As escolhas do craque e do multicampeão por PSG e Williams, respectivamente

As escolhas do craque e do multicampeão por PSG e Williams, respectivamente

Dizem que destino é como gosto: não se discute!

Tenho minhas dúvidas.

O gênio Ayrton Senna, como Osmar Santos precocemente com sua maravilhosa carreira truncada e encerrada, ganhou só uns 21,97% do que ganharia não fosse o 1º de maio de 1994.

Ele corria de Williams, porque havia deixado oficialmente a McLaren no final de 1993.

Estava sem fé na equipe em que havia conquistado seus três títulos mundiais na Fórmula 1 e, mesmo com a forte rejeição anterior do francês Alain Prost, mandou-se para a Williams, a única que poderia equilibrar o jogo com o rival Schumacher e sua Benetton em franca ascensão, pensou, analisou e se decidiu.

Aí, no fatídico Grande Prêmio de San Marino, em Imola, Senna liderava mas o alemão Schumacher estava em seu encalço, apertando.

Foi quando, opinam, alguns analistas top — o que não é o meu caso —, Senna resolveu tirar mais do que podia de sua Williams-Renault, "forçou a barra" e a coluna de direção que havia sido soldada, em razão de um encurtamento pedido por ele, se rompeu.

Resultado: o choque brutal na Tamburello e a barra da suspensão atravessando fatalmente sua viseira acabaram com sua carreira e sua vida.

Foi um cruel gol contra do "Imponderável Futebol Clube".

Pois com Neymar está ocorrendo mais ou menos o mesmo.

Repito, "mais ou menos", bem menos do que mais.

Aquela sua saída, de novo na marra, do Barcelona, foi um tiro no pé.

Mesmo com uma montanha do Everest de dinheiro, suficiente para garantir todos os pés de meia de toda a sua família e até dos parças por uns 200 anos, deixar Barcelona por Paris foi de péssimo gosto.

Assim como "Senna-Williams", Neymar alterou seu destino, trocando a Catalunha pela capital mundial da luz e da cultura, em empate técnico com Nova York.

Ora, por nenhum dinheiro, abandona-se o Barça por um PSG qualquer da vida e ainda por cima para jogar no "campeonato túmulo" da Europa.

Sim, é exagero, mas entre os países europeus importantes da bola, a França tem o pior campeonato.

92,87% de suas "peladas" envolvem times "mortos-vivos".

Agora contra o Strasbourg, e no ano passado diante do Olimpyque de Marsella, Neymar acabou por se lesionar seriamente duas vezes.

E não é que o que o 5º metatarso do pé direito virou o "Calcanhar de Aquiles" de Neymar... Por quê?

Porque forjou seu destino, que não previa a Champs-Élysées, mas a Casa Milà, de Gaudi.

Mas foi embora deixando xingamentos e rejeição, como já havia ocorrido na Vila Belmiro.

Nada contra o aguerrido e técnico futebol francês de seleção, claro, que é bicampeão do mundo de 1998 e 2018, mas seu campeonato é modorrento, sem grife.

É que os franceses craques mesmo, jogam quase todos fora da França, aliás como ocorre aqui no Brasil.

Enfim, Neymar errou, e vai voltar para a Espanha, mas "remando" contra forte correnteza de recuperação de imagem e de talento.

Seu "sumiço" na publicidade, que atualmente é de apenas uns 19,17% do que foi, é o referencial inconteste de seu momento.

Ah, mas pelo menos seu pai mala sumiu também.

E agora ele vai voltar para a Espanha, mais cedo ou mais tarde, jogando contra juízes e zagueiros que o odeiam, como ocorre já em toda a Europa.

Já nossos outros craques, como Rivaldo espetacular, o tal Pelé, o tal Zico, o frio Romário e os geniais Garrincha, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho sempre foram temidos e respeitados por aquelas bandas.

Mas Neymar é temido e... odiado. Por quê?

Extrapolou, exagerou, humilhou, esnobou, ostentou e virou o maior "cai-cai" da história da bola.

Ainda mais agora com o beque "Metatarso" infernizando sua vida do jeito que ele infernizava os zagueiros jogando pelo Santos e Barcelona.

Enfim, moral da história: Senna na McLaren e Neymar no Barça deveriam ter obedecido a "lei" de Zeca Pagodinho: "Deixa a vida me levar, vida leva eu!".

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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