A tabela permite uma analogia perfeita. Lá no alto, respirando o celestial ar fresco dos céus, estão os times que disputam o título e as preciosas vagas para a Copa Libertadores. Embaixo, lá nos porões úmidos e malcheirosos da Série A, nada menos do que 11 equipes lutam para evitar a tristeza profunda, o vexame do rebaixamento.
Sim, nada menos do que 11 times, mais da metade dos participantes chegam à antepenúltima rodada com a nuvem escura do descenso sobre suas cabeças. Alguns estão a um passo do abismo, outros se salvam com um mero empate. De qualquer forma, nenhum está livre ainda.
São eles Juventude, Fortaleza, Santos, Vitória, Internacional, Ceará, Vasco, Grêmio, Atlético/MG, Bragantino e Corinthians. Perceba que entre eles há três campeões mundiais e outros três que também venceram a Libertadores. O que isso significa?
Em primeiro lugar, tanto clube tradicional em situação tão delicada indica que o futebol brasileiro passa por uma transição que privilegia os mais bem organizados, os mais adaptados à nova era mercadológica que privilegia aqueles administrados com profissionalismo e eficiência.
Nesse novo contexto, nem sempre o nome ou a quantidade de torcedores definem o desempenho de uma equipe. Está aí o surpreendente Mirassol para provar que talento e competência ainda se põem à mesa. Mas há algo que intriga: será que quatro rebaixados, ou 20% do total, não é uma quantidade exagerada?
Procuramos referência dos principais campeonatos do mundo e constatamos que na Itália, Inglaterra e Espanha caem três times a cada temporada; na Alemanha, dois, e um terceiro joga um play off com uma equipe da Série B, e em Portugal são dois.
De fato. Quatro é mesmo um número exagerado e isso pode provocar o que se vê agora: uma aflição, um dramatismo bem maior na parte de baixo da tabela, em que mais de uma dezena de clubes tenham evitar um mergulho na lama quente do inferno do futebol.
O termo é forte, mas há outro? Interromper e desfazer planos, esquecer os sonhos ousados de conquistas históricas e se contentar em sobreviver é desanimador para os grandes clubes brasileiros. A verdade, porém, é que a tristeza existe e o torcedor sabe que a história de um clube e de seus ídolos está repleta de momentos de alegria e dor que se alternam eternamente.
Por falar nisso, aí está, produzida pelo conceituado editor de arte Clero Junior, a capa da biografia de Toninho Guerreiro, um craque amado principalmente por santistas e são-paulinos, um artilheiro que marcou mais gols do que Pelé em uma temporada, alguém que viveu a glória sonhada pelos garotos dos campos de várzea e morreu amargurado por não ter jogado a Copa de 70.
A vida e a carreira de Toninho Guerreiro merecem ser conhecidas e preservadas. Foi um homem simples, generoso, objetivo, que tinha o dom de fazer gol, o talento mais importante do futebol, e morreu aos 47 anos quando se preparava para jogar com os amigos. O futebol lhe reservou as maiores alegrias e também a maior decepção.
Mas a tiragem de “O céu e o inferno de Toninho Guerreiro” será limitada, pequena mesmo. Se já quiser reservar um exemplar, entre na campanha de financiamento coletivo da Kickante e escolha sua forma de garantir um livro que fala da luz e da sombra do futebol.
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