O atacante do Grêmio é uma jóia rara neste futebol de toques previsíveis . Foto: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

O atacante do Grêmio é uma jóia rara neste futebol de toques previsíveis . Foto: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

Podem falar que é um exagero, uma heresia deste rodado, pra não dizer velho, cronista da bola. Mas que a arrancada do Everton Cebolinha, que resultou no segundo gol do Grêmio marcado por Alisson, contra o Palmeiras, na noite da eliminação verde da Libertadores da América no Pacaembu, lembrou Pelé, lembrou.

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Partir para cima dos zagueiros no último terço do gramado, para usar a linguagem dos nossos tempos, era jogada típica do Rei. Fez isto inúmeras vezes quando surgiu e assombrou o mundo da pelota. E voltou a fazer já nos estertores de sua carreira, quando preocupava-se mais com os incontáveis e rentáveis compromissos fora dos gramados.

Everton Cebolinha é um atacante de lado do campo. Mas no lance contra o Palmeiras de Felipão, arrancou pelo meio e só foi parar na frente do goleiro Weverton, que soltou a bola, que sobrou para Alisson marcar.

O atacante do Grêmio é uma jóia rara neste futebol de toques previsíveis e raríssimas tentativas de dribles.

O Palmeiras também tem um jogador assim. Dudu costuma desequilibrar jogos na basae da ousadia. Mas, diante do Grêmio, ficou encaixotado na marcação severa imposta pelo time comandado por Renato Gaúcho.

E, por falar em Renato, ele é um caso à parte. Segue sendo falastrão, por vezes exagerando na autopromoção. Mas que aprumou a sua carreira com ótimos resultados e elogiáveis conquistas na equipe gaúcha é incontestável.

Ele mesmo diz não ser um estudioso da bola e dos campos. Mas mostra a cada vitória e conquista que está, sim, em dia com os métodos colocados em prática na bola mundial.

Se não está, tem a virtude de ouvir muito o seu auxiliar, Alexandre Mendes que, falam, é quem procura estar alinhado ao futebol que se pratica na Europa.

O futebol de muita marcação, toque de bola e dribles que a equipe gaúcha exibe é uma prova do despreendimento do seu treinador.

O Grêmio, mesmo com um elenco menos numeroso e bem mais barato do que o rival que eliminou na competição sul-americana no Pacaembu, credencia-se para voltar a dominar o Continente.

Com Everton Cebolinha fazendo jogadas que o Rei Pelé assinaria, uma defesa quase intransponível, onde destacam-se Geromel e Kanneman, e ainda contando com Diego Tardelli e Luan no banco de reservas, tem virtudes suficientes para conquistar o tetra da Liberta.

Colaboração de Wladimir Miranda

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