por Lucas Tieppo
Gustavo entrou para a história da Copa do Mundo de Futsal nesta sexta-feira ao se tornar o segundo goleiro a encerrar a fase de grupos de um Mundial sem levar sequer nenhum gol. Mas por pouco o jogador brasileiro naturalizado russo não ficou de fora da competição na Tailândia. Uma lesão na cabeça, que ainda lhe rendeu inevitáveis comparações com o goleiro do Chelsea, Petr Cech, quase o impediu de disputar o torneio.
Depois de levar uma pancada durante os playoffs do campeonato russo de futsal, em maio, Gustavo ficou internado por 20 dias e longe de qualquer atividade relacionada ao esporte por três meses. Na volta às quadras, o goleiro se viu obrigado a usar um capacete de proteção ? idêntico ao usado pelo camisa 1 do Chelsea.
"Foi um susto muito grande, um traumatismo craniano leve, mas graças a Deus deu tempo de me recuperar. Não teve risco de parar de jogar, mas sim de não disputar o Mundial pelo tempo de recuperação?, disse Gustavo ao UOL Esporte.
O goleiro da Rússia leva na esportiva a comparação com Cech. "É inevitável né? Mas brinco que se eu jogar metade do que ele joga, já vai estar bom demais?, afirmou.
Gustavo foi naturalizado russo no fim de 2010, mas já está fora do Brasil há nove anos. Neste tempo, o jogador já passou pelo futsal do Cazaquistão, onde jogou por cinco anos no Kairat. Desde 2009 o jogador vive na Rússia, onde já defendeu duas equipes ? atualmente está no Dínamo de Moscou.
No entanto, o processo de naturalização começou por conta de questões pessoais e não esportivas. "Sou casado com uma russa, chamada Zarina, e meus dois filhos nasceram lá. Recebi a proposta do meu antigo time, o Sibiryak Novosibirk, para me naturalizar e aceitei?, lembrou.
Gustavo afirma que não teve nenhum receio de se tornar russo e assim perder a chance de defender a seleção brasileira. No Brasil, ele jogou na Ulbra, no Carlos Barbosa e em Londrina. "Sai muito cedo do Brasil e a seleção era algo que não pensava na época, só queria ter a oportunidade de ser o primeiro goleiro de uma equipe?, afirmou.
O goleiro encerrou a fase de grupos sem ser vazado em nenhum dos três jogos da seleção na Copa. Mas, apesar do ótimo retrospecto também no campo ofensivo ? 27 gols nos três jogos -, Gustavo ainda vê Espanha e Brasil como favoritos ao título na Tailândia.
"Temos um grupo muito forte, preparado para enfrentar essas equipes, mas a questão é se estamos prontos para derrotá-las. São times muito experientes em grandes jogos e isso faz a diferença?, completou Gustavo.
Foto: UOL