À esquerda, Guilherme Cimatti e Milton Neves; à direita, Vinícius Bueno e João Paulo Cappellanes

À esquerda, Guilherme Cimatti e Milton Neves; à direita, Vinícius Bueno e João Paulo Cappellanes

Durante o "Terceiro Tempo" pós-Corinthians 0 x 0 Palmeiras, na madrugada desta-quinta-feira (6), o aniversariante Milton Neves foi pego de surpresa com uma belíssima homenagem prestada por seus jovens compenheiros da Rádio Bandeirantes.

O texto de Guilherme Cimatti, narrado pelo próprio e pelos repórteres João Paulo Cappellanes e Vinícius Bueno, emocionou não apenas o apresentador Milton Neves, como a todos os ouvintes da tradicional rádio paulista.

Abaixo, você escolhe se quer ouvir ou ler a belíssima homenagem bolada pelos jovens compenheiros de Milton Neves:

Nenhum de nós sonhava te ver de perto. Mas te ouvir próximo sempre foi realidade pra gente. Esperando as notícias do nosso time, as contratações do futebol brasileiro, as polêmicas do apito. Há décadas é assim. É sua voz preenchendo a imagem. É sua voz descrevendo os lances, os gols, os impedimentos. Os gênios do rádio são íntimos de todos os ouvintes. E todos eles dizem hoje: parabéns. Nós somos parte.

69 anos amando o futebol. Torcendo pelo Santos. Desde seis de agosto de 1951, não apenas Pelé viu o menino de Muzambinho. O Brasil todo assiste e escuta o Miltinho de Minas Gerais. Na Rádio Bandeirantes e na tela da Band. O melhor lugar para ficar em tempos de distanciamento social. O dom do rádio é aproximar. Quase ninguém consegue isso como o aniversariante de hoje.

Ele xinga jogador, provoca, brinca. Diz torcer para quem seca. Fala que ama quem detesta. Mas é para aproximar. Precisa ser muito craque para juntar afastando, provocando, insinuando. Corintianos, palmeirenses, são-paulinos e santistas. Todos respeitam o Milton Neves. O Milton. O Miltão.

Dono da maior cabeça do jornalismo esportivo. Capaz de armazenar lances históricos, escalações do fundo do baú, jogadas não gravadas de muitos anos. No coração do aniversariante de hoje moram craques, bagres e esquecidos. No coração que deu um susto na gente há um tempo atrás, mas que bate forte e fundo. Coração que pulsa pela voz. Grave, firme, emocionada.

Nós nunca imaginamos te ver de perto.

Nós jamais imaginamos dividir microfone contigo.

Enquanto você viver, nós, jovens jornalistas, aprenderemos.

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