Pia Sundhage.
A sueca treinadora do brasil tem um passado e tanto.
Aliás, Pia é já parte da história do Brasil!
É ela a primeira técnica fixa de uma seleção brasileira em competições internacionais.
O que parece ser o sonho de consumo da CBF para a seleção masculina, acontece há 4 anos já na Seleção Feminina.
Aliás, não só acontece, como demonstra o quanto o Brasil está “avançado” em relação a outras seleções femininas nesta questão do futebol feminino.
Porque é na “era Pia” que o Brasil se transformou na vanguarda da equiparação de condições entre homens e mulheres nas seleções.?
Pagamentos, material, condições, equipe e administração de ponta, estão desde a chegada da sueca, totalmente idênticos, entre homens e mulheres que servem a seleção.
Pia é um nome famoso no futebol feminino mundial.
Treinou duas das mais importantes seleções do mundo, por bastante tempo: Os Estados Unidos de 2008 a 2012, e depois a Suécia, de 2012 a 2017.?
Jogou também, muita bola, na Suécia, e uma temporada na Itália, defendendo a Lazio. Atacante ágil, ela foi artilheira duas vezes da Copa da Suécia.
E isso em um tempo onde a Suécia era a maior exportadora de jogadoras de classe e potência.??
Ela foi titular da seleção da Suécia por oito anos, conquistando vários títulos, dentre eles, o de Campeã da Europa em 1984.
Hoje aos 63 anos, dirige a seleção brasileira, enfrentando com coragem críticas e expectativas.
Experiência ela tem.??
De sobra: além de atacante, ela também jogou como meia, e até de zagueira.?
Na infância, ela se vestia de menino, para poder jogar futebol com os amigos, na pequena cidade sueca de Ulricehamn, e não fazia feio! ??
Nascida em Marbäck, ela vem de uma família muito simples, pois o pai era motorista de ônibus e a mãe, garçonete.
Pia foi escolhida a melhor treinadora feminina do mundo em 2012.
E também faturou a Copa América com o Brasil em 2022, sendo a 1ª mulher a conquistar este troféu na história.???
Sua relação com o Brasil começa há muito tempo, quando se tornou fã de dois “produtos” brasileiros excelentes:
- Pelé?
- MPB
Ela, no violão, arranha muito bem músicas de seus ídolos na música popular brasileira, dentre eles, e acima de todos: Alceu Valença.
E também de Marisa Monte e Gustavo Lima entre outros.??
A questão dela com Pelé é profunda: ela diz que viu e reviu em vídeo, quando menina, todas as partidas do Rei, na Suécia, na Copa de 1958.
E se apaixonou eternamente.?A ponto de mudar de nome, nas partidas em que jogava, “rebatizando-se” para ser ela também chamado de Pelé.
Quando Pia iniciou a carreira, meninas simplesmente não jogavam bola.
Para poder participar de alguma forma, combinou com um treinador que jogaria no time dos meninos com o apelido "Pelle".
O disfarce durou três anos, e então ela foi descoberta.
Só com 11 anos de idade é que pôde enfim jogar como menina, e em um time feminino.
Mas ela também tem vários outros “ídolos”. Uma delas, está aqui, com ela, na Seleção Brasileira.
Poucos falam tão bem de Marta como Pia Sundhage!
A técnica sueca simplesmente se diz encantada com o estilo de jogo e com a personalidade da Rainha do Futebol! ??
A nossa técnica “musical” também tem uma quedinha enorme para com o cantor e compositor Bob Dylan.
Tanto que essa genial sueca, quando entrou no vestiário da Seleção Norte Americana, pela 1ª vez, como treinadora, diante das atletas atônitas, ela chegou cantando.
"The Times They Are A-Changin", ou seja: os tempos está mudando, literalmente, com a chegada dela.
Quando veio ao Brasil assinar o contrato com a Seleção feminina, participou de um evento chamado “Somos Futebol”, e ali também deu uma palhinha, sempre com músicas de Bob Dylan.
De minha parte tentei perguntar, busquei, pesquisei e questionei um monte de gente: por que Pia deu nome a um cachorro que ela tinha de…. Pelé-Cruyff-Beckenbauer ?
Um cachorro, três nomes, no começo achava que eram tres cães.
Mas a informação era de que se trata de um cachorro só, mesmo. Um cachorro chamado Pelé-Cruijff- Beckenbauer.?
E que quase ela coloca o nome de Marta em outro cachorro que teve!
Mas vamos falar da Pia no futebol.
Porque após a derrota para a França, fiquei muito surpreso com a explicação da técnica do Brasil.
Então, tentei saber mais dela, entender mais a sueca, para tentar saber o porque das explicações estranhas da treinadora, após a derrota contra a França.??
Pano rápido e passamos ao Mundial Feminino em 2007, na China.?
Com goleada e show de Marta e cia., a equipe atropelou os Estados Unidos por 4 a 0, na cidade de Hangzhou.??
Com este resultado histórico o Brasil e se classificou pela primeira vez na história para a final de uma Copa do Mundo feminina de futebol!??
Aliás, foi a goleada da Seleção Brasileira contra os Estados Unidos no Mundial de 2007, que precipitou a queda do treinador Greg Ryan que comandava as meninas do Tio Sam.
E essa mesma goleada imposta pelo Brasil, que permitiu que Pia fosse escolhida para o desafio de reconstruir a Seleção feminina dos EUA.
Um ano depois, a técnica Sueca mostrou ao que veio, e já levava os Estados Unidos ao Ouro Olímpico de Pequim.??
Numa final dramática, justamente contra o Brasil...
Se faltavam razões para que Pia fosse mais uma vez personagem de casos diferenciados, bastava ver como ela brigou com uma das mais famosas e populares jogadoras de futebol de todos os tempos: a goleira dos EUA, Hope Solo.
Foi durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.??
Em 2016, quando comandava a seleção feminina sueca na Olimpíada do Rio, Pia discutiu publicamente com a então goleira dos EUA, Hope Solo.??
Solo chamou a equipe da Suécia de "covarde" por ter optado por um esquema tático bastante defensivo.
"OK, somos `covardes´, mas vencemos. Hope sabe muito bem o que é uma equipe vencedora. Elas já ganharam muito. Desta vez passamos nós", disse a sueca, em alto e bom tom! ??
Tímida e geralmente tranquila, Pia virou notícia nos EUA, após simplesmente recusar um convite para ir à Casa Branca, conhecer o Presidente Obama e sua esposa.??
“Prefiro estar em campo. Com um par de chuteiras, entre jogadoras. Fazendo o que gosto. Conhecer gente importante não me fascina…”?
Bom, então temos a 1ª técnica estrangeira de qualquer seleção do Brasil.
Temos uma técnica escolhida como a melhor do Mundo em 2012.?
E contamos com a experiência de quem treinou duas das maiores seleções do mundo feminino, a Suécia e os EUA.
E eu, aqui em Brisbane, ainda tentando entender porque o Brasil não encaixou o jogo contra a França.
E porque o Brasil sofreu um gol exatamente de uma jogadora que sempre aparece de trás, cabeceia e é alta???
E me perguntava…porque , mesmo com essa técnica tão experiente….não havia marcação individual, maior, sobre a zagueira francês Wendie Reinard….?
Temos uma técnica que já ganhou não uma, mas três medalhas olímpicas.
E assim mesmo, quando questionada sobre o porque de Geisy ser titular do Brasil contra a França, apesar do gol e excelente desempenho de Bia Zaneratto contra o Panamá, Pia Sundhage falou coisas estranhas….??
”O gol muda tudo no futebol. Detalhes são importantes num jogo. Queríamos mandar a bola nas costas da defesa francesa…não conseguimos. Tentamos deixar as francesas preocupadas com nosso jogo. E não tivemos sucesso”
Ok,…mas porque Bia Zaneratto não jogou nem um minuto contra a França ?
Duas medalhas de ouro olímpicas com os Estados Unidos, em 2008 e em 2012, fazem de Pia, uma gigante do futebol feminino.
Outra medalha olímpica de Prata, no Rio em 2016, com a Suécia, transforma a técnica sueca em uma personalidade !
Mas então porque personalidade gigante e experiente de Pia, não cuidou e orientou a equipe do Brasil fazer uma marcação individual no escanteio, sobre a zagueira Reinard ?
(Que faz a maioria de seus gols assim…subindo no cruzamento em escanteios…)
Respostas exatas não recebemos.
Ao contrário: observando o banco brasileiro, o que se via era Marta, se aproximando nada menos que 12 vezes durante o jogo, à linha lateral, para gritar orientações para suas companheiras em campo.
Pia, se levantou 6 vezes.
Ficava em pé. ??
Alguma vez gesticulava um pouco. ??
Mas nada que fosse algum indicador de mudança de tática, ou que empurrasse o time, nos momentos de maior pressão francesa.?
Apesar das duas medalhas de Ouro Olímpicas conquistadas pelos Estados Unidos, em Pequim e Londres, Pia deixou a Seleção com seus métodos bastante questionados por algumas jogadoras.
Enfim, Pia tem nas mãos a seleção e tem nas mãos a esperança de trazer a primeira conquista internacional de peso, e a primeira estrela para a camisa do Brasil: o titulo mundial tão sonhado.
E ainda na última Copa do Mundo Feminina de Marta.??
Mas com estas falhas, e este futebol as vezes confuso da Seleção, é natural que se tente entender melhor o trabalho da técnica sueca.
Por exemplo de questões que estão sem respostas....como a feias após o jogo com a França...muitos questionam a ausência de Cristiane no ataque da Seleção.
Em grande fase no Santos FC, a atacante , apesar de ter 38 anos, é destaque no campeonato.??
Indagada sobre a ausência de Cristiane na lista das convocadas, Pia desviou o foco do assunto, estranhamente.
Para a pergunta específica, a sueca preferiu comentar sobre as atletas que foram selecionadas para disputa do Mundial .??
- "Acho que para mostrar respeito as 26 jogadoras que nós estamos levando, eu gostaria de falar dessas jogadoras, porque elas merecem ser o principal" - disse a treinadora.
Mas a pergunta não foi essa….
Um dos maiores símbolos do futebol feminino nacional, Cristiane é a segunda maior artilheira da história da Seleção, com 96 gols, atrás apenas da Rainha Marta, que soma 119 gols.
Vem então à tona, mais uma vez as críticas e dúvidas em relação ao trabalho de Pia no decorrer dos anos.?
Em 2016, nas Olimpíadas do Rio, quando, após eliminar os Estados Unidos na cobrança de pênaltis nas quartas de final, após empate por 1 X 1 no tempo normal, a goleira Hope Solo soltou o verbo contra a Suécia de Pia.
Irritada com a retranca sueca, Hope Solo reclamou depois do jogo. “Jogamos contra um monte de covardes. O melhor time não venceu hoje !”??
A preocupação excessiva de Pia com o sistema defensivo, o deslocamento constante de atletas das suas posições de origem, EXATAMENTE como ocorre atualmente com Kerolin e Antônia na seleção, trazem mais e mais perguntas.??
O passado de Pia realmente a coloca como uma das maiores técnicas da história.
Mas cabe lembrar aqui que antes de aceitar trabalhar no Brasil, Pia Sundhage era técnica da Seleção Sub-17 da Suécia….e não de qualquer equipe principal no mundo.???
Constantes desafetos da treinadora por aqueles que não lhe conferem um status de máxima autoridade no futebol feminino, segundo pessoas que trabalharam com a sueca, claramente são obstáculos já notados na sua passagem pelo Brasil.
Voltamos aos bastidores de França 2 - 1 Brasil.??
Quando as atletas cabisbaixas, passavam tristes em direção ao ônibus que as levava de volta à concentração, ninguém explicava o que ocorreu em campo, taticamente.
Erros”,.
“decisões precipitadas”
“temos que aprender com esse resultado”
E mais uma série de frases deslocadas da realidade que foi vista ali no gramado do SunCorp Stadium em Brisbane.??
Um Brasil que sofreu, que tentou com garra e muito preparo físico, aliás excelente trabalho da equipe técnica brasileira.??
Mas que taticamente estava “ espalhado” em campo.??
Um Brasil que perdeu a posse de bola dezenas de vezes, que via atletas passando bolas no vazio…onde nenhuma companheira estivesse.??
Um Brasil que não quer ser criticado, mas que em campo, foi feliz por uma só razão: nao deixar a França marcar mais gols.??
Há uma grande distância, ao que se vê, entre as jogadoras e a técnica sueca.??
Raça e dedicação não faltam!??
É visível o esforço, a garra e a vontade de vencer.
Mas taticamente, o Brasil não foi feliz em campo.
E quem devia explicar isso, não o fez.??
Pia Sundhage até usou uma palavra em português, na coletiva.??
Uma só.
Mesmo depois de quatro anos no Brasil, ela fez com que jornalistas brasileiros tivessem que usar o ingles para fazer suas perguntas, ou usar o tradutor da FIFA.??
A única palavra que Pia usou foi “capricha”.
Segundo ela, com o sotaque pesado quando mencionou o "capricha"...uma palavra que:
“quem sabe caberia bem no jogo de hoje. Faltou este capricho no toque de bola e nas finalizações”, disse ela.??
Talvez a explicação mais próxima de uma razão pela qual o Brasil perdeu, mais uma vez, contra a França.??
Ficam porem, aqueles 20 minutos quase, onde o Brasil conseguiu ser dono da bola, e dominar o jogo
Mas que depois, esvaiu-se?.
Desapareceu.??
Esperávamos encontrar onde foi parar esse momento positivo nas perguntas feitas à técnica do Brasil.
Mas não recebemos nada.??
Foi a ex-jogadora da seleção Fran, quem melhor explicou.??
Vejam o que ela disse :??
“Minha preocupação antes do jogo era se a gente ia entrar com o mesmo espírito que a seleção francesa ia entrar de decisão.
Claramente não entramos.
Fomos dominados no primeiro tempo, mas poderia ter sido dois ou três se a Letícia não tivesse bem atenta.
Ok, fomos para o segundo tempo e reagimos.
Nós até controlamos em alguns momentos, controlamos mais a posse de bola e o momento de mais serenidade foi quando empatamos, que estávamos com a bola no chão.
Fico extremamente chateada de levar um gol de bola parada.
Tudo bem que a mulher tem dois metros de altura, mas levar um gol desse, em um jogo tão complicado, aos 83 minutos, é para ligar o sinal de alerta.
Temos lições para tirar e precisamos virar a chavinha para Jamaica.
Do mesmo jeito que tem derrota que derruba, tem derrota que levanta e eu vou ficar com isso “.
Já, a própria Pia, só nos brindou com poucas frases.
Evasivas, e sem sentido claro para quem perguntava:??
“Nosso time não teve ousadia e alegria no primeiro tempo.
É claro que erros acontecem e isso não é um problema”
“Queremos um time mais feliz, com mais alegria e com o jogo bonito brasileiro, que não pode faltar.”
"Em torneios como este, é importante estar bem na defesa e criando chances. O futebol é um jogo de detalhes e de precisão, sobretudo, num campeonato de peso como a Copa do Mundo”.??
Só isso.
Que contra a Jamaica, o Brasil se encontre, pois o país inteiro está com a Seleção.?
Com esperança nas decisões e táticas de Pia Sundhage.