após o Paulistão. Quem vai ocupar a vaga dele?

Estamos trabalhando vários nomes, vamos ter uma reunião com a equipe técnica, com vários nomes em pauta. Vamos ver quem vamos buscar. E a Ponte sempre surpreende porque estamos o tempo todo de olho no mercado. Além da base nossa temos sete jogadores jogando ou ficando no banco. A gente sempre surpreende, com pouco faz muito.

Qual é a mágica que o presidente faz pra procriar dinheiro, já que o que recebe é bem menor que o dos times considerados grandes?

A mágica primeira é não misturar o emocional com o racional, isso em qualquer empresa e principalmente no futebol, onde você é influenciado pelo torcedor, imprensa, amigos. Você não pode se levar pelo lado emocional. Tem que ser racional, gastar menos daquilo que recebe. O dia em que você gastar mais você deve, tem problemas em sua família, empresa e não vai deixar de ter problemas maiores no clube. Tem que ser bem pés no chão de não deixar o emocional ultrapassar o racional.

O que tem de verdade do interesse do Corinthians no atacante Claysson?

Interesse total, mas por enquanto não se fala em negociação, mesmo porque estamos ai em uma semifinal, Deus queira que passe para a final e mesmo depois Claysson é um jogador importante e não estamos cogitando nada no momento.

O fato de o Corinthians ter cedido Lucca e Yago não pode interferir futuramente nessa negociação?

O Corinthians e a Ponte tem um bom relacionamento, trouxe o Maicon e é um excelente jogador. Trouxe o Reinaldo, do São Paulo, que estava desacreditado, e hoje é um dos melhores laterais esquerdo que tem no Brasil. A Ponte tem esse dom de pegar um jogador que às vezes está esquecido, abandonado em expõe ele na vitrine. Não tem nada de negociações com o Corinthians em andamento.

Ponte e Corinthians não ficaram estremecidos com relação ao Potker?

Não teve nada da Ponte que impedisse na época que o Potker fosse para o Corinthians. Não sei exatamente o que ocorreu internamente no Corinthians, que desfez o negócio. Pode ter influenciado (de ele ter sido utilizado pela Ponte na Copa do Brasil), mas outros motivos devem ter contado. O Corinthians resolveu da forma que achou melhor aceitou pacificamente e tocou a vida adiante.

Foto: Rodrigo Ceregatti/PontePress

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