Em meio a essas transformações, uma chama a atenção: a do Flamengo. Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Em meio a essas transformações, uma chama a atenção: a do Flamengo. Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

O futebol brasileiro está passando por um momento de transformação de relações, sejam essas relações comerciais, técnicas ou institucionais.

A chegada de novos exibidores esportivos é um alento para o público consumidor deste tipo de conteúdo e para os profissionais da área que podem respirar mais aliviados em meio à crise da pandemia. Mas essa mudança não pode ficar restrita a alguns, é preciso democratizar ainda mais a oferta. É bom saber que o esporte é um produto valorizado e atrai a atenção da opinião pública e dos anunciantes, desde que valorado pelo preço justo.

Em meio a essas transformações, uma chama a atenção: a do Flamengo. O clube mais popular do Brasil está se mostrando como o mais antipático por culpa exclusiva dos seus dirigentes. Desde o episódio dos meninos mortos no Ninho do Urubu, passando pelas questões políticas da Lei do Mandante, o time da Gávea está conseguindo se isolar e criar uma espécie de mundo paralelo, onde somente quem veste vermelho e preto parece ter valor.

A última confusão em que o Mengo se envolveu, a do jogo contra o Palmeiras no último domingo no Allianz Parque, escancarou o modo mesquinho com que os cartolas flamenguistas se meteram nos últimos tempos. O centro do universo parece ter nome, a Gávea.

Não há como questionar o ótimo trabalho de recuperação financeira realizado pelo Flamengo, mas isso acaba empanado pelas atitudes desprezíveis de quem está no comando da agremiação. Aliás, o Mengo anda experimentando em 2020 aquilo que o Vasco usou com protagonismo quando esteve sob as ordens do Eurico Miranda, época em que o Gigante da Colina era tido como o clube mais odiado do país por culpa de um destrambelhado.

Futebol é cíclico. Não há na história, registro de grandes times que tenham perpetuado um protagonismo por décadas. É bom o Flamengo aproveitar e usar esta fase para ganhar títulos, aumentar ainda mais sua torcida e colocar dinheiro no cofre, mas, principalmente, deixar um legado de gestão e empatia, porque o que se vê até aqui é um espetáculo de antipatia, arrogância e desapego à realidade.

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