Habitualmente, na literatura, costumamos diferenciar as fibras musculares com colorações de rotina e outras denominadas de histoquímicas

Habitualmente, na literatura, costumamos diferenciar as fibras musculares com colorações de rotina e outras denominadas de histoquímicas

Na semana passada descrevemos algumas características das fibras musculares dos tipos I, II A e II B. Essa é a melhor classificação que possui conotação clínica.

Alguns músculos são compostos exclusivamente por fibras do tipo I ou fibras tônicas. Os melhores exemplos são: coração, diafragma e músculos extraoculares. Mas a maioria dos músculos esqueléticos possuem quantidades semelhantes de fibras dos tipos I e II.

O substrato anátomo – histológico para diferenciar essas fibras é oferecido pelo exame a olho humano nu ou exame macroscópico; e pelo uso de microscópio. Durante atos cirúrgicos e nas necropsias é possível diferenciar músculos brancos e vermelhos, mas ao exame sob microscópio a diferenciação das células é mais nítida.

Habitualmente, na literatura, costumamos diferenciar as fibras musculares com colorações de rotina e outras denominadas de histoquímicas. Em anatomia patológica a coloração pela Hematoxilina e Eosina (HE) permite ao patologista um diagnóstico seguro de quase 90% dos casos. Ela ainda é a principal coloração utilizada nos laboratórios. Entretanto a HE em patologia muscular não é suficiente. Por exemplo, dificilmente podemos diferenciar as fibras. Essa é a principal razão para utilizarmos outras colorações, a saber:

Tricrômio de Gomori modificado; PAS (ácido periódico de schif), Sudan Vermelho, ATPases (adenosina trifosfatases) pré-incubadas em PH ácido 4,65 e PH básico 9,4, NADH (nicotinamida, desidrogenase, tetrazólium e reductase). SDH (succino desidrogenase); fosfatase ácida, esterase não específica.

Através dessas reações histoquímicas podemos diferenciar com segurança os três tipos de fibras musculares que nos interessam.

Ressaltamos que após o nascimento, sob condições normais, as fibras musculares não possuem propriedade de se transformar em tipos diferentes, por exemplo, as fibras do tipo I não se transformam em fibras do tipo II. Essa regra vale para qualquer tipo de treinamento que se utilize (aeróbio ou anaeróbico) isso quer dizer que um maratonista, por exemplo, durante sua vida de atleta, não ganhará fibras do tipo I nem em número absoluto muito menos por transformação II em I.

Aliás durante o crescimento não há hiperplasia (aumento do número de células) e sim aumento do volume das células musculares a custa do aumento (aí sim) do número de miofibrilas, de actina, miosina, de todas as proteínas e, é claro aumento do número das organelas sarcoplasmáticas das células musculares, ou seja: mitocôndrias reticosarcoplasmático, Tubulos T e aparelho de Golgi.

Da mesma maneira um alterofilista não ganhará fibras do tipo II durante sua jornada. Para que uma fibra transforme-se de um tipo para o outro é necessário que ocorra uma lesão no sistema nervoso central ou periférico.

Na próxima semana explicaremos como isso acontece!

Até lá, se Deus quiser.
Abraço.
Beny Schmidt

Últimas do seu time