Minas Gerais, não só pela posição geográfica que ocupa, mas também pelo misto de generosidade,  talento e bravura de seu povo, é considerada o coração e a alma do Brasil.                                                                    

 

É aos mineiros que devemos os ideais de independência, brotados na Inconfidência Mineira liderada por Joaquim José da Silva Xavier, o herói Tiradentes.                                                

 

Foi da engenhosidade do mineiro Alberto Santos Dumont que surgiu o primeiro dirigível mais pesado que o ar, conferindo ao Brasil a honra de se tornar a Pátria do inventor do avião.                                              

 

Uma das mais lindas canções brasileiras de todos os tempos, Aquarela do Brasil, nasceu do veio artístico do Imortal Ari Barroso, grande compositor mineiro.                                                                                                  

 

No futebol, não é diferente, pois foi na aconchegante Três  Corações, interior de Minas Gerais, que nasceu o eterno Rei Pelé, expressão maior do futebol mundial, que partiu para a vida eterna ostentando a coroa de Atleta do século.                                                                                  

 

São incontáveis os vultos  mineiros que com seus feitos escreveram, com pena de ouro, páginas gloriosas da história de nosso país.                                                          

 

Particularmente, apraz-me declinar aqui que devo ao mineiro de Muzambinho, jornalista Milton Neves, o privilégio de integrar a equipe de colunistas deste Portal Esportivo.                

 

Mas não é exatamente para exaltar o passado glorioso da boa gente das Minas Gerais que estou elaborando este texto, pois o presente mineiro continua a honrar o bom nome e a tradição de fidalguia desse Estado que sintetiza o que há de melhor em nosso Brasil brasileiro.

A razão primordial deste artigo é exaltar o exemplo maiúsculo de solidariedade revelado pelo Clube Atlético Mineiro, na manhã de hoje em sua bela Arena, substituindo o jogo adiado, que teria com o Grêmio pelo campeonato brasileiro, por um espetáculo emocionante que ficará indelevelmente guardado no coração dos gaúchos e na alma de todos os brasileiros.

No lugar do confronto, adiado pelas razões que todos conhecemos, o Atlético Mineiro promoveu um treino aberto ao público, com a renda dos ingressos destinada às vítimas da enorme tragédia meteorológica que se abateu sobre o Rio Grande do Sul. 

O Galo mineiro propiciou com esta iniciativa um raro e inesquecível acontecimento, que demonstra o espírito de brasilidade de nossa gente, que é capaz de sorrir em uníssono nos momentos de glória e em uníssono prantear os momentos de dor.

A linda e indescritível homenagem configurou-se aos olhos de uma plateia gigante de mais de 35 mil pessoas, onde se vislumbravam as cores da Bandeira gaúcha e se ouvia o Hino do Rio Grande do Sul, fluído de um círculo humano formado no centro do gramado, com se estivéssemos assistindo ao espetáculo na Arena do Grêmio ou no estádio Beira-Rio. 

A cena foi deveras indescritível. Por isso, compartilho o vídeo a seguir para que o leitor a veja e a analise como convém.